sexta-feira, 4 de abril de 2014

O sonho russo do peixe português




"O sonho de qualquer russo é empanturrar-se com peixes e mariscos frescos lá em Portugal."


Leio isto no texto de Marco C. Pereira, A ilha-mãe do Arquipélago Gulag, publicada na tabu do passado 14 de Março, e foi dito pelo seu anfitrião russo.

Tal como os russos, também eu sonho com peixe grelhado, mas a verdade é que realizo o sonho frequentemente. O do peixe, que do marisco ando arredado há muito. Política.

Política de encolhas, política de colesterolemia e política de não seguir a política de novos-ricos da política.

A verdade é que a maioria dos portugueses não se baba pelo peixe fresco porque o come com regularidade. Quanto ao marisco... isso é outra conversa. Voltemos ao peixe.

E outra verdade é que somos uns impenitentes lamechas. Lamentamo-nos da chuva e do sol, do sim e do talvez, eh pá, nunca mais chove, a humidade dá-me cabo dos joelhos. E dos robalos de aviário. Da sardinha magra e do espinhoso safio.

Mas lá os vamos comendo, ao contrário dos russos que só em sonhos. Exceto os abençoados filhos da queda do muro, que enchem os aviões a caminho dos nossos grelhadores à meia praia.

Bom, em nome da não ingerência nos assuntos internos alheios e da amizade entre os povos, fechemos este canal político.

Sejamos, pois, bons amigos, amigos sem espinhas. E amigos do peixe fresco, quem sabe se confrades de uma futura Confraria do Peixe Escalado Rússia - Portugal...


Façamos então um brinde àquele bom sonho russo e ao sucesso da confraria.

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