domingo, 11 de maio de 2014

Cabo-verdianos laboriosos hortelões de Lisboa


 
Durante anos, observei as hortinhas nas íngremes ladeiras que sustentam a CRIL e o IC 19. A voz corrente atribuía-as a cabo-verdianos.
 
Hoje consolidei essa convicção.
 
Calcorreei o vale paralelo à Rua da Quinta do Salrego, nas traseiras do centro comercial Alegro, em Alfragide, e passei por dezenas de hortinhas. Umas minúsculas, outras com cercas, muitas nas escarpas e feijão-verde por todo o lado, a prometer belas sopas e cachupas. E fartura de batatais de que um saquito de batata miúda sugeria o forno como destino. Sugestão de hortelão da Praia...




Lá estão também o milho e as couves, as ervilhas e até uma leira de salsa! Mas, pelos vistos, nada de coentros; os cabo-verdianos ainda não se encantaram com os sabores alentejanos... Ainda.





E como marca indelével de cabo-verdianidade, a cana-de-açúcar nuns quantos tufos já a pedir desbaste. Grogue à vista, pois claro!
 

Com tanto cultivo mesmo a pique, este labor merece o todo o nosso respeito.

Daqui vai, portanto, uma chapelada aos esforçados cabo-verdianos dos arredores de Lisboa.

E como as encostas estão repletas de parte dos ingredientes necessários, hei de lá voltar para ver se desencanto uma cachupa à moda do Vale do Salrego.
 
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