domingo, 25 de julho de 2010

O desastre do desmazelo

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Barcos superlotados afundados, desmoronamento de prédios e pontes e mineiros soterrados são terríveis notícias do Brasil, de África, Oceania ou da China. Países de poucos recursos, frágeis sistemas de segurança e empresários indiferentes ao risco alheio, são causas de muita morte e de luto que o tempo afasta das agência noticiosas.

Tudo isto fora da civilizada Europa, embora, de quando em vez o, “relógio” suíço tenha incêndios no túnel x ou no teleférico y e as estradas seja uma quotidiana fonte de velórios.

Mas na Alemanha são raros aparatosos acidentes. Tem-se a ideia de que os alemães são meticulosos no que fazem e não cedem à segurança das pessoas e equipamentos. Ontem não...

Ontem morreram dezanove pessoas em Berlim por quedas e espezinhamentos num festival de música para largos milhares de assistentes, a "Love Parade".

A segurança é o resultado de um esforço de todos e sem quaisquer cedências. Os organizadores deste espectáculo deixaram entreaberta uma fresta de insegurança e o desastre aconteceu.

O que é um caso de estudo para Portugal, em que a irresponsabilidade colectiva, de mãos dadas com a indiferença individual e incúria profissional, provoca anualmente um ror de vítimas. Nos andaimes e nas piscinas, nas estradas e nos caboucos, nas praias e nas cozinhas, na pirotecnia e nas ravinas.

Já que nada podemos fazer para evitar descuidos alheios, ao menos, que aprendamos a prevenir. Sem vergonha de sermos apelidados de medricas ou picuinhas.

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