segunda-feira, 24 de dezembro de 2018

Natal canibal




Diz-se que o PAN anda por aí a invetivar os ditos populares, alguns tão ou mais antigos do que a nacionalidade,
Mostra um certo radicalismo pequeno-burguês de fachada urbano-ambientalista.

Ninguém lhe liga, são ridicularizados, pelo que podem recuperar o fôlego se investirem no expurgo de mitos bem mais perniciosos, um deles cravado na sociedade portuguesa que nem carraça em pele humana: O mito da hóstia católica.

Proclama o manual desta confederação ideológica que a hóstia simboliza o sangue de Jesus da Nazaré. E que comê-la purifica.

Ora, essa deglutição constitui um duplo paradoxo.

Primeiro paradoxo: comer sangue sólido. O sangue desse Jesus seria líquido como o do leitor ou leitora, porém, milagrosa e mitologicamente convertido numa bolachita fininha de farinha de trigo amassada com água.

Segundo e dramático paradoxo: pessoas que comem sangue humano tornam-se canibais, pois Canibal é o indivíduo que se alimenta de outros da mesma espécie.

E o PAN voltaria às boas graças do Zé Povinho se desse um empurrão no desbaste deste mito. De facto, não é crível que os católicos que comem hóstias queiram ostentar Canibal no cartão de visita!

Especialmente hoje, em que a Missa do Galo dá ao protegido do PAN um uso que não constará do programa do partido.

sexta-feira, 21 de dezembro de 2018

Quatro lições sobre os coletes amarelos tugas



1. Os partidos e os "sindicalistas" que passam a vida em manifes insurgem-se contra as dos  coletes amarelos por não os controlarem. Preferem ter o povo ao seu serviço. 

2. Apesar de se dizer que a polícia tinha infiltrado grupos do facebook para saber o que dali viria, nada viram, nada havia para ver. Salvo o amadorismo policial. E a grande derrota do SIS, face à ilusão de informação recolhida.

3. As manifes  coletes amarelos tiveram em Portugal o impacto dos eventos no facebook, com elevada percentagem dos "Vou" eletrónicos, tipicamente "Segurem-me senão eu mato-o".

4. Os coletes são verdes e quem os diz amarelos é daltónico.

!!!

terça-feira, 11 de dezembro de 2018

Um Baga de simpatia *


Sendo vezeiro no restaurante, frequentemente pago a um canto do balcão, desimpedindo a mesa para novos clientes.

Mas hoje, além do troco recebi um saco e 
– Pelas vezes que cá vem e pelos grupos que cá traz!

Não é todos os dias que tenho tamanha surpresa. Nem me ocorreu retorquir que lá vou pela comida boa e em conta e o que muito conta, a simpatia eficaz do pessoal.

Reconfirmada…


Obrigado Pedro e Companhia.

__________________________________________________________________________________

* Não, não é aleijão na concordância, trata-se de um Baga - Bruto - 2015, das Caves Primavera, de Águeda.

segunda-feira, 10 de dezembro de 2018

A rolha, o vinho e o amadorismo


No texto seguinte, o evidenciado a azul não corresponde à realidade portuguesa, apesar de sermos o maior produtor de rolhas.

É que há adegas paradoxais: dão um nome pimpão a algumas produções, Selection, Signature, mas espetam-lhes tampões de aglomerado de cortiça, vulgo corticite. 

Pura forretice, indiferença ao mercado ou amadorismo em vez de gestão estratégica do produto !?

Corticite não é rolha de cortiça, nem rolha é, que rolha só a cortiça faz.

E Portugal, o grande corticeiro mundial, tem de transmitir a todos os apreciadores de vinho que não confunde rolhas com um medíocre tapiço, tal como distingue inequivocamente um bom vinho de uma qualquer mistela.

Para quando um pacto sectorial que institua a cortiça como selo de garantia de vinho português !?



Pop da rolha influencia a perceção da qualidade do vinho

A Universidade de Oxford e APCOR apresentaram hoje os resultados de um estudo, feito em Londres durante o mês de julho, em que os participantes consideraram que o vinho tem melhor qualidade (+15%) depois de ouvirem o som da rolha de cortiça ao abrir uma garrafa de vinho.
Estas conclusões foram resultado de uma experiência sensorial em que cada participante provou dois vinhos idênticos e deu-lhes uma classificação enquanto escutava ou o som de uma rolha de cortiça a sair da garrafa, ou o som de uma cápsula de alumínio. Seguidamente, foi-lhes pedido que abrissem ambas as garrafas e as classificassem de novo.
Também se conclui do estudo que o vinho vedado com rolha é mais apropriado para a celebração (+20%) e mais incitador ao espírito de festa (+16%).
“Os nossos sentidos – audição, visão e tato – estão intrinsecamente ligados à forma como saboreamos. O som e a visão de uma rolha de cortiça a sair de uma garrafa define as nossas expectativas, ainda antes de o vinho tocar nos lábios, e essa expectativa vai afetar a nossa experiência gustativa. Estes resultados enfatizam a importância dos vedantes do vinho, e deixam bem evidente a relação que estabelecemos, ainda que inconsciente, entre a rolha de cortiça e a qualidade do vinho”, afirma Charles Spence, responsável pelo estudo da universidade britânica.
A experiência foi promovida pela APCOR numa iniciativa inédita na capital inglesa, que decorreu entre 27 e 29 de julho e em que os participantes puderam entrar no mundo sensorial da degustação do vinho.
Recorde-se que 7 em cada 10 garrafas de vinho produzidas em todo o mundo são seladas com uma rolha de cortiça. Em termos mundiais, 86% dos consumidores afirmam preferir vinho vedado com rolha de cortiça.