Pedregulhos sobe a pique,
nas descidas arrojado,
devoto de D. Henrique,
em petiscos consagrado.
Com taninos ardilosos,
faz amigos em dois tragos
e abraços copiosos.
Amigas, com mais afagos…
Certa noite, derreado,
em Afrodite viu Morfeu,
e por ninfas arpeado,
cravou bico no gineceu.
Despertando num frenesim,
filosofou, sentimental:
Rabo de Ovelha não cheira assim
e o estigma não é fatal!
São lembranças que a vida dá,
de gemidos e gritinhos;
esta é boa, aquela é má
e sempre por maus caminhos.
Celebrado caminheiro,
sonhando com mexilhões,
num barranco traiçoeiro
afundou-se aos trambolhões.
Foi à faca o andarilho…
Livre de dores e de telas,
Aristides, faz-te ao trilho
com tintol e trincadelas!
Manuel A. Madeira
Cabeço de Montachique, 6 de Novembro de 2010
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