segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Uma magistral lição de português



Chegou-me a indicação de que a jornalista Pilar del Rio costuma explicar, com um ar de catedrática no assunto, que dantes não havia mulheres presidentes e por isso é que não existia a palavra presidenta... Daí que ela diga insistentemente que é Presidenta da Fundação José Saramago e se refira a Assunção Esteves como Presidenta da Assembleia da República.

O mesmo canal mencionava Helena Roseta como tendo dito «Presidenta!», retorquindo ao comentário de um jornalista da SIC Notícias, muito segura da sua afirmação.
E todos já lemos e ouvimos a brasileira Dilma Rousseff, impante de ignorância, intitular-se Presidenta!
O texto seguinte constitui um notável esclarecimento e põe um ponto final no assunto.


A presidenta foi estudanta?
Existe a palavra presidenta?
No português existem os particípios activos como derivativos verbais. Por exemplo: o particípio activo do verbo atacar é atacante, de pedir é pedinte, o de cantar é cantante, o de existir é existente, o de mendicar é mendicante... Qual é o particípio activo do verbo ser? O particípio activo do verbo ser é ente. Aquele que é: o ente. Aquele que tem entidade..

Assim, quando queremos designar alguém com capacidade para exercer a acção que expressa um verbo, há que se adicionar à raiz verbal os sufixos ante, ente ou inte.

Portanto, em português correto, a pessoa que preside é presidente, e não "presidenta", independentemente do sexo que tenha. Diz-se capela ardente, e não capela "ardenta"; diz-se estudante, e não estudanta"; diz-se adolescente, e não "adolescenta"; diz-se paciente, e não "pacienta".

Um bom exemplo do erro grosseiro seria:

"A candidata a presidenta comporta-se como uma adolescenta pouco pacienta que imagina ter virado eleganta para tentar ser nomeada representanta. Esperamos vê-la algum dia sorridenta numa capela ardenta, pois esta dirigenta política, dentre tantas outras suas atitudes barbarizentas, não tem o direito de violentar o pobre português, só para ficar contenta".

Pena o autor desta lição não ser conhecido; apesar disso, daqui se lhe faz uma merecida chapelada.

Publicado no Formigarras por amor à língua portuguesa!

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