Este brado, um grito de revolta, ouvi a miúdos de 9, 10
anos, há um bom par de décadas, na minha escola primária.
E não era um feroz ódio infantil àquelas máquinas! Tratava-se
apenas do eco do desespero doméstico pela falta de trabalho no Alentejo.
Associado, obviamente, à ilusão de que a destruição do novo
equipamento agrícola que começava a aparecer nos campos alentejanos reporia o
pleno emprego.
Mas se a História não registou alfaias incendiadas, tem, na
época, um pesado lastro de fome, carências básicas e um profundo sentimento de
injustiça social.
O regime salazarista, então, lançou mão ao trabalho de
reparação de estradas de modo a mitigar o brutal desemprego existente, que
abrangia uma elevada percentagem de trabalhadores rurais.
Paralelamente, o arranque da industrialização na margem sul
do Tejo trouxe muita gente do Alentejo para o Seixal, Cova da Piedade e Baixa da Banheira,
atenuando a desesperança de muitas vidas sem futuro.
Tudo isto a propósito da Grécia, da desmesurada inépcia dos
seus anteriores governos, da arrogância alemã e da pequenez dos Passos &
Hollande que "governam" a União Europeia.
Tivessem eles "unhas" e punham a Merkl & Schäuble em sentido, se necessário de dedo em
riste ou apontando a porta dos fundos.
E fossem eles Estadistas e o desalento grego seria alvo da
sua atenção, para que nenhuma máquina alemã seja incendiada e nem um único turista
alemão seja molestado na Grécia.
A História é muito instrutiva, mas apenas para quem vê mais
de um palmo à frente do nariz.
!!!
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