Eles atiram-se ao Acordo Ortográfico de 1990, muitos com tremendas confusões, outros com enorme desconhecimento e alguns por comodismo.
As línguas vivas vivem de renovação, o que tem acontecido
com o português ao longo dos nossos séculos.
E confundir cágado com a grosseria desta
palavra sem acento e iludir facto a propósito de uma certa fatiota é simples ignorância.
Mas invocar o Clã da Pharmácia para contestar os que
aderiram ao dito acordo é simplista, tal como clamar pela grafia antiga.
Antiga de quando, do D. Dinis, da escrita camoniana ou da
revisão ortográfica da Primeira República!?
Por ora, vamos ater-nos a palavras não tocadas pelo Acordo
Ortográfico; simplesmente homógrafas mas com tónicas bem diferenciadas.
Isto como evidência de uma velha tradição que legitima igual
forma da proposição para
e da terceira pessoa do singular do verbo parar, para [fonia pára]. Apesar da óbvia
desigualdade de pronúncias.
Eis essa dúzia que tantas vezes usamos e em que os
respetivos contextos nos dizem como ler corretamente. Como também fazem os Velhos do Restelo Ortográfico.
1. Molho // Molho
Molho Portugália versus Molho de salsa.
2. Topo // Topo
Topo da pilha de livros versus
Topo bem onde queres chegar.
3. Pega // Pega
Pega desasada versus Pega de cozinha.
4. Rota // Rota
Camisa rota versus Rota da seda.
5. Seca // Seca
Fruta seca versus Seca do Bacalhau.
6. Borra // Borra
Borra de café versus Borra-botas.
7. Corte // Corte
Fazer a corte à rapariga bonita versus
Corte cirúrgico.
8. Greta // Greta
Tem uma greta no calcanhar versus
Põe creme senão greta.
9. Besta // Besta
Deu de beber à besta versus Tiro ao alvo com besta medieval.
10. Rogo // Rogo
Assinatura a rogo versus
Eu te rogo, faz-me esse favor…
11. Bola e // Bola
A bola de carne de Guimarães é
excelente versus Bola de ténis.
12. Boto // Boto
Pé Boto versus Boto açúcar no café.
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