2 de Agosto, Parte 2
O primeiro dia de Outback foi marcado pelo contacto direto com aborígenes, numa encenação de boas vindas. O anfitrião da foto, junto a um lago, enche as bochechas com água de uma lata imunda e borrifa a cabeça dos visitantes. Também me submeti ao tosco ritual, fazendo figura de ateu ungido por benfazejo aborígene.
Seguiu-se a demonstração de didgeridu, longo tubo que soprado com os lábios ruidosos produz sons monótonos e melancólicos. Muitos de nós fizeram a melómana experiência, saltando à vista que a higiene não é para aqui chamada.
Houve ainda a sessão de caça ao cangurus e ao porco, num caricato espetáculo para turistas, mas que deixa um deprimente amargo de boca. Os animais de contraplacado fariam sorrir se o episódio não fosse tão pobre.
Para encerrar a convivência aborígene uma adolescente com o 12º ano e o telemóvel ao lado fez uma apresentação de artesanato, num inglês difícil de entender.
Nunca se pôs a vista em aldeia ou casa aborígene, por alegado risco de se lhe macular a alma. Esta abordagem da cultura aborígene revelou-se uma encenação primária, pouco digna para eles e muito menos para a empresa que a promoveu.
Do visto, fica uma ideia de pobreza destes aborígenes, contrastando com o carro e a motoquatro que tinham ali ao lado.
A tarde foi de navegação fluvial, com crocodilos, cangurus e aves vistosas.
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