sexta-feira, 28 de agosto de 2009
Portugal, verdade, prioridades e erro gramatical
O discurso de Ferreira Leite na apresentação do programa eleitoral para as próximas legislativas tem nove vezes a palavra Portugal, dez vezes a palavra verdade e um erro de concordância entre o sujeito e o predicado. Só este justifica a prioridade à educação, com aulas de português para toda a direcção do partido. Já não se usa pôr cabeças de burro e mandá-los para o canto da sala, pois não!? (Fonte - Portal do PSD: http://www.politicadeverdade.com/?idc=203&idi=4708)
Porquê nove vezes a palavra Portugal?
Muito conhecida técnica de propaganda para mostrar aos portugueses o grande amor pátrio.
Porquê dez vezes a palavra verdade?
Técnica de propaganda conhecida de ginjeira para contrastar com a imagem, que entretanto criaram, de Sócrates ser um aldrabão. E que eles têm asinhas celestiais.
Porquê cinco prioridades?
[Assim, tomamos o compromisso de dar prioridade à economia, às questões sociais de solidariedade e saúde, à justiça, à educação e à segurança]
Porque são áreas em que qualquer governo mexerá sempre, do BE ao CDS. Só que não se diz onde nem como, salvo numas pinceladas para manter a chama retórica.
É o caso do TGV, dizendo Leite: Suspenderemos de imediato o mega-projecto do TGV, sujeitando-o a uma reavaliação. Mesmo assim com evasiva, pois não diz que o pára, como não parou de afirmar em toda a pré-campanha. Ratice pura. Cá estaremos para ver que vai para a frente, como bancos e construção querem.
Outra habilidade da politiquice que diz contestar: O novo aeroporto de Lisboa será equacionado por módulos ou fases. Que o aeroporto se faz por fases só mesmo de chico esperto! Dou uma dúzia de figos lampos maduros a quem me disser onde foi construído um aeroporto de outra maneira.
Saldo
Um discurso construído segundo receitas retóricas bafientas, vago, como a Canção ao lado, dos Deolinda, recheado de setas a Sócrates e prioridades óbvias e polvilhado de meias verdades (meias mentiras depois das eleições).
Sonso e matreiro, portanto: a mim não me caçam.
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