sábado, 20 de abril de 2013

MAI e PSP incitam à insegurança rodoviária


Não há natal nem páscoa sem que muitas famílias fiquem enlutadas, além de jovens, adultos e crianças serem irremediavelmente mutilados.
Nos restantes dias do ano a sinistralidade é igualmente elevada, mas só nessas épocas e nos fins-de-semana festivos se fazem balanços públicos das vidas perdidas e de tantos portugueses atirados para cadeiras de rodas.
Ora são geralmente polícias a dar as más notícias. Os mesmos que fazem recomendações de condução segura. Porém, perigosamente negligentes na condução de carros de serviço.

Sim, os polícias estão isentos – ilegal e irresponsavelmente – de uma das mais elementares normas de segurança rodoviária, a colocação de cinto de segurança.
Ilegal por ser um ordinário despacho de um ministro irrefletido a dispensá-los do uso deste meio de proteção.
E irresponsável por vários ministros e secretários de Estado terem passado pelo MAI sem mexer uma palha para corrigir a anomalia. Além de a hierarquia da PSP nada fazer para alterar o mau exemplo que dão ao país.

A verdade é que o cinto de segurança poupa vidas. Isso é sabido no MAI na Direção Nacional da PSP.
Todavia, doentiamente, alega-se que os seus agentes carecem de liberdade de movimentos. O que é uma monumental mentira. Mais que evidente falsidade é uma cedência gratuita ao atávico comodismo português, tão useiro em iludir normas e procedimentos de incontestável interesse público.
Basta ver que são ínfimas as situações em que os agentes da lei podem ver a sua operacionalidade reduzida pelo uso de cinto de segurança. Disso são exemplo as intervenções da Unidade Especial de Polícia da PSP, bem como de ações de urgência e emergência de outras equipas ou missões sensíveis.
Salta à vista, no dia a dia, que a esmagadora maioria das deslocações em viaturas policiais carecem tanto de segurança rodoviária como a de qualquer outro carro. Basta pensar nos inúmeros com que nos cruzamos, muitas vezes em rotineiras e tranquilas patrulhas, carrinhas de carga ou de transporte de pessoal.
Daí que a segurança desses agentes deva ser protegida sempre que se deslocam em veículos automóveis.

Como exemplarmente faz o INEM. Este mostra à sociedade que não é em vão que se chama Emergência Médica, pois os seus operacionais circulam com o cinto posto. Por vezes em grande velocidade, as sirenes e buzinas no máximo, mas médicos, enfermeiros com o protetor cinto de segurança corretamente colocado.
Enquanto o INEM é um exemplo de cidadania responsável, a PSP é o oposto, exibe a "pedagogia" da negligência, o desprezo institucionalizado pela segurança.
 
O que se disse sobre a incúria da PSP e da sua Direção Nacional é, muito provavelmente, aplicável à GNR e ao seu Comando Geral.

O MAI, como tutela da segurança rodoviária, não corrigindo a complacência para com a insegurança rodoviária nos veículos é o cúmplice maior pela mortalidade e morbilidade dos agentes.

 Mas é especialmente deplorável a sua indiferença por tão mau exemplo para a sociedade de uma instituição cujas práticas devem ser exemplares.
 
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