AR 30.Junho.2011 [EXPRESSO]
Vitor Gaspar caiu ontem. De ministro das Finanças.
E terá respirado fundo, profundamente aliviado!
Não caiu, saiu pelo seu pé, dirão alguns.
Ai caiu, caiu! Caiu na tentação de ser político, apesar de o seu perfil ser apenas técnico.
A política é muito desgastante, pois é um meio onde a lealdade escasseia, mas abundam turvas águas, jogo por baixo da mesa e caneladas de todas as direções.
E quem não tiver CV blindado, nervos à prova de bala e lábia desenfreada rapidamente vai às cordas.
Foi o que aconteceu a Gaspar. Obediente crente do radicalismo financeiro, aplicou a receita troiquiana sem olhar ao desespero que provocou nem se preocupar em fazer aliados. E estoirou, exausto. Porque não tem estaleca política.
Não confessou a exaustão como Relvas, mas ao reconhecer que a sua credibilidade foi minada [ontem, na carta de demissão] assume o seu próprio esgotamento.
Além da resistência psicológica, um político carece de visão estratégica para o seu próprio mandato, visão essa que permite repartir o fôlego por toda a maratona.
A conclusão é óbvia: não há ministérios técnicos e não basta ser técnico para dar um bom ministro.
!!!
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