segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Como se converte um empedernido pãozeiro em resignado comedor de carapauzinhos queimosos


 

Receita simples: não ter mais nada, nem uma nica de côdea!


Esganado, o quebranto à espreita, deu voltas ao miolo, mas só a latinha de atum lhe bailava na cabeça.

Encontrada a clareira abrigada no ventoso eucaliptal e toca de ir à cata da imaginada posta de conserva. Imaginada, pois a espécie era outra e ainda por cima queimosa.

Em circunstâncias caseiras teria sido rapidamente recambiada para o fundo da gaveta, mas a milhas dessa e das gavetas boas, outro galo cantou. E cantou que ou iam os carapauzinhos ou iria a tenir o resto da caminhada.

E marcharam. Escapatórios, por acaso... acaso de lhes despejar o afogueado molho.


E só depois de os comer, já mais confortado, se deu conta de que ainda tinha duas pepias.

Tivesse dado por elas mais cedo e lá teriam os carapauzinhos inaugurado nova moda. Teriam servido de conduto a esses antigos regalos alentejanos de massa de pão com azeite e açucar, canela e banha de porco.
 

Moral da história

Não ponhas na mochila o que te leve a torcer o nariz.

 !!!

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