Helena Costa,
treinadora de futebol com currículo internacional na orientação de equipas de
mulheres, aceitou treinar uma equipa masculina francesa.
Porém, quando se esperavam relatos do seu trabalho, chega a notícia de que abandonou o cargo.
Surpresa, o que se
passa, porque borregou ela, falta de unhas!? Esta terá sido a reação generalizada
dos seus concidadãos, na falta de uma explicação da prematura da saída.
Tardou, mas ei-la
agora.
Tiraram-lhe o tapete. Desleal e amadoristicamente. Veja porquê e porque aqui lhe tiramos o chapéu por ter batido com a porta. Saiu por cima e fazemos votos de um rápido regresso aos relvados. A treinar homens ou mulheres.
Comunicado de Helena Costa
http://expresso.sapo.pt/portuguesa-que-ia-treinar-homens-saiu-por-se-sentir-desrespeitada=f877494#ixzz35aOoYg6G
A saída deve-se principalmente ao facto do
Director Desportivo contratar jogadores sem o meu acordo, para uma equipa que
eu teria de liderar, e ser responsável, não me dando qualquer conhecimento, e
havendo hipóteses financeiramente viáveis para outras contratações. Fui
informada através da secretária do Clube, por uma lista de testes médicos.
Como qualquer qualquer líder de uma
organização, neste caso um treinador, responsável por uma equipa, é
inaceitável.
Considero inadmissível a
uma estrutura do futebol profissional, que o/a treinador(a) tome
conhecimento da contratação de jogadores novos pela secretária do Clube ,
através de uma listagem de jogadores que realizariam os testes médicos no
primeiro dia de actividades. Mais amador se torna, quando o Director
Desportivo, não respondeu aos e-mails, ou enviou qualquer mensagem durante
cinco dias da semana anterior ao inicio dos trabalhos, quando todos os dias foi
por mim questionado através de e-mail. A informação que obtive pela secretária
foi enviada 24 horas antes da informação enviada pelo Director Desportivo (o
qual se encontrava de férias).
Após tal facto, por
e-mail, informei o Sr Director Desportivo que já teria tido conhecimento das
referidas contratações, através da secretária do clube, tendo ainda reafirmado
o meu desacordo perante algumas delas. Solicitei os dados em falta, tendo o
mesmo respondido, entre outras coisas, por exemplo: "Tu me fatigues
avec ton mails, (...) "je ne suis pas ton executant", (...) je ne
suis pas a ta disposition". Sempre foi afirmado pelo Sr Presidente
que todos os assuntos relativos à equipa seriam exclusivamente tratados com o
Sr. Olivier Chavagnon, Director Desportivo.
Considerei igualmente
grave o facto de ter sido informada pela última vez acerca dos
jogos amigáveis prováveis, ainda sujeitos a confirmação, no dia 5/06/2014
por e-mail. Uma vez que estavam sujeitos a confirmação, apesar de ter sido
constantemente por mim questionado sobre os mesmos, o referido Director
Desportivo nunca respondeu, inclusivamente até ao dia do início dos
trabalhos (ontem, dia 23/06/2014).
Era suposto existir um
jogo amigável no dia 28/06/2014, pelo que como é compreensível a ausência
destes factos interferiu directamente com a planificação do trabalho a
realizar, o qual é da minha inteira responsabilidade e competência. Foi, por
essa razão, comprometido.
Para além de anular uma
reunião com o staff técnico marcada para sábado, dia 21/06/2014, por falta de
informações, no Domingo dia 22/06/2014 não estava igualmente no poder das
necessárias informações, para planear (embora já tardiamente) toda a semana de
trabalho e comunicá-la na reunião com o staff técnico que decorreu às 19h.
Confirmo por isso que todo o trabalho foi comprometido, mesmo a apenas umas
horas do começo da época desportiva, sendo que a imagem transmitida ao Staff
técnico, não correspondeu ao profissionalismo a que sempre me pautei e
pautarei.
Perante tantos factos,
solicitei ao Presidente, Sr Claude Michy, uma reunião no sábado dia 22/06/2014,
no qual não só transmiti o que se passava, as informações que me faltavam, bem
como a urgência das mesmas para planificar o trabalho. Revelei ao Sr Claude
Michy, que após a forma como o Director desportivo, Sr. Olivier Chavagnon,
revelou displicência e falta de profissionalismo, com interferência
directa no meu trabalho, bem como teria tornado tudo numa má relação
profissional devido à sua rude resposta, não pretendia trabalhar directamente com
o mesmo, nem que houvesse envolvência deste no trabalho da equipa, uma
vez que não havia confiança. Nesse momento revelei ao Sr Presidente, que
poderia até abdicar do meu cargo, se pretendesse que o Director Desportivo
continuasse ligado à equipa.
Consciente de tudo o
presidente afirmou que interviria no dia seguinte presencialmente, perante o Sr
Olivier Chavagnon, antes da reuniao marcada para o dia seguinte, para as 19h,
concordando que não só o trabalho não estaria a ser feito, como teria sido apenas
enviada uma resposta rude. Por razões que desconheço, durante um dia e meio, o
Sr Presidente teve o telemóvel desligado e não me comunicou absolutamente nada
relativo à sua decisão, no que diz respeito ao papel futuro do Director
Desportivo. Foram várias as tentativas de contacto telefónico, bem como as sms
enviadas para que houvesse comunicação.
Ontem, dia 23/06/2014
fui a primeira pessoa a chegar ao clube, às 6h45, na esperança de um diálogo
com o Sr. Presidente. O mesmo não me contactou, não tendo comparecido ao
pequeno almoço/apresentação que decorreu às 7.30h.
Solicitei, por isso, a
um funcionário do Clube um telefone alternativo para o contactar, tendo-lhe
comunicado nessa altura o meu desagrado pela falta de comunicação aquando de
uma situação grave, por não me ter sido comunicado a sua decisão
relativamente ao papel do Director Desportivo, bem como pelo facto de no dia
anterior ter sido posta em confronto directo junto de todo o staff, com o
Director Desportivo, sem que me tivesse comunicado uma decisão.
Não me apresentei aos
jogadores, pelo que o presidente convocou uma reunião na qual para além de mim,
esteve também presente o Sr Director Desportivo, um Administrador do Clube, e
os meus empresários.
Após algum debate, o Sr
Director Desportivo reconheceu que errou na forma como falou, como não me
informou de factos essenciais ao trabalho técnico e perante uma não definição
do presidente referente ao seu papel, informei toda a gente que me queria
demitir, decisão que não retrocedi desde então, mesmo que tenha havido mais
diálogo.
Sempre disse
publicamente, ao longo deste projecto, que era treinadora , exigente comigo e
com os que me rodeiam, que queria confiança e frontalidade, acima de quaisquer
outras qualidades. Continuo a seguir os meus princípios, defendendo a minha
posição e a classe dos treinadores, no que à competência e comprometimento do
trabalho diz respeito.
Apenas escrevi este
comunicado após ter lido declarações do Sr Presidente (com quem sempre tive as
melhores relações), declarações essas que não estão de acordo com o que os meus
empresários, eu e supostamente o clube decidimos expôr na conferência de
imprensa, para o bem do Clube e do Sr Presidente, que teve coragem de apostar
em mim. Acedi a fazê-lo por reconhecimento da sua coragem e desafio que
enfrentou, não esperando por isso ler o que li depois. Lamento o volte-face.
Nada foi por isso súbito
e inesperado, decorreu sim de uma série de episódios ao longo do tempo.
Continuo a sentir a mesma confiança no meu trabalho que sentia quando aceitei
enfrentar a posição de treinadora do Clermont Foot. Sinto-me preparada! Reitero
ainda que se sentisse medo, continuaria ainda como treinadora do Clermont Foot
63 neste momento.
Helena Costa
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