Partido emburcalhado

Há um partido que se mascara todo o ano, vestindo de burca de alto a baixo, embora nas eleições se apresente com uma burca mais curta, de canelas à mostra. Durante grande parte de 2008 e 2009, a Fenprof e o seu cabecilha, o pseudo-professor Mário Nogueira, foram uma das burcas do PC. Fazem de conta que são sindicalistas, mas a verdade é que se aproveitam, oportunistas, do desencanto e frustrações dos verdadeiros professores. Agora, à beira das urnas, tiram do baú bolorento do Comintern as marionetas patéticas e está prontinha a burca verde, a CDU. Embora a estratégia do PC seja a de se disfarçar, as várias burcas não escondem o seu total anacronismo nem a confrangedora ausência de projecto para Portugal. A simpatia táctica de Jerónimo de Sousa não consegue camuflar a decadência ideológica nem a fragilidade das suas propostas. ----