Vê-se a Televisão Pública de Angola e a generalidade dos homens que por lá passam têm o cabelo em carapinha. Lanuginoso no dizer dos antropólogos.
Mas raras são as mulheres que não tenham o cabelo desfrisado. Mais curto ou comprido, mais ou menos colorido, mais espetado ou ondulado, mas sempre esticado. Creio até que se encontram mais mulheres de origem africana em Lisboa com o cabelo menos tratado do que as que a TPA nos mostra.
Não é nem bom nem mau, nem daí se podem extrair conclusões morais. Apenas sociológicas. São preferências respeitáveis, padrões de beleza e de status explicáveis pela interpenetração de valores, crenças e ambições de mobilidade social veiculados por tudo o que é canal.
O cabelo africano desfrisado conta uma história, a da mestiçagem cultural. Tão antiga como a imitação e a inspiração, a cobiça e o orgulho.
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