terça-feira, 16 de março de 2010

Assembleia da República: Tudo isto é fado

Os funcionários da Assembleia da República dizem que:
Pela especificidade das suas funções [1], que impõem deveres especiais de "equidistância e independência" [2], e por serem um corpo permanente [3] de um órgão de soberania distinto de todos os outros, os funcionários do Parlamento têm gozado do estatuto de nomeação que, no entanto, nunca foi formalmente consagrado. Os funcionários já são nomeados e querem continuar a ser nomeados", salientou o representante sindical dos cerca de 400 funcionários da AR [4]. Fonte: http://www.ionline.pt/conteudo/51261-funcionarios-parlamentares-pedem-audiencia-com-jaime-gama

Vamos lá desmontar esta lengalenga da desgraçadinha dos tais funcionários que querem ser nomeados:

[1] Todos os Organismos Públicos, repito, todos sem excepção, têm a sua especificidade. Obviamente! Vejamos dois exemplos conhecidos de toda a gente. Na Cultura e na Educação, os respectivos Profissionais cumprem as missões específicas dos seus organismos e sem mordomias, pois estão longe de S. Bento.
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[2] Todos os funcionários públicos têm deveres universais de
- a) isenção;
- d) lealdade;
- e) de sigilo.
Isenção diz tudo, incluindo dos que lidam com deputados e a quem não deviam pedir privilégios. E pedem, infringindo a autoproclamada independência!

[3] Na Administração Pública só as equipas de missão têm carácter temporário. Os sindicalistas da AR sabem disso, mas a sua propalada "equidistância" não os impede de enfatizar que são corpo permanente. Como, talvez, mais de 99% da Função Pública.
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[4] Há por aí muito boa gente que também queria ganhar mais 100% sobre o ordenado normal. É o que ganham a mais este funcionários, o dobro dos seus colegas sem mordomias, embora não trabalhem mais 100% do que os restantes funcionários públicos!!!
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Os funcionários da Assembleia da República têm, há muitos anos, aquilo a que chamam "o meio", meio esse que lhes duplica o salário mensal relativamente ao normal da função pública.

Por isso querem ser nomeados... à revelia do definido para o resto dos colegas com metade dos seus ordenados. O que verdadeiramente querem é manter o estatuto de remuneração e não o de nomeação!

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