quarta-feira, 7 de abril de 2010

MNE Amado põe dedo na ferida


............

Finalmente sem papas na língua nem o dialecto cifrado da diplomacia, o ministro Luís Amado avisou as "elites políticas e militares" da Guiné-Bissau de que o país "não terá muito mais oportunidades para refazer a sua imagem internacional". "Neste momento, a Guiné-Bissau tem de fazer definitivamente esta opção: ou entra numa via de estabilização e de construção de um estado democrático ou se isola e se torna num caso flagrante de um estado falhado", declarou à Lusa.

Já não era sem tempo! Nos anteriores atentados militares guineenses à segurança do país, Portugal contemporizou, procurou sarar a gangrena.

Esta firmeza pode ter efeitos virtuosos. O ministro fala por Portugal, mas certamente que reflecte a posição da grande maioria dos pesos pesados da comunidade internacional, ou seja, os que dão dinheiro à Guiné.

Calou-se quando os militares assassinaram um candidato presidencial e um ex-ministro da Defesa, quando espancaram Francisco Fadul, Presidente do Tribunal de Contas e antigo PM e quando Zamora Induta impôs a sua nomeação como número um da tropa. O seu silêncio ou as palavras de circunstância fragilizaram as instituições e deram alento aos criminosos militares.

Agora não. Desta vez mostrou a firmeza que a tropa – mesmo a tropa arruaceira – entende.

Faltam outros sinais, ainda mais fortes, nossos, da União Europeia e dos países amigos da Guiné-Bissau. Impedir a circulação de militares guineenses no nosso país, travar transferências de fundos e reduzir os voos da TAP.

Além do apoio ao julgamento de todos os militares envolvidos em golpes, assassínios, usurpação de poder e tráfico de drogas.

Assim, Portugal ajudará a Guiné.

++++

Sem comentários: