Ou
como educadíssimas mães de família dizem uma das maiores obscenidades da língua
portuguesa. Mascarada, contudo!
Educadas segundo padrões de total rejeição do impropério, seria
impensável ouvirem-se-lhes os mais comuns, nem mesmo perante adversidades como
picar um dedo, quase serem atropeladas ou a sua equipa falhar um penalti.
Obviamente que este ensaio se reporta ao pós adolescência,
que até lá não há meninas-bem imunes à curiosidade nem ao desafio do pisa risco.
Mesmo que entre risinhos cúmplices!
Voltemos então ao demográfico universo mulheres 18-60, licenciadas
ou mestres em Faculdades de Letras, sem ocupação profissional ou quadros
superiores de empresas familiares, católicas conjunturais e mesada ou rendimento anual 25.000
- 50.000.
Não se encontra neste segmento quem, no dia-a-dia ou em
encontros familiares, na discoteca ou
nas festas casamenteiras, empregue um simples porra, um inexpressivo caraças ou
o justiceiro filho da puta. Uma exceção apenas, o galicismo merde, dito em tom lânguido.
Ora estas mesmas
alminhas que tanto se consomem na contenção beata, sempre contidas, sempre perentórias,
derretem a máscara com o milagroso Fogo!
A verdade é que a última década do século
20 foi palco desta prodigiosa inovação linguística, a atribuição a este
ancestral substantivo do caráter de adjetivo interjecional!
Que, aliás, logo foi profissionalizado
por uma empresa pública, os CTT, que sem pudor nem recato, mas com indecorosa ganância
comercial o replicou com gingas sonoridades: Phone-ix.
E assim se banalizou
um dos mais grosseiros, rebuscados e superlativos impropérios da nossa língua.
Foda-se...
!!!
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