sexta-feira, 22 de novembro de 2013

PSP – Demissão da cadeia de comando

 
 
O Diretor Nacional da PSP caiu, impelido pela indisciplina policial demonstrada ontem frente à Assembleia da República. Caiu ou foi empurrado com punhos de renda.
 
Faltam as demissões dos responsáveis do comando operacional nacional, dos comandantes da Unidade Especial de Polícia e do Corpo de Intervenção, assim como dos que estiverem à frente dos destacamentos posicionados no perímetro da Assembleia da República.
 
É intolerável que unidades da PSP destacadas para proteger o parlamento tenham cedido à arruaça dos seus colegas manifestantes sem mexer uma palha.
 
Os polícias que se manifestaram conhecem, melhor do que ninguém, os limites que a lei lhes impõe. Apesar disso, a coberto da cúmplice inoperância dos seus colegas de serviço, derrubaram as grades de segurança e subiram a escadaria, vedada a manifestantes por aquela mesma lei.
 
Ambos os lados enxovalharam a PSP, expuseram-na à galhofa nacional, o que justifica uma profunda reflexão.
 
De imediato, a demissão da cadeia de comando policial envolvida no incumprimento dos procedimentos de ordem pública previstos para tais situações.
 
E a curto prazo, a ponderação do estatuto da PSP e dos seus agentes, isto é, a integração de todo o seu contingente na GNR. Obviamente com regulamento militar, de modo a evitar esta permeabilidade a manobras de intimidação à democracia portuguesa.
 
O que aconteceu, de facto, tem fortes traços das ações de massas do PC, em que a corda é esticada de olho na linha vermelha. Ontem, porém, foi esticada para além do limite.
 
Apesar de ter sido uma fingida invasão da AR, nunca uma democracia consolidada permite que forças de segurança sejam condicionadas pelo corporativismo. Independentemente da justeza das reivindicações, sejam elas de quem forem, polícias incluídos.
 
E seja qual for o partido no poder, por mais contestáveis que sejam as suas medias, nunca uma organização policial pode deixar de proteger as instituições, o património nacional e a segurança dos cidadãos. Ontem, a PSP não cumpriu a sua missão.
 
Agora, esgotado o lamentável espetáculo, falta a reposição da disciplina, sancionando quem não cumpriu os seus deveres. E sem contemplações, para obter um durável efeito vacina. É bem melhor despedir já meia dúzia de oficiais de polícia do que, num horizonte não muito distante, ter de mobilizar a GNR ou o Exército para travar desacatos que desacreditem a polícia, fragilizem a democracia e apoucam Portugal.
 

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Entretanto, a propósito deste grave incidente, a presidente da AR exibiu a sua pequenez política. Ao congratular-se por tudo ter acabado em bem, escamoteando a desordem policial, demonstrou não ter perfil de estadista. Ora o país precisa, como segunda autoridade do Estado, mais do que sorrisos amarelos.
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