quinta-feira, 27 de maio de 2010

Bojudo fradalhão

Serviço público cultural

Bocage



Bojudo fradalhão de larga venta,
Abismo imundo de tabaco esturro,
Doutor na asneira, na ciência burro,
Com barba hirsuta, que no peito assenta:


No púlpito um domingo se apresenta;
Prega nas grades espantoso murro;
E acalmado do povo o grã sussurro
O dique das asneiras arrebenta.

Quatro putas mofavam de seus brados,
Não querendo que gritasse contra as modas
Um pecador dos mais desaforados:


“Não (diz uma) tu, padre, não me engodas;
sempre me hás de lembrar por meus pecados
a noite, em que me deste nove fodas!”

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