sexta-feira, 22 de janeiro de 2010
Há corrupção tolerável!?
Há quem defenda que há corrupção tolerável. Incluindo gente séria, da que não mete a mão na massa...
Em Portugal, alegam, a corrupção deve ser combatida, os corruptos presos e a malha apertada. Mas lá fora é outra coisa, toleram: costumes diferentes, cultura, blá, blá.
Socorro-me do 'Público' de anteontem para mostrar os custos da corrupção "tradicional". Referindo o Cancro da corrupção no Afeganistão, as Nações Unidas calculam "que os afegãos gastaram num ano 1.700 milhões de euros em subornos – um quarto do PIB. O estudo conclui mesmo que a corrupção é a principal preocupação do país. Em média, os subornos rondam os 111 euros, num país onde o rendimento anual per capita se fica pelos 425 dólares. Este tipo de extorsão “é um imposto aviltante sobre pessoas que estão já entre as mais pobres do mundo”, lamentou o responsável da ONU, sublinhando que os responsáveis pelo cumprimento da lei – polícias, juízes e políticos – são os que mais luvas pedem e os que mais recebem por cada favor. http://www.publico.clix.pt/Mundo/cancro-da-corrupcao-espalhase-no-afeganistao_1418670
Haverá diferença entre o cancro afegão, a cleptomania angolana ou o despudor da rapina geral africana? Não, corrupção é corrupção, onde quer que ocorra.
Por mim, prefiro a maior lisura cabo-verdeana, também África, mas de gente com mais ética.
E sem ética, a boa ética universal, legitima-se o roubo. O que não fica bem a pessoas sérias.
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