Numa aldeia esquecida pelo Deus católico e desprezada pelo estado novo salazarista apareceu um dia um empreiteiro que ficou famoso. Nessa aldeia à beira-Guadiana, onde imperava o ramerrame, o homem atraiu as atenções. E pagou por isso, ficando na história da terreola.
Não por ter concluído a obra ou por tê-la abandonado, mas simplesmente por ter sido cognominado de “O brilhantina”.
Se sabia ou não de obras, não sei, mas sei o porquê da marca “O brilhantina”. É que punha tanto, tanto, tanto besunto no cabelo que não passava despercebido. E numa comunidade sem novidades, foi como que mel para moscas, todos de olhe nele.
E como a brilhantina era a moda naqueles dias, “O brilhantina” ficou, prótese que a má-língua local jamais ensaboou.
Hoje, obreiros de outras obras, mas igualmente descontentes com a obra capilar que a genética lhes implantou no cocuruto, também a guarnecem de coisa com aspecto tão azeiteiro como a brilhantina daqueles tempos. Depois da geração rasca, da geração X e da geração Y, temos agora a moderníssima geração gel, a brilhantina de marcas famosas e como ela gordurosas!
Com uma grande diferença: com crista! Ele vê-se cada crista de brilhantina gelatinosa…
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terça-feira, 2 de fevereiro de 2010
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