terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Ressuscitação politicamente assistida


Daniel Oliveira, no EXPRESSO, antevê o falecimento político de Sócrates e elabora sobre o momento do funeral – político, relembro! – em função da ascensão de Passos Coelho ao éden do PSD.

Sócrates, em quem acreditei em grande parte do primeiro mandato, está esfarrapado, desacreditado e exausto. Olhe-se com cuidado para a cara da criatura e o cansaço é evidente. O descrédito também se instalou, pois são tantas as tramóias em que se enleou ou se viu envolvido, que já ninguém acredita no pano, só se vêem nódoas.

Mas o homem é cascarrudo, tem a cassete lubrificada, por vezes é convincente e está protegido por uma paliçada de fiéis que sem ele nada são, pelo que irão com ele para a cova [política, obviamente!]. Também não esgotou todas as suas munições e a memória política é volátil.

Por isso, as contas do Daniel Oliveira podem sair furadas.

Por outro lado, o PSD, em contínua combustão lenta, anda em grandes dores de parto do novo superbarão. Por aí, Sócrates ainda não tem carrasco à sua altura. Mas, sendo os social-democratas um clã tão fértil, ninguém se surpreenderia se desse à luz "trapalhadas" tais que ressuscitassem o moribundo PM, livrando-o do funeral que a oposição quer festejar com foguetório.

Entretanto, o Zé Povinho diverte-se com a oratória, pergunta pelos juízes e chora pelo futuro de Portugal.

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