domingo, 28 de fevereiro de 2010

O meu país




Mão amiga ofereceu-me vários desenhos sobre O meu país nos quais prevalece o culto do derrotismo, só mostrando desgraças. Portugal é muito mais do que isso, bastando observar três indícios eloquentes:

- Número de carros: A 25 de Abril de 1974 poucos o tinham e hoje poucos o não têm.

- Férias no estrangeiro: A 25 de Abril de 1974 raros lá iam e agora vão muitíssimos.

- Número de alunos: A 25 de Abril de 1974 havia um liceu, uma escola comercial e uma escola industrial por capital de distrito e pouco mais. Nos dias de hoje temos uma escolaridade obrigatória incomparável. 1.772.252 crianças e jovens foram matriculados na educação pré-escolar, nos três ciclos do ensino básico e no secundário em 2006. No ensino superior teríamos 374.000 alunos em 2008. Arredondando, hoje Portugal terá cerca de dois milhões de alunos. Um quinto da sua população!

Claro que há problemas:

- Temos as maiores suspeitas de Sócrates;

- A droga não é combatida;

- A corrupção é assustadora;

- Os juízes deleitam-se com sentenças quilométricas enquanto os julgamentos se realizam anos depois dos factos e o da Casa Pia se eterniza;

- O futebol, as telenovelas e a vidinha das actrizes são as grandes causas nacionais;

- A hierarquia católica e o seu braço escatológico opus dei, a maçonaria e outros interesses obscuros são o bas-fond com grande poder;

- Muitos licenciados falam mal a língua portuguesa e escrevem-na pior.


Eu, tu, nós, temos grandes culpas no cartório.
O sistema político induziu estas desgraças, é verdade, mas não é menos verdade que:

- Embrutecemos de olho esbugalhado nos vários “Morangos com Açúcar”;

- Ignoramos o civismo, escarramos para o chão e guiamos como doidos criminosos;

- Somos frouxos a trabalhar;

- Elegemos corruptos;

- Não cumprimos horários;

- Endividamo-nos com a ganância do exibicionismo;

- Poucos assumimos a cidadania plena, comprometendo-nos na defesa dos nossos interesses legítimos e nos das comunidades onde vivemos;

- Enaltecemos os jeitosos que se safam com habilidades;

- Pactuamos com sindicalistas que não trabalham há dezenas de anos, mas que executam as estratégias dos seus partidos, mistificando o povo e os sindicalizados.


O meu país precisa que os Cidadãos sejam optimistas e se envolvam mais nas soluções e menos no bota-baixo.

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