terça-feira, 31 de dezembro de 2013

Os três melhores de 2013

 


Edward Snowden
Por ter posto a nu o planetário ataque dos EUA à privacidade humana.


Rafael Marques
Jornalista angolano, pelo seu continuado combate à corrupção, ao peculato e abuso de poderes pela cleptocracia de Eduardo dos Santos.


D. Jaquina Pinté
Que não se queixa das dores nas cruzes, que não chora os seus 90 nem tanto frio, tanto calor, nem a humidade ou a secura dos dias e que ainda dá um jeito ao neto desempregado.


Merecem, pois, por mérito inquestionável, o Galo de Barcelos, prémio de honra do Formigarras.

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Os três piores de 2013



José Sócrates e Passos
Ambos farinha podre
O primeiro por nos ter enganado e enterrado.
O segundo por ter dado um altifalante branqueador ao antecessor para escamotear as flagelações a Portugal e à esperança dos portugueses.


Vitor Gaspar
Fujão de luxo
Em pose pomposa papagueou receitas que nos fritaram.
Ao ver que o remédio matava, fugiu de rabo entre as pernas, mas, paradoxalmente, ungido por belo tacho.


Catroga
Pintelho dourado
Serventuário de luxo de quem quer que lhe ofereça um tacho!
É atualmente serviçal dos comunistas chineses.



Levam, por tão pouca vergonha e tamanho desaforo, o manguito de Rafael Bordalo Pinheiro, aqui convertido em marca Formigarras para afundadores de Portugal.

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segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

2014 Ano Ético sem desculpas de sofá meloso




Agora que 2013 nos deixa, começa o elenco mediático e facebuquiano de desgraças que nos deixou. Esquecendo algumas coisas boas!

Uma delas foi obra de todo um povo. Um pouco por todo o lado, dos cartunistas aos taxistas, dos jornalistas, aos estudantes do ISCTE e a raríssimos políticos.

De jovens no Clube dos Pensadores de Gaia, a gente comum que torce o nariz a trafulhices e aos que frente à Assembleia da República clamaram pela demissão do aldrabão.

É verdade, este ano teve uma vitória, a da Ética sobre o tráfico de influências, a da Dignidade sobre a aldrabice. Miguel Relvas, o aldrabão "ministro" braço direito do Passos demitiu-se por exaustão. Confessada na praça pública.

Exaustão do aldrabão que é um exemplo para os que defendem um Portugal governado por pessoas impolutas, por Estadistas, não por arrivistas sem escrúpulos nem fedelhos fura-vidas.

Foi a demonstração de como a persistência ética multipolar pode ser demolidora.

Lembremo-nos disso em 2014 forcemos a exaustão de uns quantos.

Motivos não faltam:

– Cavaco e as suas malcheirosas mais-valias SLN;

– Sócrates em auto branqueamento na RTP;

– O Presidente do Comité Olímpico Português que deu nova peanha ao aldrabão Relvas;

– O mentiroso Passos, sempre com cartas viciadas, sempre com jogo duplo;

– A D. Assunção que, do alto do seu carreirismo, chama criminosos aos concidadãos que se manifestam no parlamento.

Enfrentemo-los sem paninhos quentes nem desculpas com sofá meloso e 2014 será um ano melhor.

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segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

Uma notícia que nunca o deveria ter sido

 

Cameron Diaz, atriz norte-americana, publicou uma sua imagem de cara lavada e foi notícia jornalística.
http://www.dn.pt/inicio/pessoas/interior.aspx?content_id=3601534&seccao=ntv

Mais que notícia é um sintoma de grave doença. Não dela que, felizmente, além da cara lavada mostrou excelente saúde mental.

O drama é o mundo do fingimento, da fragilidade de muitas mulheres e da sua ânsia de parecer o que não são.

Fingem juventude e fingem beleza, mas na verdade nem o síndroma parecer mascaram. Querendo parecer mais bonitas, mais novas e mais atraentes, a única coisa que exibem é uma doentia fragilidade.

– Mulheres com a cabeça no sítio, informadas e senhoras de si vivem de cara lavada.

– Mulheres adultas, sem aspas, mulheres de bem com a vida andam de cara lavada.

– Mulheres inteligentes, que sabem como o marketing de besuntos vende ilusões a furta cores, tais mulheres vivem de cara lavada.

As outras, frágeis, macaqueando o que revistas e televisões lhes impigem, não distinguindo a natureza humana do negócio dos besuntos faciais, essas, besuntam-se. Para parecer... besuntadas!

A verdade é que só um mundo corrompido pela futilidade, fustigado pelas ilusões da publicidade enganosa, tem "jornalistas" que trazem à capa uma cara lavada apenas por estar lavada.

Parabéns a Cameron Diaz, que deu uma lição de lucidez e higiene à humanidade! E mostrou uma bela cara lavada.

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quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Militares dignos, não guarda pretoriana

 

Militares apelam a Cavaco para impedir a extinção do seu fundo de pensões
http://www.publico.pt/politica/noticia/associacoes-de-militares-apelam-a-cavaco-para-que-nao-promulgue-orcamento-de-estado-1616525

Não há quaisquer razões para os militares terem um fundo de pensões. O dinheiro que o alimentava vinha de 1% de contribuições voluntárias e de uma percentagem da venda de património do Estado afeto às Forças Armadas.
Por outras palavras, vendiam-se quartéis para reforçar as pensões dos militares!!!
Ora as pensões dos militares são pagas pela Caixa Geral de Aposentações e os profissionais deste setor terão salários e consequentes reformas algo acima da média. Porquê destinar-lhes verbas que tanta falta fazem para manter a operacionalidade de equipamentos e o treino de combatentes!? Eles próprios, nos últimos tempos, têm trazido para a praça pública a necessidade de mais recursos para estes fins.
E se um sargento ou guarda-marinha, capitão-de-fragata, major ou general, quiser melhorar a sua pensão de reforma pode sempre subscrever PPR.

É verdade que alguns países pagam principescamente às suas tropas, mas aí já não são verdadeiros cidadãos armados; aproximam-se muito de guardas pretorianas.

E os militares portugueses não quererão ser os guardiões de uma oligarquia opressora, protetora de interesses obscuros e à revelia do povo.
Por isso viverão como o povo, com os apertos do povo, sem fundo de pensões.

 

terça-feira, 17 de dezembro de 2013

TAP dá imortante ajuda à Guiné-Bissau

 


TAP não tem planos para voltar a voar para a Guiné  Os voos para o país estão cancelados
http://www.tvi24.iol.pt/503/economia---negocios/tap-guine-bissau-rota/1520219-6379.html

 
A TAP presta, assim, um notável serviço à Guiné-Bissau, especialmente ao seu povo martirizado pelos anarco-narco-golpistas.

Mesmo que, de imediato, os potenciais passageiros sintam dificuldades na sua mobilidade, a prazo os guineenses ficam a ganhar.

De facto, com este gesto, a TAP e Portugal, dão um sinal firme à tropa fandanga de que a sua recorrente barbaridade não é tolerada.

E uma sequência de sinais minará a prepotência golpista, porá a nu a caricatural imagem de pau mandado do "governo" local e mostrará aos Cidadãos anti-golpe que não estão sós.

E com a DEA, agência americana de combate aos narcotraficantes, no encalço dos cabecilhas fardados, quem sabe se não surge um grupo de militares honestos que lhes deite a mão!

Este cenário pode ou não concretizar-se, é verdade, porém, se nada se fizer, nada mudará. E a TAP fez. Fez mais pela normalização da Guiné do que a própria ONU.
Fez algo importante, deu um pequeno grande passo.

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segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Abraços que são prendas de Amigo




Boas festas, amigo!
 
É uma frase natalícia, não mais que frase, que começa agora a inundar o facebook, o correio-e e outros canais intangíveis.

Fingindo afetos autênticos não passa de automatismo de plástico, eh pá tem de ser, pois é, não é!?

Uma mentirita banalizada, que é uma singela ilusão.

De amigo não é, certamente, que amigo do seu amigo não dá abraços eletrónicos nem manda beijinhos insonsos através de uma qualquer rede digital, impessoal, assética, macaqueada!

Ilusão é, isso sem qualquer dúvida, pois mascara sentimentos com recados e confunde chinfrim com amizade.


Convide para jantar, mande flores ou chocolates, uns queijinhos lá da terra ou uma garrafa do coração, uma coisita com pregas ou bolos com prazo curto. Mande ou convide.

Melhor ainda, esprema as costelas dos amigos com abraços chorosos, palmadas façanhudas ou de bochechas coladas.

Mas, pela sua rica saúde, não mande tretas eletrónicas aos seus amigos. A emoção é produto de neurónios compinchas, com memória; não de eletrões sem alma nem história!

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sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Narco-anarco-ditadura ri-se de Portugal


Guiné-Bissau: Suspensos funcionários de serviço no dia do embarque dos cidadãos sírios
http://www.jornaldigital.com/noticias.php?noticia=39516

Os bandidos armados desta ditadura militar continuam a saborear a impunidade.

Desta vez com fogo-de-vista para inglês ver, que só ilude incautos.

E rir-se-ão de Portugal se a TAP voltar a Bissau enquanto atormentam o povo guineense com assassínios, espancamentos e arbitrariedades sem fim.

Tenham Passos e Portas uma pitada de sentido de Estado, uma pitadita que seja, e jamais a TAP voltará àquela rota durante a vigência da ditadura dos golpistas de 12 de Abril de 2012.

Veremos. Embora com pouca fé.
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quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Guiné sem TAP até prisão dos golpistas



Já não era sem tempo!

A TAP suspendeu os voos para Bissau depois de pressões para transportar para Lisboa sete dezenas de sírios indocumentados.

Há inclusive notícias de que a tropa fandanga, de Kalashnikov em punho, coagiu os pilotos para embarcar aqueles cidadãos da Síria com falsos documentos turcos. Apesar de a fraude ter sido verificada inequivocamente.

Portugal tem responsabilidade na reprovação dos golpistas de 12 de Abril de 2012 e do pretenso governo por si imposto.

Temos uma longa ligação histórica, o guineense comum é pessoa de bem e Lisboa é uma porta de escape às arbitrariedades e crimes medievais de tais golpistas.

Se, face à tumultuosa situação síria, se compreende o desespero que levou aquelas dezenas de pessoas a procurar segurança através de passaportes falsos, já é intolerável o comportamento da anarco-narco-ditadura guineense.

O regime golpista pisou o risco! As relações entre Estados assenta na confiança mútua e o transporte aéreo exige estritas regras de segurança. Ambas foram espezinhadas no início da semana pelos bandidos armados instalados no poder na Guiné-Bissau.


Por isso, fez bem a TAP em reagir assim à última gota de prepotência violenta.

E melhor fará Portugal em interromper sine die todos os voos da transportadora aérea para aquele território* até à reposição de padrões civilizacionais.
 
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 * Não é Estado, pois só o é enquanto são respeitadas normas constitucionais, há obediência militar ao poder político e o direito prevalece sobre a barbárie da força bruta.

No caso da Guiné-Bissau, só a deposição da cúpula militar e a sua prisão em cadeia estrangeira o garante.

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terça-feira, 10 de dezembro de 2013

ENVC – Meia verdade encobre incompetência

 
 
O presidente da Empordef afirmou que a rejeição, pelos Açores, da encomenda de dois ferryboats aos Estaleiros de Viana representou a "certidão de óbito" da empresa.
http://expresso.sapo.pt/rejeicao-dos-acores-matou-estaleiros-de-viana=f845263#ixzz2n3hNCstH

O presidente da Empordef disse uma meia verdade.

A verdade, a verdade por inteiro, a que matou os estaleiros, foi a incompetência técnica.

De facto, o Governo Regional do Açores rescindiu o contrato de compra de dois ferris aos Estaleiros Navais de Viana do Castelo porque o primeiro, Atlântida, não atingia a velocidade contratada.

É claro que houve aqui uma outra gritante incompetência da administração dos estaleiros e do próprio governo nacional. A juntar à incompetência da construção naval.

Se tivesse sido apenas a velocidade a fundamentar a rescisão, se ela não fosse muito inferior à contratada, as coisas podiam ter-se composto através de indemnização compensatória. E o assunto jamais teria tido atenção jornalística.

Os Açores não deixariam de ter bons navios inter ilhas e não seria a meia dúzia de nós a menos a toldar as deslocações de ilhéus, continentais ou turistas estrangeiros. Ou impedir entregas de mercadorias a tempo e horas.

Obviamente que, a partir do primeiro eco televisivo da anomalia, o garrote começou a esganar a empresa.

Tivesse a administração sido pró-ativa, largado os confortáveis cadeirões lisboetas * e zarpado de armas e bagagens para os Açores e nem uma gota de tinta teria sido impressa sobre a velocidade do Atlântida.
 
Mas não terá sido a velocidade a única maleita, a crer nesta notícia do EXPRESSO http://expresso.sapo.pt/dizem-que-e-uma-especie-de-navio=f503076. 
 
Não se pode, por isso, de boa fé, acusar o Governo Regional dos Açores seja do que for. Cumpriu a sua parte e defendeu a boa aplicação dos recursos que gere.

 
Outra questão, talvez a causa destas ineficiências técnica e de gestão, seja a da tutela dos estaleiros, o Ministério da Defesa.

Uma empresa de construção, construção seja do que for, de navios ou parafusos, de sonares ou armamento deve ser tutelada por um ministério especializado em produção. Aí se trabalham estudos de mercado, custos e preços, tecnologias, tendências tecnológicas e indicadores de gestão. E muito mais.

Na Defesa o alvo é outro, não a construção de navios. E esta observação assenta direitinha no Arsenal do Alfeite.

Por tudo isto, a concessão à Martifer do espaço e equipamento ainda à responsabilidade dos ENVC deverá rapidamente ser transferida para o Ministério da Economia. Para que não tenha tão custoso destino. E a própria Empordef precisa de urgente guia de marcha para o mesmo ministério.


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* Ouvi recentemente que havia administradores dos estaleiros com escritório em Lisboa e não em Viana do castelo.

sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

Republic

A rainha Isabel II cedeu ao Governo britânico a gestão financeira dos palácios reais. Várias centenas de cartas trocadas entre a soberana e o Governo britânico mostram os esforços constantes da família real em obter verbas adicionais.

Em reacção a estas informações, o movimento Republic, organização que exige a abolição da monarquia, pediu mais uma vez "uma revisão completa e pública" das finanças reais. "O contribuinte britânico não é a carteira da família de Windsor", disse o porta-voz do movimento, Graham Smith. http://dn.sapo.pt/inicio/globo/interior.aspx?content_id=1669578&seccao=Europa

São bons sinais.

Mostram a irresponsabilidade social daquela corte e a indiferença de um magote de inúteis pelo custo da sua ociosidade sumptuosa.

A República Britânica não será instaurada já amanhã, nem sequer submetida a referendo em breve e é pena.

Porém, o mundo fica a saber que o folclore dos chapéus leguminosos de tantas fúteis criaturas, dos soldados de chapéus emplumados e dos cavalos engalanados, não passa de chamariz turístico.

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quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

O cabo e os nós - Contito

Ou como não se deve gozar com especialistas
 
 

 
Recebeu um pedido de informação do chefe e abriu a base de dados, selecionou o produto e ao pesquisar o preço foi aí que o cabo deu cabo da tarde. Olhou para a ligação à rede e estava a piscar, deu duas palmadas no monitor a ver se era mau contacto e ficou tudo na mesma. Levantou o teclado a aplicou-lhe a PFS com que o programador caga-códigos identifica uma pancada forte na secretária e o pisca-pisca manteve-se. A resmungar contra o Governo, a Maçonaria e a Opus Dei, levantou-se e foi ver se o cabo estava conectado e, na dúvida, apertou dois parafusos verdes que lhe cheiraram a frouxos.
Voltou a sentar-se com um optimismo que rapidamente se converteu em desilusão e esta certamente ia dar em PIT, coisa que nem sequer lhe passara pela cabeça. Telefonou à assistência e, numa voz melosa, a menina afectada do secretariado técnico leu-lhe a cartilha.
-   Não posso fazer nada, tem de mandar um PIT, já sabe! Sabe como é, são as normas… o chefe é um guloso por PITs…
Com um piii gutural a ameaçar fugir-lhe boca fora, ajeitou o teclado para abrir o SIM-PORR, mas parou de repente ao ver que a avaria nem pusera o ecrã às riscas. Voltou a telefonar à boazona falsa-sonsa do secretariado e, num tom já toldado pela raiva, mal a ouviu fulminou-a à queima-roupa:
-   Como é que a menina quer que mande o PIT, se a avaria nem me dá acesso ao SIM-PORR!?E não se esqueça que isto é uma CAC!
-   Não interessa, até podia ser uma MIJ, são ordens, use aí o pc do colega que está de férias e mande o PIT para cima. E não se esqueça de dizer que é CAC para irem mais depressa! lembrou ela, muito profissional.
Evaristo, com trombas de peru de engorda, lá ligou o pc do colega e mandou o PIT e ao PIT seguiu-se a visita de dois técnicos SIM-PORR. Ora um ora outro, ligaram e desligaram, massajaram cabos e apalparam todas as fichas uma a uma, fizeram sucessivos log off e shut down à procura da marosca do computador que estava a dar cabo da tarde. Sem qualquer resultado. O pisca resistia estoicamente às puxadelas, aos apalpões, às carícias, às súplicas divinas e aos suspiros técnicos. O mais alto começou a suar em bica e ao outro deu-lhe tal nervoso miudinho que não parava de rir a bom rir.
A um canto, com cara de gozo, o Evaristo não só ria do riso do outro, como provocava os dois inquietos técnicos que se sentiam tão incomodados pela chacota dele como frustrados pela coisa de que não descortinavam a causa:
-   Vocês saíram-me cá uns artistas, seus SIM-PORR! Aparecem aqui de mãos a abanar, vê-se mesmo que nem sabem o que é um voltímetro! Nós, do Técnico, somos técnicos, temos equipamento e sabemos usá-lo!
Porque non te callas?! ainda quis brincar o mais baixo, mas o Evaristo não descolou:
-   Oh homens do diabo, vocês não se safam só a cheirar as extremidades, olhem-me para o miolo dos cabos, é aí que os eletrões se cruzam com os protões e às vezes ficam na cavaqueira! É isso que entope…
Tanto insistiu que os SIM-PORR lá se resolveram a trocar cabos noutras fichas e rapidamente concluíram que o cabo tinha pifado, por ele não passava nem pinga de sinal, nem que o soprassem com bafo de bolo de mel da Madeira. Saíram ambos a uma piscadela de olho e, ao voltarem do armazém com um cabo novo, vinham sorridentes e com olhares cúmplices.

Ligaram o cabo às fichas da rede e do PC, confirmaram que o computador ressuscitara e simularam testes à espera que o Evaristo se distraísse. Mal se sentou a atender uma chamada e se virou para os documentos, os dois SIM-PORR enrolaram-lhe o cabo à cintura, passaram-lho pelo pescoço e braços, deram três laçadas na cadeira e quatro nós na secretária. Tudo num instante, à velocidade de uma bicada de vírus sem firewall. O Evaristo, a atender um cliente importante, dos que dão boas comissões nas vendas, não gostou da brincadeira, mas nem parou “…pois sim, cetôr, pois conceteza cetôr, pode ficar descansado cetôr!”

Ao pousar o telefone quis levantar-se, mas estava completamente imobilizado, amarrado que nem um paio de porco preto de Barrancos. Os nós tinham sido obra de especialista, antigo marujo da Sagres! E na Marinha, nó que é nó não é um Evaristo qualquer que o desata. Ia pagar caro o que gozara com os SIM-PORR que, entretanto, zarparam para fim-de-semana com cínicos gestos de adeus e até segunda.
Nem conseguiu agarrar no telefone que lhe caíra ao desligar do cliente sim, cetôr e muito menos usar o computador, pois as mãos estavam a milhas do teclado, tornando impossível qualquer mensagem, mesmo invocando a CAC que tinha em mãos.

Horas depois, acordou estremunhado quando, na ronda da meia-noite, lhe cortaram o cabo avariado que o amarrava. Nem agradeceu ao segurança, pois o sonho com a falsa-sonsa estava a deliciá-lo. Tinha sonhado com ela a despir-se dessa dissimulação e que também despira a saia plissada para se aconchegar a ele e o aquecer no regelado armazém dos cabos novos…


Códigos
SIM-PORR – Sistema Integrado de Informação, Manutenção e Procedimentos Operacionais de Reparação Remota
PIT – Problema Impede Trabalho;
CAC – Chefe a Clamar;
MIJ – Muito Urgente – Impede Jogos.



© Manuel A. Madeira
Lisboa, 25.Set.2008

quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Fazer dos deputados pessoas

 

Apesar do artigo 13º da Constituição da República Portuguesa proclamar a igualdade entre os Cidadão, mais à frente, o artigo 157º desdi-lo. E faz dos deputados baronetes medievais. Recupera o padrão da aristocracia, mas com vestes parlamentares oligárquicas.

De facto, atribui aos deputados privilégios – não são direitos, apenas abusos corporativos – tais como
1. Os Deputados não respondem civil, criminal ou disciplinarmente pelos votos e opiniões que emitirem no exercício das suas funções.

2. Os Deputados não podem ser ouvidos como declarantes nem como arguidos sem autorização da Assembleia…

3. Nenhum Deputado pode ser detido ou preso sem autorização da Assembleia, salvo por crime doloso…

4. Movido procedimento criminal contra algum Deputado, e acusado este definitivamente, a Assembleia decidirá se o Deputado deve ou não ser suspenso para efeito de seguimento do processo…

 
a) Adiamento do serviço militar, do serviço cívico ou da mobilização civil [Artº 158º]

O que lhes permite caluniar, defraudar e cometer crimes sem risco imediato de serem apanhados nas malhas da lei!!! Além de não defenderem a Pátria quando a Pátria está em perigo.

A caricatura de Estado de Direito é tal que já tivemos casos em que a AR pergunta ao deputado alvo do dedo judiciário se quer ou não ir a tribunal. Ou seja, pergunta-se ao rato se quer continuar a ratar…

Tudo isto tem de ser revogado. Os representantes do povo não podem ter imunidades – comadres corporativas das impunidades – recusados ao próprio povo.

A revisão da constituição impõe-se, por isso, não para dar cobertura a interesses de que o Passos e o Relvas, o Portas e o Cavaco subtilmente representam, mas para nivelar os deputados com os Cidadãos

E uma classe política que, à míngua de dignidade, invoca o direito comparado para se impor aos concidadãos, bem pode inspirar-se na lei italiana de 2005 que expulsa do parlamento os políticos condenados a prisão.

Quando aqueles privilégios foram expurgados da Constituição, os portugueses verão a Assembleia da República com outros olhos, ao contrário da descrença total de hoje!

Pode demorar, mas a igualdade terá de ser, um dia, a trave-mestra do Estado que orgulha os portugueses e não a fingida mascarada que os envergonha e amesquinha.

Nesse dia, a Assunção Esteves, a poucachinha carreirista que quer castigar quem usa a casa dos representantes para lhes resistir, estará a escrever as suas memórias. Enquanto nós, exultaremos com a sua saída de cena, banindo-a das nossas memórias.
 
!!!!!
 

terça-feira, 26 de novembro de 2013

Ciganos mascaram preguiça com cultura



Comunidades ciganas estão a mudar com a emancipação das mulheres
Encontro Nacional de Mulheres Ciganas vai realizar-se pela primeira vez para discutir os seus problemas
http://mulher.sapo.pt/atualidade/em-foco/artigo/comunidades-ciganas-estao-a-mudar-com-a-emancipacao-das-mulheres


Muitas ciganas são exemplos para os próprios maridos, exemplos que eles não seguem. Por preguiça.

Elas trabalham enquanto eles não mexem uma palha.

É vê-los, feitos paspalhos, sentados ou a cirandar sem norte nem destino, enquanto elas não param de procurar clientes. A Pascoal de Melo, em Lisboa, é um bom local para ver esta exploração familiar da mulher pelos preguiçosos maridos.

Fosse Portugal um Estado, especialmente se fosse um Estado de Direito, e a emancipação das ciganas seria uma realidade em poucos anos. Bastaria aplicar a lei da escolaridade obrigatória!

A verdade é que os ciganos, os homens, atrás da máscara da cultura, proíbem as filhas de seguirem estudos. Poucas vão para lá do ensino básico.

Dizia um, ainda há bem pouco tempo, na televisão, que as meninas têm de seguir a cultura cigana, cozinhar, tratar da casa e dos filhos. Isto nada tem a ver com cultura, é apenas um pretexto. Tal como os talibãs afegãos, o que eles verdadeiramente pretendem é eternizar a exploração das mulheres. É-lhe tão útil sentar-se à mesa e comer, comer as refeições que elas prepararam depois da venda.  
– Oh Maria, quando é que a sopa pronta?

– Oh Maria, traz o almoço!

– Oh Maria, puseste pouco, mal sabe a funcho...

– Oh Maria, fazes caldo pra logo?

– Oh Maria, diz à tua filha para trazer a água.

– Oh Maria, até berra, tem sal a mais!

– Oh Maria, não sabe a nada, nem uma pedra de sal le prantastes.

E porque não hão-de os ciganos, os pais e os filhos, cozinhar refeições, limpar o rabo aos meninos, em suma, partilhar tarefas!?

Por uma simples razão: é muito mais cómodo chamar cultura à sua preguiça e mandriar. Pois se até os jornais lhes dão palco para a grande manha!

segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Vaidades hortofrutícolas em hípica competição


É verdade que há corridas de cavalos em Ascot, mas parece, cá de longe, que a corrida mais impressionante é a das ociosas madames pelo mais espampanante chapéu.

E embora sejam tantos e de tão variados formatos e cores, a verdade é que predomina a inspiração hortofrutícola, aqui e ali a mesclada com plumagens da mais sortida fauna.
 
Ora o dicionário http://www.priberam.pt/dlpo/chapéu chama chapéu a
Cobertura, geralmente formada de copas e abas, para a cabeça.

O que, bem vistas as coisas, caro leitor, estimada leitora, nos impele a ver quantos aqui encontramos.

Vá lá, conte, conte bem...







 



 

 
 
Então, quantos encontrou?
Vá lá, confesse, valeu por duas telenovelas, não!?

!!!

domingo, 24 de novembro de 2013

Incendiário milagre linguístico

 


Ou como educadíssimas mães de família dizem uma das maiores obscenidades da língua portuguesa. Mascarada, contudo!

Educadas segundo padrões de total rejeição do impropério, seria impensável ouvirem-se-lhes os mais comuns, nem mesmo perante adversidades como picar um dedo, quase serem atropeladas ou a sua equipa falhar um penalti.

Obviamente que este ensaio se reporta ao pós adolescência, que até lá não há meninas-bem imunes à curiosidade nem ao desafio do pisa risco. Mesmo que entre risinhos cúmplices!

Voltemos então ao demográfico universo mulheres 18-60, licenciadas ou mestres em Faculdades de Letras, sem ocupação profissional ou quadros superiores de empresas familiares, católicas conjunturais e mesada ou rendimento anual 25.000 - 50.000.

Não se encontra neste segmento quem, no dia-a-dia ou em encontros familiares, na discoteca ou nas festas casamenteiras, empregue um simples porra, um inexpressivo caraças ou o justiceiro filho da puta. Uma exceção apenas, o galicismo merde, dito em tom lânguido.

Ora estas mesmas alminhas que tanto se consomem na contenção beata, sempre contidas, sempre perentórias, derretem a máscara com o milagroso Fogo!

A verdade é que a última década do século 20 foi palco desta prodigiosa inovação linguística, a atribuição a este ancestral substantivo do caráter de adjetivo interjecional!

Que, aliás, logo foi profissionalizado por uma empresa pública, os CTT, que sem pudor nem recato, mas com indecorosa ganância comercial o replicou com gingas sonoridades: Phone-ix.

E assim se banalizou um dos mais grosseiros, rebuscados e superlativos impropérios da nossa língua.

Foda-se...

!!!

sexta-feira, 22 de novembro de 2013

PSP – Demissão da cadeia de comando

 
 
O Diretor Nacional da PSP caiu, impelido pela indisciplina policial demonstrada ontem frente à Assembleia da República. Caiu ou foi empurrado com punhos de renda.
 
Faltam as demissões dos responsáveis do comando operacional nacional, dos comandantes da Unidade Especial de Polícia e do Corpo de Intervenção, assim como dos que estiverem à frente dos destacamentos posicionados no perímetro da Assembleia da República.
 
É intolerável que unidades da PSP destacadas para proteger o parlamento tenham cedido à arruaça dos seus colegas manifestantes sem mexer uma palha.
 
Os polícias que se manifestaram conhecem, melhor do que ninguém, os limites que a lei lhes impõe. Apesar disso, a coberto da cúmplice inoperância dos seus colegas de serviço, derrubaram as grades de segurança e subiram a escadaria, vedada a manifestantes por aquela mesma lei.
 
Ambos os lados enxovalharam a PSP, expuseram-na à galhofa nacional, o que justifica uma profunda reflexão.
 
De imediato, a demissão da cadeia de comando policial envolvida no incumprimento dos procedimentos de ordem pública previstos para tais situações.
 
E a curto prazo, a ponderação do estatuto da PSP e dos seus agentes, isto é, a integração de todo o seu contingente na GNR. Obviamente com regulamento militar, de modo a evitar esta permeabilidade a manobras de intimidação à democracia portuguesa.
 
O que aconteceu, de facto, tem fortes traços das ações de massas do PC, em que a corda é esticada de olho na linha vermelha. Ontem, porém, foi esticada para além do limite.
 
Apesar de ter sido uma fingida invasão da AR, nunca uma democracia consolidada permite que forças de segurança sejam condicionadas pelo corporativismo. Independentemente da justeza das reivindicações, sejam elas de quem forem, polícias incluídos.
 
E seja qual for o partido no poder, por mais contestáveis que sejam as suas medias, nunca uma organização policial pode deixar de proteger as instituições, o património nacional e a segurança dos cidadãos. Ontem, a PSP não cumpriu a sua missão.
 
Agora, esgotado o lamentável espetáculo, falta a reposição da disciplina, sancionando quem não cumpriu os seus deveres. E sem contemplações, para obter um durável efeito vacina. É bem melhor despedir já meia dúzia de oficiais de polícia do que, num horizonte não muito distante, ter de mobilizar a GNR ou o Exército para travar desacatos que desacreditem a polícia, fragilizem a democracia e apoucam Portugal.
 

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Entretanto, a propósito deste grave incidente, a presidente da AR exibiu a sua pequenez política. Ao congratular-se por tudo ter acabado em bem, escamoteando a desordem policial, demonstrou não ter perfil de estadista. Ora o país precisa, como segunda autoridade do Estado, mais do que sorrisos amarelos.
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quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Velhos do Restelo refreiam Língua Portuguesa


 
Desde o Testamento de Afonso II aos "Os Lusíadas" e do "Formulário Ortográfico de 1911" aos nossos dias, muita tinta esguichou em mexidas na ortografia portuguesa. O que é normal, o mundo roda e as línguas seguem essas voltas. Incluindo a nossa!

Mas há uns persistentes conservadores que lapidam liminarmente o Acordo Ortográfico de 1990 como se de heresia lesa Pátria se tratasse.

Claro que o AO 1990 carece de retificações e elas terão de ver a luz do dia. E já tardam.

Mas daí a continuarmos a escrever como D. Afonso Henriques ou a revermo-nos na grafia das Ordenações Afonsinas vai um exagero inconcebível.

Por isso, aqui ficam alguns marcos da evolução do português, à laia de lembrete, para que não percamos a perspetiva histórica. Sem ela só vemos um período ortográfico, aquele a que nos habituámos, desde que desenhávamos as asinhas dos a e os laços dos e.

 
Dê o leitor uma espreitadela nos endereços seguintes e verificará o quão evoluiu a nossa língua desde que D. Dinis, em 1290, decretou que a "língua vulgar" (o galego-português) fosse usada em vez do latim na corte, e nomeada "português". http://pt.wikipedia.org/wiki/Hist%C3%B3ria_da_l%C3%ADngua_portuguesa


E a evolução continuará. No português falado, no português escrito e nos próprios Velhos do Restelo, que um dia cairão em si!
 
Testamento de Afonso II
O mais antigo documento oficial escrito em português que existe, datado do ano 1214.

Reformas ortográficas da língua portuguesa
 
História da Ortografia do Português

Formulário Ortográfico de 1911

 
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terça-feira, 19 de novembro de 2013

Partido Livre é escravo da droga

 


O novo partido de Rui Tavares, o Livre, inclui a ecologia no seu pacote ideológico e a papoila como imagem de marca.

Não marcará muitos pontos. É verdade que a papoila é bonita e que a estilizada flor do Livre é impressiva:



Mas é um opiáceo.

E embora dê belos contrastes aos verdes prados, também dá a Portugal a permanente lembrança de tantas vidas destroçadas pela droga.

Com a escassez de explicações para tão tóxica ideia, a verdade é que ela está a uma passa do promotor do livre drogar-se do defunto PSR.

Mas, para lá da insensibilidade politica demonstrada por tal ícone, a liberdade, a esquerda e a Europa são boas apostas para o arranque do partido. O mesmo se dirá da ecologia, desde que a papoila não sirva para hipnotizar nem para atormentar o povo português.

Fonte: https://www.facebook.com/LIVREoficialpt?hc_location=timeline

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segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Conta e tempo



Este soneto, obra prima do trocadilho, foi escrito no século XVII por António Fonseca Soares.
Tem de se ler devagar, devagarinho, com tempo, sem o tempo a contar.


Conta e tempo

Deus pede estrita conta de meu tempo.
E eu vou, do meu tempo, dar-lhe conta.
Mas, como dar, sem tempo, tanta conta,
Eu, que gastei, sem conta, tanto tempo?


Para dar minha conta feita a tempo,
O tempo me foi dado, e não fiz conta.
Não quis, sobrando tempo, fazer conta.
Hoje, quero fazer conta, e não há tempo.

 
Oh, vós, que tendes tempo sem ter conta,
Não gasteis vosso tempo em passatempo.
Cuidai, enquanto é tempo, em fazer conta!


Pois, aqueles que, sem conta, gastam tempo,
Quando o tempo chegar, de prestar conta
Chorarão, como eu, o não ter tempo...
 
 
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