quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Legião Estrangeira normaliza Guiné-Bissau

Seis meses depois da publicação inicial e no dia seguinte aos 40 anos de pseudo-independência, esta repetição mais não é do que um apelo a quem puder ajudar a Guiné-Bissau.



Isto é uma miragem, pois França só intervém onde tem interesses ou em nome da Pax Americana, embora a liberdade dos povos integre o seu dicionário retórico e diplomático.
Pois bem, vamos fingir que era a sério e que a Legião, em lavagem de cestos no Mali, no regresso parava na Guiné-Bissau para arrumar a casa.

Ora “vejamos” o estado-maior legionário a planear a operação.

Apoios

O povo guineense receberá a legião de braços abertos, apoiando-a no resgate da prepotência, das ameaças e dos crimes cometidos pela tropa fandanga que os domina.

Civis de várias associações e sindicatos que muito já denunciaram os crimes e a prisão domiciliária em que a tropa os colocou na sua própria terra.

Raros militares e polícias nunca envolvidos em golpes de Estado.

Inimigo

– O golpista chefe do estado-maior Indjai e toda a linha de comando até às subunidades e todos os militares envolvidos em golpes de estado, crimes de sangue e tráfico de drogas.

Todos os políticos associados aos golpistas dos vários golpes.

Estratégia
Fase 1. Colheita de informação
Identificação de chefes militares, seus hábitos e casas de recuo.

Localização de armamento, equipamento, paióis e viaturas.

Fase 2. Operações Especiais
Decapitar o comando central, os regionais e os das unidades melhor treinadas e equipadas, prendendo ou neutralizando os chefes atuais e os anteriores envolvidos em crimes de sangue e tráfico de drogas. Nas suas casas.
Capturar os políticos apoiantes dos golpistas instalados.

Fase 2. Bombardeamento aéreo
Bombardeamento maciço de alguns quartéis, nomeadamente o de Mansoa, recorrentemente associado aos assassínios e desmandos cometidos desde há décadas.

Fase 3. Perseguição e neutralização de comandantes e políticos cúmplices
Capturar ou neutralizar com meios aéreos e golpes de mão os comandantes fugitivos ou que enfrentem a legião.

Rescaldo
Nomear um Alto-comissário da ONU para dirigir o território nos próximos 5 anos, renováveis, com mandato para promover eleições gerais e presidenciais em 2018.
Manter em prisão, fora da Guiné, até ao julgamento pelo TPI, todos os cabecilhas de todos os golpes de estado, militares e civis, seus associados e cúmplices.
Dissolver as chamadas forças armadas e entregar os quartéis a ONG que os requalifiquem para fins civis.
Atribuir à polícia as funções de segurança interna e fronteiriça, reforçando a formação dos seus quadros.
Pedir ajuda ao Banco Mundial para relançamento da economia.
 
* * *
Sim, falta aqui muita coisa, pois falta. Mas também falta a determinação da Comunidade Internacional para acabar de vez com a criminalidade político-militar guineense.
Quanto tempo demoraria uma intervenção com o objetivo de derrotar a tropa fandanga, aprisionar os seus testas de ferro políticos e pôr a Guiné no mapa da civilização?
Não seria uma operação tão simples como a do Mali, onde a Legião Estrangeira desbaratou rapidamente o grosso das forças do islão expansionista. Com satélites de olho no inimigo e grande mobilidade, foi devastadora porque combateu em terreno aberto.
Na Guiné, uma intervenção de surpresa poderia provocar a derrocada da hierarquia de comando em todo o território. Porém, ainda ali há muitos veteranos com grande experiência de combate e o terreno é particularmente adverso para operações terrestres.
Só um trabalho político simultâneo, sério e com pessoas credíveis, com as mãos limpas e insuspeitas de terem pactuado com os golpistas e traficantes de droga garantiria o sucesso em poucos meses.

Dos poucos países com condições para um envolvimento desta natureza, talvez só o Brasil o possa fazer. Era bom para os guineenses que o quisesse fazer.

Enquanto isso não acontece, continua o desmantelamento das frágeis estruturas políticas, a "soberania" das Kalashnikov e o flagelo popular da desesperança.

???

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