Conflito luso-espanhol.
Cavaco não foi às Selvagens agarrar uma cagarra
Há poucos anos o rei espanhol foi à Madeira e houve quem
acreditasse que o turismo madeirense ficava a ganhar com a visita, dado o
impacto mediático da coisa.
Lá esteve o PR a apaparicá-lo e esteve igualmente a banda de
Olivença levada por Juan Carlos.
De Olivença meus senhores, Olivença, uma terra portuguesa
pelo Direito Internacional e que Espanha recusa restituir à nossa soberania.
Pois o dito rei, que viveu muitos anos no Estoril e tantas vezes se
disse amigo de Portugal, levou a banda de Olivença para exibir a arrogância do
estado espanhol. Com o silêncio traidor do Cavaco.
Entretanto, Rajoy, o PM de Madrid, acusado de corrupção, atira
agora tiros de pólvora seca sobre Gibraltar, para desfocar as atenções que atraiu. E também flagela Portugal e as Selvagens.
O razoável seria que Portugal usasse esta oportunidade
diplomática para recuperar Olivença numa negociação quadripartida com o Reino
Unido, Espanha e Marrocos (Ceuta e Melilla colónias espanholas).
Mas enquanto não se toma uma determinada iniciativa nesse sentido,
pelo menos que seja acautelada a nossa soberania sobre as Selvagens junto da
ONU. De facto, há que prevenir, pois confirma-se ciclicamente, de Espanha nem bom vento...
1 comentário:
A ESPANHA CONTRADITÓRIA
(TÍTULO ORIGINAL:ESPANHA CONTESTA POSSE PORTUGUESA DAS ÁGUAS DAS SELVAGENS)
O Estado espanhol parece estar a iniciar um ciclo de reivindicações cujo aspeto contraditório não pode escapar a qualquer observador atento.
Na verdade, após Gibraltar, Madrid contesta a interpretação que Lisboa faz da soberania das águas que rodeiam as Ilhas Selvagens. Fá-lo... ao abrigo do Direito internacional.
Não pretendo discutir se a Espanha tem ou não razão. O que é espantoso nesta atitude é o facto de Espanha usar várias e opostas interpretações do mesmo Direito Internacional. Madrid parece não se dar conta de que está a "brincar" com coisas MUITO SÉRIAS (NOTA: A FRASE SEGUINTE FOI CORTADA, E SURGE NO JORNAL (...)e a despoletar indignações e a mexer num vespeiro.FIM DO "CORTE")
Os dirigentes espanhóis não se dão conta de que, ao reivindicarem Gibraltar com base nas teses anticolonialistas das Nações Unidas, terem de aceitar a validade das reivindicações de Marrocos sobre Ceuta e Melilla.
Madrid parece não ter consciência de que agitar regras do Direito internacional (tenha ou não razão) em relação à Zona Económica Exclusiva das águas das Selvagens a faz cair numa abissal contradição, já que, em relação a Olivença, mantém uma situação de claro NÃO CUMPRIMENTO das determinações de 1814/15 e 1817, tomadas em Congressos Europeus onde esteve presente e de que foi signatária.
Alguns articulistas e comentadores, a propósito ainda e apenas dos recentes acontecimentos em Gibraltar, optaram por não referir Olivença, ou por destacar o contraste entre a posição "cautelosa e prudente" da Diplomacia portuguesa ao reivindicar esta cidade (ou vila) alentejana de forma discreta e a "fúria" despropositada da Espanha no que toca às exigências sobre o Rochedo.
O que estas notícias vêm aparentemente abrir caminha é à convicção de que Madrid não parece disposta a ouvir opiniões e razões que não sejam os seus, a fazer respeitar os tratados que lhe convêm, e que pouco lhe importam as consequências que tudo isso lhe poderá trazer. Este posicionamento pode abrir o caminho a numerosas crises e tensões, que não creio que venham a beneficiar minimamente ninguém, muito menos o Povo Espanhol.
Resta ver qual vai ser a reação em Portugal. Continuar com a cabeça mergulhada na areia?
Estremoz1 de Setembro de 2013 Carlos Eduardo da Cruz Luna
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