Há pouco mais de três semanas,
condecorar Sócrates dava títulos graúdos.
Os
seus amigos do PS lançavam o isco mediático a Belém no encalço do Grande Colar
da Ordem do Infante D. Henrique atribuído por Cavaco a Durão.
Por já ter ecos das investigações
policiais a José Sócrates ou porque não o considerava digno da sua bênção, a
verdade é que Cavaco ignorou o assédio.
E
hoje, dia seguinte à prisão preventiva de Sócrates sob acusação de corrupção, fraude fiscal e branqueamento de capitais, a ansiada medalha esfumou-se
com estrondo. Para sempre.
Não se condecora um suspeito de tais crimes e nem os seus mais
acérrimos defensores se atrevem a voltar ao tema. Nem agora nem no futuro.
Condecorar Sócrates também seria um
absurdo branqueamento do desgoverno de quem afundou Portugal, vergando-nos ao jugo da tróica.
Condecorar Sócrates seria indultá-lo do
mal que fez a Portugal.
Mas não foi o PR a tirar-lhe o tapete. Não
tivesse Sócrates enveredado pelos lamacentos terrenos que agora o conduziram à
cadeia de Évora e talvez um dia, um dia de fraca memória, um outro PR lhe pendurasse
um colar henriquino.
É que se há memórias que o tempo apaga, a da corrupção,
provada ou não, jamais se esfuma.
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