terça-feira, 8 de agosto de 2023

Descobri as Cigarras


Depois de toda a vida ouvir cigarras e a procurá-las no topo das oliveiras sem sucesso, encontrei-as há dias.

Nunca tinha visto uma cigarra!

Imaginava-as lá no alto, até em buracos. Não sabia que voavam nem que o seu som é produzido na parte inferior do abdómen.

Também desconhecia que há mais de 1.500 diferentes tipos de cigarra. E só agora descobri que têm um comprimento a rondar os 40 mm. Medi, mas sempre pensei que fossem bem mais pequenas.

Vivi próximo dum olival, onde o seu  contínuo e entrecortado zunido de serrar lâminas de alumínio era o concerto florestal mais conhecido.

E por esses trilhos fora, tais monocórdicas orquestras nunca me tinham proporcionando um encontro, fugaz que fosse, com tão esquivo animal.

E eis senão quando...




Vejo numa peça artística vários exoesqueletos amarelos num local onde o seu fretenir (outra descoberta!) é intenso.



E fez-se-me luz: será de cigarra!? Era.

Bastou estar atento à cegarrega e procurar nos troncos com mais carcaças amarelas.


A sua cor é um prodígio de camuflagem, pelo que a localização é facilitada estando atento à proximidade do som. Não é raro estarem a dois metros do chão, com pequenas deslocações.

Agora que as conheço, espero também descobrir os benefícios da sua existência para o ambiente, para o equilíbrio da Mãe Natureza. Se, entretanto, a nova onda de comer insetos não as devorar.

Descobrir é uma vocação nacional.