segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Uma rua do arco da velha

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O álbum Topónimos do arco da velha http://picasaweb.google.com/Mac.Madeira/ToponimosDoArcoDaVelha?feat=directlink compila placas com nomes surpreendentes, sejam eles insólitos, heterodoxos ou reflitam tradições remotas e especificidades locais.

Alguns são espécies raras...



...outros são recordatórios...



...e há os inexplicáveis ou que suscitam sorrisos e perplexidade:
 

 

Mas o primeiro, o da Rua das Travessas, é dos mais paradoxais. De facto, pergunto-me se não será uma irónica homenagem às Travessas fartas de serem ruelas!

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Tal como a mulher de César

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"Não irão ser criados, para já, novos centros de emprego, embora possa haver a criação de um ou outro novo pólo de atendimento, especialmente na região norte" (PÚBLICO.)

Uma decisão acertada.

A mulher de César gostaria de saber que a orçamento curto correspondem despesas de rédea curta.

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Outro ditador acalmará o Egito

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Na minha 3ª classe havia um livro com os reis Filipe, cujos olhos todos nós furávamos com arrebatamento.

Não sei o que se diz nesta imagem das manifestações egípcias, mas presumo que terá um significado algo semelhante à desfiguração dos ocupantes espanhóis por miúdos da primária. Ou seja, ódio, raiva, revolta. Com uma diferença: os egípcios vivem a opressão do regime de Mubarak, enquanto eu e os meus coleguinhas pouco sabíamos da dinastia filipina, agindo mais por influência familiar.

(Diário de Notícias)

Se as razões do tumulto parecem genuínas, fermentadas por um desemprego assustador, já o seu desenlace permanece uma incógnita. Incógnita chamada exército.

Quando algum ditador se mantém muitos anos no poder, é certo que tem as forças armadas do seu lado. E é igualmente seguro que só o consegue quem tem a habilidade de mexer em fogo sem se queimar, embora alguma coisa pagando por isso. Veja-se o exemplo de Angola, por nós mais conhecido, em que Eduardo dos Santos tem os generais e os oficiais no bolso, enchendo-lhes os bolsos de prebendas, negócios e cargos sonantes.

Se os chefes militares egípcios optarem por apoiar o atual presidente, é provável um banho de sangue, pois a determinação dos manifestantes não será facilmente vergada com promessas ou maquilhagens governamentais.

O outro se tem a ver com o enquadramento do homem da rua. A aposta euroamericana em Baradei não é uma cartada ganha, pois é um homem da civilização ocidental, nos antípodas do fundamentalismo dos Irmãos Muçulmanos. E não se lhe conhecem apoios internos de peso.

Enquanto a Tunísia, indutora de levantamento egípcio, sai dos ecrãs por se encaminhar para uma democracia ou algo próximo disso, o Egito pode estar à beira de nova ditadura. Com outro ditador e com os dólares e o selo da Pax Americana. Os tunisinos têm outra escolaridade, outro PIB e até a religião tem folgas que aquela irmandade egípcia não quer para o seu país. O seu símbolo é eloquente:


Sendo a mais organizada das correntes que dirigem os manifestantes, com fundas raízes na miséria, teria caminho aberto para se instalar no poder. Isto se os líderes americanos não soubessem o que permitiu o alojamento dos teocratas islâmicos em Teerão. E as suas consequências.

Posto isto, muito provavelmente, os EUA, patrões de boa parte de Médio Oriente, tudo farão, em parceria com os seus protegidos sionistas, para colocar no Cairo um homem, uma corte e uma imagem que neutralize a turbulência atual. Ter uma outra república fundamentalista islâmica à perna não é, certamente, a maior ambição de Obama.

Ora uma delegação de 25 militares egípcios esteve há poucos dias em Washington, em consultas. Bem pode ter regressado com a chave para o novo inquilino do palácio presidencial.

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domingo, 30 de janeiro de 2011

Aniquilar a crueldade contra a civilização

O vice-governador de Kandahar, província que é o bastião tradicional dos taliban, no Sul do Afeganistão, foi morto este sábado. Na véspera, um atentado no centro de Cabul matou um médico e a sua mulher activista com quatro dos seus filhos. http://www.publico.pt/Mundo/taliban-matam-vicegovernador-e-familia-de-activistas_1477713

A civilização não tem fronteiras, mesmo que criminosos ditos religiosos a queiram desmentir no Afeganistão.

Ser governador, ser médico e ser defensora da liberdade das crianças são frutos de milénios de progresso humano e não podem ser destruídos pelos vândalos talibãs.

Pena a estratégia ocidental para os combater, liderada pelos americanos, tenha tão frágeis resultados.

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Palmeiras processadas

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Processadas na própria máquina fotográfica, aqui ficam em homenagem à Pentax 200.









sábado, 29 de janeiro de 2011

Portugal bom


Aeroporto do Porto eleito o décimo melhor do mundo
"De acordo com mais de 30 mil utilizadores do www.edreams.pt/, um dos mais conhecidos portais de viagens online, que votaram tendo em conta as suas experiências pessoais, o Aeroporto do Porto foi considerado o décimo melhor aeroporto do Mundo http://www.jn.pt/PaginaInicial/Economia/Interior.aspx?content_id=1768360

É uma boa notícia, fruto de gente que gere bem, que acolhe bem, que informa bem, que movimenta bem a bagagem, que trata bem os dados e... os passageiros nas palminhas.

São merecidos os Parabéns que daqui, de terras do Sul, se dão a todos os que ali trabalham.
 
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sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Honrar a República ou não

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Onze deputados suspenderam as pensões e continuam a receber o salário do Parlamento (http://www.publico.pt/)

Ainda há gente que não vive só para o dinheiro! E a República necessita muito de homens e mulheres assim.

De facto, a República paga a quem lhe presta serviços, como é o caso dos deputados e do PR. E ao receber a retribuição da República dignificam os seus próprios cargos, pois exercer funções políticas não é o mesmo que acumular tachos.

Contudo, Cavaco declinou receber os honorários da República, preferindo as suas reformas. Optou por defender o seu pé de meia e há atos simbólicos muito significativos...

Estes deputados deram uma lição a Cavaco Silva.

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Pedagogia ortográfica

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Com a devida vénia transcrevo integralmente, boneco incluído, um instrutivo texto de Manuel Halpern publicado no


Ei-lo:

Lembro-me da forma discreta e silenciosa como todos estes cês e pês me acompanharam em tantos textos e livros desde a infância. São muitos anos de convívio

Manuel Halpern
16:54 Segunda feira, 4 de Out de 2010


Quando eu escrevo a palavra ação, por magia ou pirraça, o computador retira automaticamente o c na pretensão de me ensinar a nova grafia. De forma que, aos poucos, sem precisar de ajuda, eu próprio vou tirando as consoantes que, ao que parece, estavam a mais na língua portuguesa. Custa-me despedir-me daquelas letras que tanto fizeram por mim. São muitos anos de convívio. Lembro-me da forma discreta e silenciosa como todos estes cês e pês me acompanharam em tantos textos e livros desde a infância. Na primária, por vezes gritavam ofendidos na caneta vermelha da professora: não te esqueças de mim! Com o tempo, fui-me habituando à sua existência muda, como quem diz, sei que não falas, mas ainda bem que estás aí. E agora as palavras já nem parecem as mesmas. O que é ser proativo? Custa-me admitir que, de um dia para o outro, passei a trabalhar numa redação, que há espetadores nos espetáculos e alguns também nos frangos, que os atores atuam e que, ao segundo ato, eu ato os meus sapatos.

Depois há os intrusos, sobretudo o erre, que tornou algumas palavras arrevesadas e arranhadas, como neorrealismo ou autorretrato. Caíram hifenes e entraram erres que andavam errantes. É uma união de facto, para não errar tenho a obrigação de os acolher como se fossem família. Em 'há de' há um divórcio, não vale a pena criar uma linha entre eles, porque já não se entendem. Em veem e leem, por uma questão de fraternidade, os és passaram a ser gémeos, nenhum usa chapéu. E os meses perderam importância e dignidade, não havia motivo para terem privilégios, janeiro, fevereiro, março são tão importantes como peixe, flor, avião. Não sei se estou a ser suscetível, mas sem p algumas palavras são uma autêntica deceção, mas por outro lado é ótimo que já não tenham.

As palavras transformam-nos. Como um menino que muda de escola, sei que vou ter saudades, mas é tempo de crescer e encontrar novos amigos. Sei que tudo vai correr bem, espero que a ausência do cê não me faça perder a direção, nem me fracione, nem quero tropeçar em algum objeto abjeto. Porque, verdade seja dita, hoje em dia, não se pode ser atual nem atuante com um cê a atrapalhar.

--- Fecha aspas ---

O texto tem caráter mnemónico, com as palavras recordatórias a lembrarem a velha tabuada.

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Arranha tímpanos – "A Dalila, o Secretário"

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Dalila Araújo é mulher, disso não tenhamos dúvidas. E também é membro do governo, o que é normal num país civilizado.

 O que não é normal é escrever-se que uma mulher é secretário. Mesmo que o seja de Estado! E a verdade é que ninguém fala assim. Nem os mais pomposos.

 As outras secretárias, as que escrevem cartas e telefonam, dizem umas mentiritas e reservam salas, a essas ninguém trata por secretário. O que é de uma normalidade absoluta.

Anormal é o portal do MAI apresentar A Secretário Dalila. Até arranha os tímpanos!

Para compensar a disfunção gramatical, leva um vigoroso atestado da pequenez nacional, o grande símbolo da dótorice provinciana.

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quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Euro com seguro franco alemão

Sarkozy: "Merkel e eu nunca vamos deixar cair o euro" (DN)


O presidente francês não é só um caráter impulsivo e irrequieto, por vezes a raiar a inconstância.
 
Agora, com esta afirmação, mostra determinação e visão estratégica, coisas que tanto faltam à União Europeia.
 
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Técnica anfíbia

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À falta de galochas de pescador, sacos grandes são uma boa ajuda na transposição de regatos.

Eis o comprovativo:


Algures na Serra de Grândola.


Dois homens mais dignos que um ministro

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O Diretor Geral da Administração Interna e o Diretor de Serviços de Apoio ao Recenseamento e Processo Eleitoral ter-se-ão demitido.

Fizeram o que deviam; erraram e pagam por isso. Erraram na gestão dos métodos de registo dos eleitores por estarem agarrados a um número de eleitor morto pelo Cartão de Cidadão. Não foram capazes de dar uso eleitoral a este cartão, pois não é razoável obrigar o votante a levar aquele número, além do de identidade.

Faliu a promessa de o Cartão de Cidadão substituir o de Eleitor.

E estes senhores não são bodes expiatórios dessa falência, nada disso; foram eles próprios que a induziram. Não desencadearam os estudos necessários à criação de uma solução de raiz e agora, face aos estrangulamentos do dia das eleições, escudaram-se em sobrecargas do equipamento informático.

As suas demissões nada corrigem, mas servem de alerta e constituem um gesto digno.

Traduzem a dignidade que faltou ao ministro, pois, como responsável político pela trapalhada da inutilidade eleitoral do Cartão de Cidadão, deveria ter saído porta fora. Como aqueles Funcionários, que o fizeram pelo seu próprio pé.

Rui Pereira não sai, mas fica coxa a sua posição no cargo.

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quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Continua papa reformas

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Presidente da República abdica do salário (7400 euros). Perante a nova lei que proíbe acumulação de pensões e vencimentos do Estado, mantém duas reformas no total de 10 042 €. (Correio da Manhã).

"Os portugueses conhecem-me" diz com frequência Cavaco, os mesmos portugueses que têm uma reforma — uma única  e quando deixam de trabalhar.

Ele, o do autoelogio de ser o mais sério português, devia saber a diferença entre legalidade e legitimidade.

Aquela, autoriza a acumulação de duas pensões, pois há uma má lei, uma lei feita à medida. Mas a legitimidade, em tempos de crise, exige que o exemplo de sobriedade venha de cima. E não veio...

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Hipocrisia do governo português

Em declarações à imprensa, ao lado do vice-primeiro-ministro e ministro dos Negócios Estrangeiros de Israel, Luís Amado disse: "Recusamos colonatos. Este é o problema que tem dificultado as negociações diretas." E salientou que Portugal e Israel têm boas relações... http://aeiou.expresso.pt/portugalisrael-colonizacao-e-obstaculo-as-negociacoes-com-palestinianos-luis-amado=f628103

A ambiguidade do nosso MNE é paradoxalmente útil ao sionismo. Formalmente favorável à Palestina, as boas relações com o invasor fazem que este se borrife no que Portugal recusa ou deixa de recusar.

Os sionistas só entendem a linguagem da força. Se o nosso governo tomasse uma posição firme contra a ocupação dos territórios palestinianos, influenciaria mais o fim dos colonatos. Se nem sequer se tivesse encontrado com o representante dos ocupantes, teria bem mais impacto, pois isolaria aquela gente arrogante.

Ao fazê-lo como fez, Telavive segue o seu caminho de desprezo pelo direito internacional, a rir-se às escâncaras mal Amado virou costas.

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terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Demitir o MAI é remédio santo

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A criação do Cartão de Cidadão foi um longo e duríssimo debate parlamentar, mesmo antes de o PS estar no governo.

Os socialistas, de que vi António Costa destacar-se, defendiam que um único documento substituia cinco cartões, dentre eles o de eleitor. O PSD, Velho do Restelo, que não, que não queria. Creio que mais por politiquice provinciana!

Mas ele aí está e deve-se ao PS, o mesmo partido que não soube explorá-lo eleitoralmente. Enleada em burocracia ou enredada em burocratas, a verdade é que a administração eleitoral ainda está presa nas malhas na velhinho Cartão de Eleitor. Porque tinha um número, blá blá, mais cartas aos cidadãos ou mais telefonemas para a Freguesia ou, ou, ou...

Certo, certo é que o Cartão de Cidadão não serve para votar. Por mais voltas que os burocratas eleitorais e os seus padrinhos políticos dêem, não é com cartas para casa, nem com a desculpa do seu custo, que se justifica a trapalhada nas últimas eleições.

O CC tem um número de identidade: usem-no. Façam tabelas de conversão dos ainda existentes Cartões de Eleitor ou criem de novo um método e testem-no. Ah, já agora, mandem a nova solução a tempo para as Juntas de Freguesia. E não é preciso mandar em papel: é possível pendurar as freguesias na rede informática eleitoral, sabiam!?

Entretanto, há que correr com maus funcionários eleitorais, os que mandam e que tão mal mandaram.

Se Portugal fosse uma democracia integral (ou íntegra!?) o ministro Rui Pereira tinha caído no dia a seguir à bronca eleitoral. Pelo seu próprio pé.

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segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

domingo, 23 de janeiro de 2011

Mais uns anos sem fé

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Cavaco, o papa reformas, vai permanecer em Belém, o que é uma pena. Muita pena.

Os vencidos que ouvi foram razoavelmente dignos, excepto Fernando Nobre, que cantou vitória.

O mesmo que tinha dito que só à bala lhe tiravam a presidência e que no dia seguinte afirmava que 10% seriam uma vitória, gritou agora que a vitória eram os 13%! Nem Pirro iria tão longe. De qualquer modo, ganhou notoriedade, ou seja, mais contributos para a AMI.

O recandidato eleito, esse, terá de prestar contas dos seus ganhos leoninos com as ações da SLN. Talvez para ser apeado de um cargo onde só cabe alguém acima de qualquer suspeita.

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Três dias inacessível

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Desde o dia 20 estivemos inacessíveis. Sem saber porquê e sem ter clicado onde não era para clicar.

O forum Google não ajudou e foi por acaso que, escarafunchando por aqui e por ali, demos com um ponto de retoma.

Estamos em rescaldo eleitoral, mas mesmo assim, já foram feitas duas publicações que estavam em carteira, apesar de tardias.

A vida continua.

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Pequenos gestos, grandes nódoas

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