sexta-feira, 27 de outubro de 2017

Tradutor que não sabe português não traduz, finge!


Comentários para quê!?

Ao menos podia dar uma espreitadela ao Priberam:
https://www.priberam.pt/DLPO/grama





quinta-feira, 26 de outubro de 2017

Patetice nacional cultiva Estado parolo


Incêndios, incêndios e mais incêndios e quanto mais Portugal arde mais se evidencia a patetice que faz do Estado Português um Estado parolo.

A Fase Charlie foi antecipada, a Fase Charlie não foi prolongada, a Fase Charlie deve corresponder ao período de maior risco incêndios.

Que patetas estão nos mais altos escalões do combate aos incêndios que não encontram palavras portuguesas para definir períodos de perigosidade!?

Saberão estas pardas eminências que em Portugal se fala e escreve português?

Patetas em bicos de pés, patetas que se julgam sábios por usar a designação inglesa de uma letra, que a dizem como se estivessem a debitar a douta fórmula da pólvora seca.

Patetas que a escrevem em leis, patetas que a vertem em manuais, patetas que a lavram em ordens de serviço e os super patetas que a aprovaram.

Além dos híper patetas que, nos ministérios, abençoaram este ataque terrorista à língua do povo que lhes paga o pão que levam à boca! Funcionários cegos pelo deslumbramento com a ilusória imagem do inglês e abúlicos políticos pimpões traem a língua portuguesa.

Que grotesca gente, que por pobreza de espírito, por acéfalo mimetismo pateta, incapazes de usar os miolos e valorizar a nossa língua, a espezinham. Tristes patetas!!!

Ao que chegámos, patetas e mais patetas edificam Estado parolo…

Senhor Bombeiro, Senhora Socorrista, isto não é consigo, não se belisca, nem um pouco, quem sua e sofre no combate aos terríveis incêndios que destroem Portugal.

O carapuço é para aqueles pobres diabos que amesquinham a nossa língua.


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sexta-feira, 20 de outubro de 2017

Fora de jogo gramatical





Tive um professor de português que censurava assim os nossos erros gramaticais:
– Duas palavras, três asneiras!

Pois anteontem, aí pelas 20H00, num relato de futebol, a ironia do Dr. Mira foi virada do avesso. Três palavras, um erro apenas.

Num brado radiofónico, o repórter lamentava:
– Meteu para fora [da grande área]

Meter, só para dentro!!!


Entre o fora de jogo e o frango gramatical!

quarta-feira, 18 de outubro de 2017

Escuta, animal!

Autor desconhecido, 
embora a nota final deixe a dúvida

A foto veio abusivamente daqui: 

Escuta, companheiro de quatro patas
Meu gato, minha porca, meu furão:
sacudi o teu pelo com competência
vou por-te trela de cetim e alpergatas
que hoje é dia de alinharmos na tendência
- ir jantar fora e fazer um figurão!...


Com a norma obrigatória de entrar cão
há q tomar decerto, precaução
e eu peço perdão, mas assim penso:
Algumas "prendas" intestinas surgirão
graciosas, imprevistas, pelo chão
e a cada sacudidela, não faz mal,
eu como um pitéu q gosto imenso:
- esparregado, com pêlos de animal…


Aliás, nesta lei tão modernista
uma breve rosnadela é inocente
se o miúdo se assustar, é porque é parvo
o animal está cheiinho de razão
alguém q ralhe com o puto, para ser gente


E se uma bufa, repentina e imprevista
circular, perfumando a costeleta
nada é que a pessoa não resista,
perdoando alguma falta de etiqueta
São bichos... Há que ser animalista
P’ra ninguém nos chamar …bicho careta


os meus, felizmente, estão treinados.
Nove gatos, três cães, uma cadela
todos limpos, vacinados, educados
falam línguas, têm modos esmerados
treino intenso, até dotes musicais;
se acaso morderem uma canela
a culpa é desses figurões ali sentados
a arrastarem as cadeiras nos sobrados
e a assustarem os pobres animais!


Sou tão sensível e cuidadoso com os outros
que, para a próxima vez que eu sair
para jantar com a minha catatua,
eu prometo vesti-la de brocados
lantejoulas, adornos variados
pr’os comensais não ficarem chocados
pelo facto escandaloso de andar nua!


A aranha, essa levo-a no bolso
para nem sequer ser vista por ninguém;
vou-lhe dando colherinhas de arroz doce
e à socapa umas tirinhas do acém...


Já a cabra Joana fica à porta;
vai bramar possessa, quer entrar…
Mas essa não tem maneiras a preceito
trepa tudo... nao dava muito jeito
vou ter que dar-lhe aveia para a calar


O rafeiro alentejano é mais difícil
Com aquele tamanhão ficar aconchegado
talvez pedir a esta gente horrorosa
que tenha respeito pelo bicho
e se aperte um pouco mais para o outro lado


Já pensei também ir com o cavalo,
mas a porta mal pensada do Tavares
não permite que ele jante ao meu lado
mesmo com os direitos legislados!
Tem q se acabar com isto em tais lugares!


Vou reclamar até, urgentemente
por verificar que a maior parte destes sítios
não está devidamente apetrechada;
sem whiskas, nem liteiras, nem aveia
nem estrebarias, nem sequer fardos de palha
nem ementas especiais pr’á rapaziada.


Somos mesmo um país muito atrasado
Nestas coisas de sair para jantar.
Eu proponho, por isso, até bem mais:
Eles entram.
Nós esperamos um bocado.
E se, no fim, nos deixarem "eles" entrar,
então entramos nós, mas com cuidado.
E com freio ferrado nos queixais.



O ficheiro é de Deolinda Cruz.
Se for a autora está de parabéns!


No título, o Formigarras também abusou, acrescentou ,animal!


segunda-feira, 16 de outubro de 2017

A mulher invulgar que deu o rosto à República


Texto integral de Katya Delimbeuf


Em 1910, uma jovem de 16 anos serviu de modelo para o Rosto da República ao escultor Simões de Almeida, sempre sob o olhar atento da mãe. Chamava-se Hilda Puga e a sua vida foi plena de aventuras. O Expresso conta-lhe a história de uma mulher invulgar, que sobreviveu a dois cancros, esteve casada dois meses, foi rica mas teve tornar-se costureira para sobreviver e morreu no dia em que celebrou 101 anos.

FOTOS CORTESIA DA FAMÍLIA PUGA

Até 1970, Hilda Puga andava nos bolsos de todos os portugueses. Era dela o rosto das moedas de 5 escudos e de 50 centavos, fruto do serviço patriótico que prestou muitos anos antes, quando a República foi instaurada, em 1910. Ela, que "até era profundamente monárquica, muito católica e reacionária", recorda o neto, Nuno Maia, 50 anos, "aceitou o pedido do escultor Simões de Almeida por amor ao país." Hilda tinha 16 anos, e trabalhava numa camisaria na R. Augusta, na Baixa de Lisboa. Estava a fazer uma entrega quando se cruzou com o escultor, que lhe achou graça e a convidou para ser sua modelo.
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Como Hilda era menor de idade, Simões de Almeida teve de pedir autorização à mãe dela, que lhe impôs duas condições: a primeira, ela própria teria de estar presente nas sessões - que duraram duas horas, durante um mês; e a segunda era que a filha teria de posar vestida. Foi esta, aliás, a razão que levou Hilda Puga a só falar abertamente deste episódio depois dos 90 anos... É que o busto de Simões de Almeida mostra uma mulher de amplo decote, e Hilda jura "que só tinha desabotoado um botão da camisa..."

Este poderia ser um episódio de relevo na vida de muita gente, mas para Hilda foi apenas um numa vida cheia de aventuras e reviravoltas. Nas primeiras está, por exemplo, uma viagem de barco de meses até ao Amazonas. Nas reviravoltas da vida estão a perda do pai e a passagem de menina rica a costureira.

DE LISBOA PARA BELÉM DO PARÁ


O pai de Hilda, Tomás Garcia Puga, era um homem abastado, proprietário da fábrica de tijolos da praça de Touros do Campo Pequeno (Lisboa). Apaixonou-se pela empregada, com quem viveu a vida toda e de quem viria a ter cinco filhos – mas o ato de amor custou-lhe o corte de relações com a família de origem, que nunca aceitou uma união tida como "inferior". Um revés nos negócios obrigou Tomás Puga a vender a fábrica. Atraído pelo Eldorado da borracha no Novo Mundo, em finais do século XIX, ruma a Iquitos, na Amazónia peruana, onde ergue um armazém geral. A vida corre bem, tanto que, passados poucos anos, Tomás chama a família toda. Numa longa viagem de mais de três meses, de "vapor, barco e piroga", Hilda, a mãe e os quatro irmãos rumam de Lisboa até Belém do Pará.

Passaram-se três anos felizes na Amazónia, até que Tomás Puga adoece com beriberi, uma avitaminose provocada por deficiência de vitamina B1. O médico dita a sentença: Tomás tem de regressar a um clima temperado, sob pena de morrer. A família Puga embarca de novo, de regresso a Lisboa – mas o chefe de família não aguenta a viagem e morre a bordo, ao largo de Cabo Verde. O funeral é feito no mar. À chegada à Lisboa, sem o sustento da família, esperava-os a miséria.
Foi a educação dos anos de desafogo financeiro, que proporcionou aulas de piano, costura e bordado, que permitiu à mãe e às irmãs Puga sobreviverem. Hilda dedicou-se à costura – nunca deixou de costurar, a vida toda. "Fê-lo diariamente até aos 96 anos", conta o neto - "lençóis, toalhas, fardas de empregada, crochet", e ocupava-se muito em leituras. Mas a vida ainda lhe reservaria outros desafios.

Ainda antes dos 30 anos, Hilda teve um primeiro cancro de mama, que o pai do médico Gentil Martins retirou. Na mesma altura, casou-se, com um jornalista – foi a última das irmãs a fazê-lo. Mas também aqui não teve sorte, permanecendo casada escassos dois meses. Arremessou um candeeiro à cabeça do marido, e, apesar de muito católica, pediu o divórcio em 1932 (ainda antes da Concordata ser assinada em Portugal), somando para si mais um estigma social: o de mulher divorciada.


Não tornou a casar-se, e nunca teve filhos – mas criou como tal uma sobrinha, Emília, que lhe chamaria sempre "mamã". Aos 60 anos, Hilda teve um cancro na outra mama, e mais tarde, retirou outro tumor, na barriga. Cegou ainda de um olho, o esquerdo. A tudo isto sobreviveu. Com a costura, sustentava a mãe e filha "adotiva". Até que esta se casou, em 1957. Após 3 anos de vida em comum com Emília e o marido, optou por ir para um lar, aos 77 anos. Estava muito habituada ao seu espaço, e custava-lhe ter de prescindir da sua liberdade.
Onze anos mais tarde, sofreu o maior de todos os golpes: Emília morria, de cancro de mama. Hilda remeteu-se à clausura total, no lar, não saindo de lá durante uma década. Foi preciso nascer o primeiro sobrinho neto para tornar a passar o Natal em família. Em 1991, parte uma perna e cai à cama. Nessa altura, o seu maior problema era "não poder costurar". Dois anos depois, falece, aos 101 anos. Morria o rosto da República, cuja implantação se assinala esta quarta-feira.
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domingo, 1 de outubro de 2017

Alentejanos e portugueses, obviamente!



Com a diatribe catalã num pico de turbulência, li de um concidadão a defesa da independência do Alentejo!!!

A lembrar Pitágoras:
Se o que tens a dizer não é mais belo do que o silêncio, então cala-te.

De facto, o alentejano faz parte de um povo, o português, com quem partilha um grande património histórico, linguístico e cultural (antropologicamente falando).

Uma demonstração simples: Vasco da Gama, inequivocamente alentejano, fez o que fez em nome de Portugal. Os seus descobrimentos são obra de Portugal, mas o Alentejo também dele se orgulha, sente-o seu!

Claro que há diferenças entre o norte e as ilhas, as Beiras e a Bairrada, basta pensar nos sotaques com que falamos, nas receitas do que comemos e... nas regiões demarcadas vitivinícolas!

Na minha adolescência brincava-se às independências; minhotos "criavam" o Reino do Minho, os scalabitanos a República do Ribatejo e a rapaziada de Aljezur não prescindia do Reino Al-Maghrib!

Criancices, brincadeiras inconsequentes, naturalmente! Coisas da idade; imaturidade.

Ora, entre isso e os atuais delírios independentistas vai um fosso inultrapassável.

Nada tem a ver com o portuguesíssimo Alentejo, não passa de enrolo fantasioso.


[Escrito por um lisboeta postiço, porém, alentejano dos quatro costados.]