segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Ipiranga legislativo de Portugal





Foi hoje publicado pelo Constituição para Todos o artigo 112º da Constituição da República Portuguesa, que aqui fica.

(Actos normativos)
1. São actos legislativos as leis, os decretos-leis e os decretos legislativos regionais.
2. As leis e os decretos-leis têm igual valor, sem prejuízo da subordinação às correspondentes leis dos decretos-leis publicados no uso de autorização legislativa e dos que desenvolvam as bases gerais dos regimes jurídicos.
3. Têm valor reforçado, além das leis orgânicas, as leis que carecem de aprovação por maioria de dois terços, bem como aquelas que, por força da Constituição, sejam pressuposto normativo necessário de outras leis ou que por outras devam ser respeitadas.
4. Os decretos legislativos têm âmbito regional e versam sobre matérias enunciadas no estatuto político-administrativo da respectiva região autónoma que não estejam reservadas aos órgãos de soberania, sem prejuízo do disposto nas alíneas b) e c) do n.º 1 do artigo 227.º.
5. Nenhuma lei pode criar outras categorias de actos legislativos ou conferir a actos de outra natureza o poder de, com eficácia externa, interpretar, integrar, modificar, suspender ou revogar qualquer dos seus preceitos.
6. Os regulamentos do Governo revestem a forma de decreto regulamentar quando tal seja determinado pela lei que regulamentam, bem como no caso de regulamentos independentes.
7. Os regulamentos devem indicar expressamente as leis que visam regulamentar ou que definem a competência subjectiva e objectiva para a sua emissão;
8. A transposição de actos jurídicos da União Europeia para a ordem jurídica interna assume a forma de lei, decreto-lei ou, nos termos do disposto no n.º 4, decreto legislativo regional.

Tantos atos legislativos, tantos, demais!

E ainda há outros atos noutras gavetas do nosso ordenamento jurídico. Eis alguns destes:

- Alvarás;
- Convenções internacionais;
- Decisões de uniformização de jurisprudência do Supremo Tribunal de Justiça e do Tribunal;
- Decisões do Supremo Tribunal Administrativo;
- Decisões e declarações do Tribunal Constitucional;
- Declarações de renúncia ou perda de mandato dos deputados à Assembleia da República e às Assembleias Legislativas;
- Decretos do Presidente da República;
- Decretos dos Ministros da República;
- Decretos legislativos regionais;
- Decretos regulamentares;
- Decretos regulamentares regionais;
- Decretos-leis;
- Despachos normativos;
- Leis;
- Leis constitucionais;
- Leis orgânicas;
- Mensagem de renúncia do Presidente da República;
- Moções de rejeição do Programa do Governo, de confiança e de censura;
- Pareceres do Conselho de Estado;
- Portarias;
- Regimento do Conselho de Estado;
- Regimento das Assembleias Legislativas Regionais;
- Regimento da Assembleia da República;
- Resoluções da Assembleia da República;
- Resoluções do Conselho de Ministros;
- Resoluções do Conselho de Ministros
- Resoluções dos Governos Regionais;
- Resultados dos referendos e das eleições;
- Resoluções das Assembleias Legislativas Regionais.

E ainda aqui faltam atos administrativos, mas também faltou paciência para os elencar. E nem eles merecem o esforço nem o legislador* tem a maturidade cívica para perceber o quão entrava o desenvolvimento de Portugal.
 
É o que dá ter tantos juristas e advogados, professores e jurisconsultos, constitucionalistas, assistentes e consulentes. E a burocracia é uma alma caridosa, dá-lhes emprego. E a alguns dá fortunas por parecer. Como se fossemos um país rico!


Uma razia é o que Portugal precisa, uma razia nos cursos de direito e trocá-los por engenheiros e enfermeiros, mecânicos e químicos, químicos de química agrícola e química combustível, química fina e bioquímica. E também nanoquímicos e nanobioquímicos. E muitos mais, mas não juristas, não mais juristas.

Uma sociedade moderna é uma sociedade regulamentada, obviamente! Mas um país sobre regulamentado é um país peado, atado, capado. Capado por juristas e outros interesseiros.
 
De que temos de nos libertar com um Ipiranga legislativo.

 
Fontes


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* Máscara que encobre milhares de burocratas de vários patamares, partidos e interesses que carreiam – eles deliciam-se com este palavrão verborreia para o Diário da República.

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domingo, 29 de setembro de 2013

Salazarismo em dia eleitoral




Num dos últimos noticiários da TSF, o locutor de serviço, Carlos Vaz Marques, noticiava que "populares" derrubaram uma mesa de voto e destruíram a urna e os boletins.

"Populares" era a forma depreciativa e minimizadora da dignidade cidadã com que a propaganda do Estado Novo se referia a pessoas comuns ou por ele malquistas.

Pessoas essas a que o salazarismo assim colava o atributo de "inferiores", arruaceiras ou de algum modo inconvenientes ao poder do Salazar e da sua corte.


Passados tantos anos sobre o 25 de Abril...
Tanta formação, tanta licenciatura em comunicação social...
Tantos livros, artigos e debates sobre a ideologia salazarista...

E ainda há jornalistas e rádios que vão beber ao livro de estilo da ditadura!!!

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sábado, 28 de setembro de 2013

Soberania subtraída





 

A soberania reside no povo, diz a Constituição da República Portuguesa. Os órgãos de soberania são, portanto, meros delegados do Zé Povinho!

Então, digo eu, por que razão, os titulares desses órgãos, se comportam como soberanos do povo!?

O Cavaco pavoneia-se com faixa e medalhão imerecidos sobre fatiota luzidia, pagas pelo povo.

D. Assunção, Presidente da Assembleia da Republica, num episódio de medo histérico, ameaça cercear o teatro parlamentar ao povo soberano.

Passos, o fingido PM, desmentindo o que prometeu ao povo soberano, edifica a soberania da mentira.

E os 230, a fazer pela vidinha, pela sua e pela dos seus patrões, olham os sobranos com sobranceria.
 
 
Todos pimpões, todos inchados, todos à conta da soberania, todos subjugam os soberanos. Até quando?
 
Até à completa escolarização do soberano, até à emancipação dos medos inquisitoriais, até à consagração da soberania da Ética.
 
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quinta-feira, 26 de setembro de 2013

10 estratégias de manipulação mediática


Tão evidentes no dia-a-dia do Passos & Compadres que é inevitável a devida vénia ao autor

Noam Chomsky

Foram feitos pequenos ajustamento no texto original.
 




1. A estratégia da distração
O elemento primordial do controlo social é a estratégia da distração que consiste em desviar a atenção do público dos problemas importantes e das mudanças decididas pelas elites políticas e económicas.

A técnica é a do dilúvio ou inundação de contínuas distrações e de informações sem importância.

2. Criar problemas e depois oferecer soluções
Este método também é chamado: “problema >>> reação >>> solução”.

Cria-se um problema, uma “situação” prevista para causar certa reação no público, a fim de que este apele a medidas que se deseja fazer aceitar.

Por exemplo: deixar que se desenvolva ou se intensifique a violência urbana, ou organizar atentados sangrentos, a fim de que o público exija mais segurança, em prejuízo da liberdade.

3. A estratégia da gradualidade
Para fazer que se aceite uma medida inadmissível, basta a aplicá-la gradualmente, a conta-gotas, num prazo alargado.

Dessa forma, as novas condições impostas, as mudanças radicais são aceites sem provocar revoltas.

4. A estratégia do adiamento
Outra maneira de provocar a aceitação de uma decisão impopular é a de apresentá-la como “dolorosa e necessária”, obtendo a aceitação pública, no momento, para uma aplicação futura.

É mais fácil aceitar um sacrifício futuro que um sacrifício imediato.
Primeiro, porque o esforço não é imediato.
Segundo, porque a massa, ingenuamente, crê que “amanhã tudo irá melhor” e que o sacrifício exigido poderá ser evitado.

Isto dá mais tempo ao cidadão para se acostumar à ideia da mudança e de a aceitar com resignação quando chegar o momento.

5. Dirigir-se ao público como a criaturas de pouca idade
A maioria da publicidade dirigida ao grande público utiliza discursos, argumentos, personagens e entoações particularmente infantis, muitas vezes a roçar a debilidade, como se o espectador fosse uma criança ou um deficiente mental.

Quanto mais se tente procurar enganar o espectador, mais se tende a adotar um tom infantil.

Porquê?
“Porque dirigir-se a uma pessoa como se tivesse 12 anos ou menos, tenderá, por sugestão, a provocar respostas ou reações mais infantis e desprovidas de sentido crítico”.

6. Utilizar o aspecto emocional muito mais que a reflexão
Fazer uso do aspecto emocional é uma técnica clássica para curto-circuitar a análise racional, e neutralizar o sentido crítico dos indivíduos.

Por outro lado, a utilização do registro emocional permite abrir a porta de acesso ao inconsciente para implantar ou injetar ideias, desejos, medos e temores, compulsões, ou  induzir determinados comportamentos.

7. Manter o povo na ignorância e na mediocridade
Fazer com que o público seja incapaz de compreender a tecnologia e métodos utilizados para seu controlo e  escravidão.

“A qualidade da educação dada às classes sociais inferiores  deve ser a mais pobre e medíocre possível, de forma que a distância entre estas e as classes altas  permaneça inalterada no tempo e seja impossível alcançar uma autêntica igualdade de oportunidades para todos.”

8. Estimular o público a ser complacente com a mediocridade
Fazer crer ao povo que está na moda a vulgaridade, a incultura, o ser mal falado ou admirar personagens sem talento ou mérito algum, o desprezo pelo intelectual, o exagero do culto ao corpo e a desvalorização do espírito de sacrifício e do esforço pessoal.

9. Reforçar o sentimento de culpa pessoal
Fazer crer ao individuo que ele é o  único culpado de sua própria desgraça, por insuficiência de inteligência, de capacidade, de preparação ou de esforço.

Assim, em lugar de se revoltar contra o sistema económico e social, o indivíduo desvaloriza-se, culpa-se, gerando em si um estado depressivo, que inibe a sua capacidade de reagir.

10. Conhecer os indivíduos melhor do que eles mesmos se conhecem
Nos últimos 50 anos, os avanços da ciência geraram uma crescente brecha entre os conhecimentos do público e aqueles utilizados pelas elites dominantes.

Graças à biologia, à neurobiologia e à psicologia aplicada, o Sistema tem desfrutado de um conhecimento avançado do ser humano, tanto de forma física como psicológica.

O Sistema conseguiu conhecer melhor o indivíduo comum do que ele se conhece.


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quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Legião Estrangeira normaliza Guiné-Bissau

Seis meses depois da publicação inicial e no dia seguinte aos 40 anos de pseudo-independência, esta repetição mais não é do que um apelo a quem puder ajudar a Guiné-Bissau.



Isto é uma miragem, pois França só intervém onde tem interesses ou em nome da Pax Americana, embora a liberdade dos povos integre o seu dicionário retórico e diplomático.
Pois bem, vamos fingir que era a sério e que a Legião, em lavagem de cestos no Mali, no regresso parava na Guiné-Bissau para arrumar a casa.

Ora “vejamos” o estado-maior legionário a planear a operação.

Apoios

O povo guineense receberá a legião de braços abertos, apoiando-a no resgate da prepotência, das ameaças e dos crimes cometidos pela tropa fandanga que os domina.

Civis de várias associações e sindicatos que muito já denunciaram os crimes e a prisão domiciliária em que a tropa os colocou na sua própria terra.

Raros militares e polícias nunca envolvidos em golpes de Estado.

Inimigo

– O golpista chefe do estado-maior Indjai e toda a linha de comando até às subunidades e todos os militares envolvidos em golpes de estado, crimes de sangue e tráfico de drogas.

Todos os políticos associados aos golpistas dos vários golpes.

Estratégia
Fase 1. Colheita de informação
Identificação de chefes militares, seus hábitos e casas de recuo.

Localização de armamento, equipamento, paióis e viaturas.

Fase 2. Operações Especiais
Decapitar o comando central, os regionais e os das unidades melhor treinadas e equipadas, prendendo ou neutralizando os chefes atuais e os anteriores envolvidos em crimes de sangue e tráfico de drogas. Nas suas casas.
Capturar os políticos apoiantes dos golpistas instalados.

Fase 2. Bombardeamento aéreo
Bombardeamento maciço de alguns quartéis, nomeadamente o de Mansoa, recorrentemente associado aos assassínios e desmandos cometidos desde há décadas.

Fase 3. Perseguição e neutralização de comandantes e políticos cúmplices
Capturar ou neutralizar com meios aéreos e golpes de mão os comandantes fugitivos ou que enfrentem a legião.

Rescaldo
Nomear um Alto-comissário da ONU para dirigir o território nos próximos 5 anos, renováveis, com mandato para promover eleições gerais e presidenciais em 2018.
Manter em prisão, fora da Guiné, até ao julgamento pelo TPI, todos os cabecilhas de todos os golpes de estado, militares e civis, seus associados e cúmplices.
Dissolver as chamadas forças armadas e entregar os quartéis a ONG que os requalifiquem para fins civis.
Atribuir à polícia as funções de segurança interna e fronteiriça, reforçando a formação dos seus quadros.
Pedir ajuda ao Banco Mundial para relançamento da economia.
 
* * *
Sim, falta aqui muita coisa, pois falta. Mas também falta a determinação da Comunidade Internacional para acabar de vez com a criminalidade político-militar guineense.
Quanto tempo demoraria uma intervenção com o objetivo de derrotar a tropa fandanga, aprisionar os seus testas de ferro políticos e pôr a Guiné no mapa da civilização?
Não seria uma operação tão simples como a do Mali, onde a Legião Estrangeira desbaratou rapidamente o grosso das forças do islão expansionista. Com satélites de olho no inimigo e grande mobilidade, foi devastadora porque combateu em terreno aberto.
Na Guiné, uma intervenção de surpresa poderia provocar a derrocada da hierarquia de comando em todo o território. Porém, ainda ali há muitos veteranos com grande experiência de combate e o terreno é particularmente adverso para operações terrestres.
Só um trabalho político simultâneo, sério e com pessoas credíveis, com as mãos limpas e insuspeitas de terem pactuado com os golpistas e traficantes de droga garantiria o sucesso em poucos meses.

Dos poucos países com condições para um envolvimento desta natureza, talvez só o Brasil o possa fazer. Era bom para os guineenses que o quisesse fazer.

Enquanto isso não acontece, continua o desmantelamento das frágeis estruturas políticas, a "soberania" das Kalashnikov e o flagelo popular da desesperança.

???

terça-feira, 24 de setembro de 2013

Entre Professores e Cobradores de impostos



Em época de convergência público-privado [está na onda, não é!?] seria um verdadeiro Serviço Público mostrar aos portugueses como o Passos.gov paga aos Professores e apaparica os Cobradores de impostos.

O país tem de cobrar impostos, obviamente!

Mas o que mais conta para Portugal, os impostos ou a educação?

Os impostos são instrumentais relativamente a todas as outras atividades tuteladas pelo governo, enquanto o ensino forja gente. Gente que um dia construirá um Portugal melhor.

Por isso os Professores têm de ter um tratamento privilegiado. Bem selecionados, bem formados e bem avaliados cumprirão a sua importante missão. Mas uma retribuição inadequada é um contributo consciente ou imponderado para a sua desmotivação.

E vivemos tempos mediáticos, tudo acaba por cair na praça pública, mas tardam estas equiparações salariais.

Quanto ganha um Professor? Quanto ganha em início de carreira e quanto ganha à beira da reforma?

E quanto ganha um Cobrador de impostos, seja ele o que nos atende no balcão do Serviço de Finanças, o seu chefe ou chefão de todos os chefes? Sem esquecer os de qualificações equivalentes aos dos Professores...

Pois nada disto vem a público. As tabelas estão encafuadas em alíneas escritas em letras miudinhas, os suplementos salariais escondidos do público e nem se sabe com quantos "subsídios" o governo apaparica os funcionários do fisco.

Por outras palavras, qual o fosso entre quem educa e quem cobra?

Aqui fica uma gratuita sugestão de investigação jornalística: quantos Professores recebem "surdas"!?
E aqueloutros?

?????
 

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Trafulhice soberana




- Relvas traficou um canudo, o trafulha;

- Passos criou uma ONG para financiar a Tecnoforma, o trafulha;

- Passos, administrador da empresa, nunca conversou com o consultor Relvas sobre negociatas; assim o declarou, trafulhando novamente;
 
- E agora Machete, pau mandado do Oliveira Costa, diz que a mentira de que não fora acionista na SLN foi "incorreção factual". Que trafulha!

A marca dominante deste governo não é a seriedade, nem tão pouco a legitimidade do seu chefe, Passos, todos os dias a meter os pés pelas mãos, o trafulha.

Mas há gente no Passos.Gov que não trafulha? Pois haverá, mas o ferrete está lá, vem de cima, é uma indelével marca de indignidade num dos mais importantes órgãos de soberania nacionais.

E a verdade é que precisamos de um clima político saudável, inquestionável, sem trafulhas à frente de órgãos de soberania, nem trafulhices a enlamearem o nosso país. Cá e lá fora.

Portugal tem de se livrar urgentemente desta gente vil, tornando a Ética soberana.

 
Trapos brancos aos trafulhas, portanto, onde quer que os encontremos!!!

[E trapos porque nem lenços nem brancos merecem].

 

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Quilhita

 
-  Bom dia!
-  Bom dia; por aí não tem saída.
-  E onde apanho a ciclovia?
-  Segue por aí e apanha uma quilhita ali adiante; uma quilhita e vai lá dar.
-  Obrigado, bom dia.
-  Bom dia.
O diálogo foi cordial e a informação exata, porém ininteligível à primeira.
 
O processador remoeu e a quilhita lá foi descodificada e daí a pouco a vereda levou-me à desejada ciclovia.
 
Quelha e Quelho ambos significam viela e o diminutivo usado no diálogo inicial é expressivo e enriquece o regionalismo de Tourencinho – Vila Pouca de Aguiar.
 
O mesmo não se dirá do modernismo municipal que, em diferentes concelhos, belisca o tradicionalismo toponímico com redundâncias destas:
 
 
 
 
 

sexta-feira, 13 de setembro de 2013

A rede Relvas e um seu agente branqueador

 
 
Branqueador com cargo oficial


Miguel Relvas vaiado em homenagem no Brasil
O antigo ministro Relvas foi 'vaiado' esta quarta-feira por portugueses, no Rio de Janeiro, onde desempenha funções de Alto-Comissário da Casa Olímpica da Língua Portuguesa.
http://www.jn.pt/PaginaInicial/Sociedade/Interior.aspx?content_id=3416268&page=-1


Esta encenação de lavagem da imagem do aldrabão Relvas contou com a colaboração do ator Ricardo Pereira, António Mexia da EDP, da Mariza fadista, Jorge Mendes da Gestifute e de Fernando Teles do Banco BIC.
 
Cúmplices lhes chamaram os manifestantes e não podiam ter sido mais precisos.

Mas na raiz da "homenagem" está a nomeação do aldrabão para aquela peanha. Nomear um traficante "académico" para algo que tenha a ver com a língua portuguesa, ele que de 36 disciplinas de uma licenciatura contrabandeou a equivalência de 32, foi muito reles!

E o proponente dessa nomeação do Relvas foi, segundo o JN, o presidente do Comité Olímpico de Portugal.

"Homenageá-lo", então, passou todas as marcas da decência mínima.

Há pois que cortar o mal pela raiz: tirar Relvas daquela Casa e remover Constantino do COP. Portugal não pode ter no seu Comité Olímpico um "presidente" que enxovalha a Ética e a Dignidade nacionais, que ofende os estudantes que estudam.

A demissão imediata de Constantino do COP é, portanto, uma urgente medida de higiene política.

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A António Ferreira e aos seus companheiros daquele Serviço Público, daqui se lhes faz uma grata vénia pelo gesto em defesa da Ética e da Dignidade de Portugal.

 

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Um crime americano com 40 anos



No mesmo dia em que outra tragédia, em 2001, enlutou os EUA, importa lembrar o crime chileno.

Consumado em 11 de Setembro de 1973, a mando de Kissinger, então Secretário de Estado americano, suprimiu a democracia no Chile, pondo o país sob a alçada de uma cruel tirania militar.

Traduziu-se num sanguinário golpe de Estado que substituiu Salvador Allende, Presidente eleito, pelo testa de ferro dos americanos chamado Pinochet.

Talvez a estratégia Allende tenha sido inconsistente ao ignorar os interesses dos EUA e pagou por isso. A nacionalização de setores-chave da economia beliscou interesses americanos e acionou a reativa escalada belicosa.

E a verdade é que a lei internacional – a lei do mais forte – foi mostrando o seu desencanto com as medidas do Poder Popular através de recados e de atos terroristas que antecederam o golpe.

Um dos mais conhecidos foi o do bloqueio dos transportes, com a infestação das estradas com pregos que estraçalharam milhares de pneus. Sendo o Chile um país com 4000 quilómetros de comprimento, o seu sistema circulatório foi comprometido e a economia seriamente abalada.

Não cedendo a esta chantagem e contando com o tradicional respeito das forças armadas chilenas pelo poder civil, Allende confiou na lealdade do Pinochet. Este, porém, traindo as suas falsas juras, já manobrava na sombra.

E em 11 de Setembro toda a tropa e a polícia militar, equivalente à nossa GNR, agiram coordenadamente. Os poucos militares que se insurgiram contra os golpistas foram sumariamente assassinados.

O saldo da traição foi o assassínio de vinte mil pessoas, muitos a sangue frio, o esmagamento de quaisquer liberdades, trinta mil prisões arbitrárias e a entrega de indústrias nacionalizadas aos anteriores proprietários americanos.

E a bandeira dos Chicago Boys, arvorada em modelo da economia chilena, ungiu o liberalismo sem controlo instalado pela pinochetada.
 

 

40 anos depois, que lições tirar deste crime impune?

A primeira, foi a do inglório radicalismo que tanto sofrimento e morte causou. E os 17 anos de enterros de pessoas e liberdades provocados pela ditadura, pondo o Chile de luto e em lágrimas.

Do ponto de vista estratégico, destaca-se a deficiente avaliação das forças e fraquezas e a ausência de informação militar. Valeu a pena nacionalizar interesses dos EUA naquilo que a Segurança Nacional americana considerava o seu próprio quintal? Não teria sido possível alguma moderação na nacionalização de empresas estrangeiras?

Quanto à informação, tivessem os órgãos de soberania fontes fiáveis no seio das forças armadas, ao mais alto nível, e teria podido contrariar a conspiração militar.

A terceira lição é a de perceber se os EUA se dão conta do retorno do seu papel de capataz do mundo. O seu crime de 1973 no Chile foi cometido a coberto da guerra fria, mas entretanto, já depois desta, muitas outras intervenções têm feito, um pouco por todo o mundo.

O seu quintal é agora o planeta, com as exceções dos condomínios russo e chinês e pouco mais. Os americanos tanto prendem narcotraficantes na Guiné-Bissau como têm bases militares em antigas repúblicas soviéticas, no Egito ou em Portugal.

Os EUA, desde há muito uma potência global pelas armas, são-no também pela música, pelos hambúrgueres, pelas mil tecnologias de ponta que dominam e com as quais dominam o mundo. A esse domínio chama-se império americano e os impérios não lamentam a sua história. Também nós temos isso a aprender.

 

terça-feira, 10 de setembro de 2013

Portugal de Cidadãos Responsáveis

 


Anda no ar uma onda revisionista, um rasgar da Constituição da República, trocando-a por algo sebastiânico de que ninguém adianta teor ou conteúdo.

Mas que outra Constituição da República obrigaria um qualquer Cavaco de entregar ao Tesouro os lucros leoninos das ações da SLN dados de mão beijada pelo sedutor Oliveira Costa?

E que formato de artigo, número ou alínea impedem a edificação de magistraturas inflexivelmente independentes, acima de qualquer compadrio?

Que novo princípio constitucional coartaria o esfarrapamento de processos judiciais como o do Sócrates, branqueando-os liminarmente?

Não, não é a Constituição a responsável pelo descalabro a que a classe política conduziu Portugal. Têm sido a impunidade, as redes de interesses e a tolerância dos portugueses para com os tráficos e os traficantes que nos condenaram ao lamaçal atual.

Esta Constituição da República pode ser revista, expurgada de alguma lengalenga e reforçados princípios éticos e a igualdade cidadã, pois pode, mas não será isso que elevará Portugal a um paraíso de dignidade. E até a Assembleia da República pode ser redimensionada para 99 lugares cujos titulares passem a chamar-se formalmente representantes do povo português.

Contudo, mesmo uma constituição "ideal" teria tantos buracos como magotes de professores-de-doutos-pareceres e juristas avençados à cata de interpretações que abençoassem ricos e novos-ricos, chicos-espertos e trafulhas de fato cinzento, camisa branca e gravata encarnada!

 
Por isso, enquanto o português médio não sacudir a pantufite, não fizer melhor do que os políticos que critica...

Enquanto não se envolver na sua autarquia, não vier para a rua e não agitar trapos brancos aos encardidos políticos...

Enquanto não bater o pé, competindo por lugares no parlamento e em postos-chave os Cavacos e os Passos, os Relvas e os Portas cantarão de galo.

E o bando dos 230 sorrirá seraficamente, passeando por esse mundo fora, arguindo poeira para os olhos e agenciando negócios milionários.

!!!!!

domingo, 8 de setembro de 2013

Passos, o golpista bananeiro


 
O Passos deu mais um passo em falso, o que é natural, falso como é.

“Já alguém perguntou aos 900 mil desempregados de que lhe valeu a Constituição até hoje?” perguntou ele no dia 1 e no dia 2 respondeu-lhe Ana Sá Lopes no jornal i.
Aqui fica o seu comentário com a devida vénia Formigarras.


Pergunte-se aos desempregados
O primeiro-ministro comportou-se ontem como um golpista de Estado

Já alguém se lembrou em Portugal de perguntar aos mais de 900 mil desempregados de que lhes valeu até hoje a Assembleia da República? De que lhes valeu Assunção Esteves? E o 25 de Abril? De que lhes valeu o deputado Luís Montenegro? Ou o deputado Luís Menezes? Ou o deputado xpto? Já alguém se lembrou de lhes perguntar de que lhes valeu o governo? E de que lhes valeu Pedro, Paulo, Maria Luís Albuquerque, os outros e respectivos assessores? De que lhes valeu a existência de todos os ministros e secretários de Estado? De que lhes vale, aos 900 mil, a existência de câmaras e de presidentes de câmara? E de juntas de freguesia? E dos embaixadores e secretários de embaixada?
Já alguém se lembrou, em Portugal, de perguntar aos 900 mil de que lhes valeu a democracia? A União Europeia? As viagens dos governantes a Bruxelas? As viagens dos membros do governo às organizações não sei o quê bilaterais? E de que lhes valeu o Tribunal de Contas? As eleições livres e justas? A tropa? A Cinemateca? O Teatro Nacional? O Palácio de São Bento? Os almoços de Estado? Os almoços que não são de Estado pagos pelo erário público?
Já alguém se lembrou de perguntar aos desempregados de que lhes valeu o Presidente da República, que jurou defender a Constituição? E a Câmara Municipal de Ponta Delgada? E as autonomias regionais? E o direito de voto a partir dos 18 anos? E o direito à não discriminação em função da raça e do sexo? E a separação de poderes?
Já alguém se lembrou de perguntar aos 900 mil desempregados de que lhes valeu ter eleito um taxista como primeiro-ministro, sem ofensa para os taxistas? De que lhes valeu a existência da JSD e das universidades de Verão, um excelente centro de recrutamento para um futuro emprego no palácio de São Bento sem grandes aborrecimentos?
O primeiro-ministro comportou-se ontem como um golpista de Estado, no mais demagógico ataque feito por algum titular de órgão de soberania contra a Constituição que está obrigado a cumprir - e contra o Presidente da República, que jurou cumpri-la, que desencadeou a avaliação preventiva da lei dos despedimentos da função pública.
É preciso lembrar ao primeiro-ministro que "o Estado subordina-se à Constituição e funda-se na legalidade democrática" e que "a validade das leis e dos demais actos do Estado (...) depende da sua conformidade com a Constituição". O resto é uma fantasia de golpe de Estado típica de qualquer república das bananas.
+++
 

terça-feira, 3 de setembro de 2013

Portugal flagelado para camuflar corrupção



 
Conflito luso-espanhol.
Cavaco não foi às Selvagens agarrar uma cagarra

 
Há poucos anos o rei espanhol foi à Madeira e houve quem acreditasse que o turismo madeirense ficava a ganhar com a visita, dado o impacto mediático da coisa.

Lá esteve o PR a apaparicá-lo e esteve igualmente a banda de Olivença levada por Juan Carlos.

De Olivença meus senhores, Olivença, uma terra portuguesa pelo Direito Internacional e que Espanha recusa restituir à nossa soberania.

Pois o dito rei, que viveu muitos anos no Estoril e tantas vezes se disse amigo de Portugal, levou a banda de Olivença para exibir a arrogância do estado espanhol. Com o silêncio traidor do Cavaco.

Entretanto, Rajoy, o PM de Madrid, acusado de corrupção, atira agora tiros de pólvora seca sobre Gibraltar, para desfocar as atenções que atraiu. E também flagela Portugal e as Selvagens.

O razoável seria que Portugal usasse esta oportunidade diplomática para recuperar Olivença numa negociação quadripartida com o Reino Unido, Espanha e Marrocos (Ceuta e Melilla colónias espanholas).

Mas enquanto não se toma uma determinada iniciativa nesse sentido, pelo menos que seja acautelada a nossa soberania sobre as Selvagens junto da ONU. De facto, há que prevenir, pois confirma-se ciclicamente, de Espanha nem bom vento...

 

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Amigos de Porto Covo

 
Ontem, a sul de Porto Covo, a objetiva caiu da bolsa inadvertidamente aberta. E, passados uns bons quartos de hora, quando fui por ela, que é dela, chapéu, viste-la!
 
Bolsa vista e revista, bolsos apalpados uma e outra vez e nem sinal de objetiva. É pequena, mete-se num qualquer cantinho, mas não, não estava nem num improvável recanto das calças nem num traiçoeiro bolso da camisa.
 
Comunicado o azar, logo os cinco amigos caminheiros fizeram o percurso inverso ao seguido até ali em demanda da desaparecida.
 
E por entre uma monótona sequência de areia e tufos de plantas rasteiras, areia e arbustos raquíticos e areia e ervançum ressequido, os cinco incansáveis miraram e remiraram cada palmo de terreno. Foi um sobe e desce, desce e sobe e lá me fui resignando.
 
Estava já quase no ponto de retrocesso quando chega a chamada e contava com uma qualquer indicação para a retoma da caminhada. Engano, pois trazia a boa nova:
– Já apareceu; o Zé encontrou-a!

E o Zé, ao entregar-ma, lamentava um trauma do trambolhão:
– Não tenho uma notícia muito boa, este encaixe está partido!
 
Pois está, mas tinha sido obra de um acidente anterior, nada a ver com a infausta queda a sul de Porto Covo. E não impede a operacionalidade da máquina.
 
Retomada a caminhada pelas falésias para os cinco e para o causador do atraso em corta mato longe dos precipícios, com os agradecimentos foi prometida uma rodada. O diligente esforço de procura todos o fizeram e é uma mais que merecida rodada.
 
E se Portugal inteiro conhece a lenda dos Amigos de Peniche, tem agora, nos seus antípodas, os Amigos de Porto Covo, os cinco incansáveis que encontrarem a 14 – 42.
 
Foi de Amigo!
 
Faltou a prometida rodada... que não perde pela demora. Nem o Zé, o glorioso achador, perderá o merecido primeiro copo.

E aqui estão eles:

O beduíno é extra 5.


Obrigado Amigos!!!
 
 
++++
 

domingo, 1 de setembro de 2013