quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Técnica infalível

 

Cruzamo-nos irregularmente e sempre foi de uma grande eficácia.

Faz o que tem a fazer com precisão, nunca se engana no pedido nem no troco e entrega-me o encomendado sem falhas, nem a mais nem a menos.

Porém, sempre de carão. Comigo e com todos os outros clientes.

Prestável, solicitude inquestionável, mas sempre de cara fechada. Típico exemplo de profissional com orientação à tarefa a 100% . E se precisava de investir 20% na cortesia, mostrando que não tem pela frente um recetáculo do serviço que presta e sim uma pessoa, um ser humano...

Pois hoje, ao dizer-lhe que o bife tinha sido o melhor de muitas vezes, sorriu. Agradeceu e sorriu à-vontade, com evidente e natural satisfação. Ainda fiquei a pensar se, para o fazer, teria atrasado alguma tarefa. Mas não, nem pensar, é de uma eficácia a toda a prova.

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terça-feira, 25 de dezembro de 2012

Apagão ao aldrabão


Os PM habituaram-se a ir à televisão no dia de natal para justificar apertos, gabar-se de obra feita ou apontar horizontes. Por vezes tudo isso.
 
Chamam à operação Mensagem de Natal e tem tapete vermelho mediático.
 
Este ano, com Passos, a obra é zero, o aperto colossal e o horizonte é o desmentido das suas palavras de hoje com nos presenteará amanhã ou depois de amanhã . O histórico do seu revisionismo declarativo é o único indesmentível.
 
Por isso, pela mancha de indignidade do seu "governo" e pelo descalabro para que está a empurrar Portugal, aderimos ao

Apagão Nacional...
Vamos desligar os nossos ttelevisores, quando o Passos Coelho estiver a transmitir a tradicional mensagem de Natal 2012.

 

domingo, 23 de dezembro de 2012

Ateu e cardeal


Era uma vez um grupo de amigos que fez um jantar de natal.
 
E para não ser chocho como de certa vez, fez a cena d'A Ceia dos cardeais, de Júlio Dantas.
 
Besuntado a preceito, o cardeal Gonzaga...
 
 
 
...também foi primorosamente entrapado.

 
 
E devidamente embarretado.
 
 
 
Ele os seus eminentes correlegionários entraram em cena abençoados... pelos maiores copos do restaurante e pelo melhor tinto da noite.

 
 
Mas nem isso poupou as cruzes do cardeal Gonzaga, que entrou torcido e retorcido se sentou.
 
 
 
 Como é diferente o amor em Portugal! proclamou o Cardeal Gonzaga.
 
 
 
 
Tão, tão diferente, que ao cardeal ateu lhe faiscaram os olhos, quiçá do tinto celestial, porventura da cena filosofal!
 
 

sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

TAP – Bom Dia em dia de azia !?



O governo Eureka! Eureka Eureka! recusou vender a TAP a Germán Efromovich.

Vender a empresa já era delapidação do património nacional, mas entregá-la por tuta e meia a este "predador de oportunidades" (segundo o Público)  seria uma grave auto mutilação.

Verdade que a empresa tem de arrebitar, tem de sair do longo período de anemia que tem vivido.

Verdade que os seus trabalhadores contribuíram para o vermelho das suas contas com greves suicidas.

E ainda mais verdade que os seus pilotos fizeram um esforço irresponsável para a manter aterrada, eles que terão salários de conforto. Tão confortáveis que quiseram, como moeda negocial de uma das greves, a cativação, na privatização, de uma parcela de ações para si próprios!!!

No imediato, o despiste foi evitado, mas, apesar desses travões à sua eficiência, a TAP terá de voar com vistas largas e segurança financeira.

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PS [ = Post scriptum ]



A ata da reunião do Conselho de Ministros de ontem não o mencionará pela certa...

Nem é suposto que os colegas do "licenciado" flan façam inconfidências sobre as suas confidências...

Porém, seria um inextrincável milagre se do estômago ao esófago de Miguel Relvas não tivesse subido, num desassossego tormentoso, uma torrente de azia.


 

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quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Duas boas e uma belíssima

 


Nogueira Leite deixa Caixa Geral
E que nos deixe em paz, longe da vista, que do coração se arredou há muito.
Este gabarola que recebe milhões pelos seus muitos tachos e fala com o rei na barriga para quem tem a barriga a dar horas.
Dos piores exemplos que o regime pariu.

Portugal pode pescar mais bacalhau
Ora se nós comemos mais bacalhau no natal do que toda a Itália num ano, a quota europeia de pesca agora aumentada só peca por tardia.

A belíssima notícia seria o aumento da nossa frota e a efetiva captura de mais pescado. Sim, porque a aprovação diz que podemos pescar, mas falta o resto, pescar mesmo.

E além disso, restaurar a nossa indústria de seca, com nova tecnologia certamente, mas com empresas e trabalhadores portugueses. Já é tempo retomar esta cadeia de valor a 100% em vez de a deixar à Noruega e à Islândia.

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A riqueza de Óscar Niemeyer

 
Transcrição integral



Autodefinição
 
Na folha branca de papel faço o meu risco.
Retas e curvas entrelaçadas.
E prossigo atento e tudo arrisco na procura das formas desejadas.
São templos e palácios soltos pelo ar, pássaros alados, o que você quiser.
Mas se os olhar um pouco devagar, encontrará, em todos, os encantos da mulher.
Deixo de lado o sonho que sonhava.
A miséria do mundo me revolta.
Quero pouco, muito pouco, quase nada.
A arquitetura que faço não importa.
O que eu quero é a pobreza superada,
a vida mais feliz, a pátria mais amada.
 
Óscar Niemeyer

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terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Lusografia


Entra-se na FNAC e lá estão as estantes com indicações Literatura Lusófona cheias de notáveis e silenciosos livros.

Contudo, não fonam nem falam, nem sequer piam! Nem um pequeníssimo pio; um italiano pianissimo pio já seria piar, pois claro. Mas nem isso, nada ali emite a mais pequena sombra de som.

Ainda se essas chapas fossem colocadas nos discos, a Lusofonia faria aí todo o sentido, evidentemente; acionaria o sentido da audição!

A verdade é que se houvesse uma escrupulosa separação de águas, nas livrarias só encontraríamos indicações Lusografia.

Mas não vamos ter esse rigor, não! Soaria a heresia, quiçá a fundamentalismo e os portugueses detestam pomenores, chegar a horas ou cumprir normas.

E assim evitam interseções com o não totalmente digerido Acordo Ortográfico, pondo uma pedra no assunto com outra chapa:

 Picuinhas!

!!!

domingo, 16 de dezembro de 2012

Caga dinheiro


O Alentejo é pródigo em catar particularidades individuais e sintetizá-las em alcunhas.

Pécurto e Zé do pico, Barriguinha e Cabeçana ou Chorão e Poucochinho são hoje apelidos certificados pelas conservatórias.
 
Ombreiam com Pimpão e Lambuzana, e não ficam atrás de Janota e Sabido, Arcadinho e Tirapicos.

Esta é uma pequena amostra de alcunhas que, por obra e graça de sacristães e escrivães rigorosos ou vingativos, rudes ou apressados, foram institucionalizadas em nomes familiares com direito a bom nome e certidão.

Algumas destas palavras são de uso comum na linguagem do dia-a-dia e não teriam honras de cartório se beliscassem a moral e os bons costumes. Ou seja, são simplesmente descritivas, jamais rondando a grosseria ou o impropério.
 
É por isso que nem todas as alcunhas subiram na vida, nunca sequer se aproximando dos balcões do registo civil.

E compreende-se, pois a sociedade aceita que a má-língua dê lugar a reluzentes linhagens e até tolera que a picardia crie sobrenomes exóticos.

Mas há um limite, os portugueses não pisam o risco, não dão vestes de honorabilidade a obscenidades, isso seria um ai meu deus.
 
Por isso, nenhum alentejano aceitaria que Caga dinheiro, alcunha de um há muito desaparecido vidigueirense, obtivesse a bênção patronímica legal.

 

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Estimule a produção nacional e o consumo interno

 
Faça Você mesmo!


 
Nesta época, os supermercados metem-nos debaixo do nariz nova arrumação de prateleiras, aliciando-nos com prendas e chocolates, vinhos e uíques, embrulhos e fitinhas.
 
Porém, a maioria são artigos importados, incluindo muitos com o código de barras 560 (Made in Portugal), a que a ASAE fecha os olhos.
 
Entretanto, muitos agentes económicos têm-se empoleirado nas televisões, nos últimos tempos, a bradar contra o flagelo do IVA a 23% que vai estrangular o consumo interno.
 
E temos ouvido e lido regularmente algo sobre medidas de incentivo à criação de emprego, idem para o emprego jovem e ainda mais idem para os jovens licenciados. Até parecem querer dizer:  Agora é que vai...
 
Porém, fascinados pelo chocolate belga e suiço, pelo maltes escoceses e champanhes franceses, muito do dinheiro que gastamos em prendas e guloseimas de natal vai direitinho lá para fora. E assim os portugueses participam na sustentação do setor manufatureiro desses países e correspondente emprego.
 
Então toda esta conversa é para, com um nacionalismo ferrenho, fecharmos as portas a produtos estrangeiros!?

Não, não precisamos de chegar a esse extremo, mas não nos fica nada mal comprarmos o que de bom cá se produz, reduzindo substancialmente a despesa em bens que não geram emprego em Portugal.

Por isso mesmo, este ano, em função da redução de rendimento provocada pelo trio Sócrates, Cavaco e Passos, fiz cortes substanciais nas ofertas natalícias.
 
Decidi, porém, adquirir produtos portugueses, contribuindo assim, com essa minha pequena gota de água, para estimular a economia nacional, protegendo o emprego de concidadãos. Comprovam-no os chocolates ali de cima.
 

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Todas as quartas-feiras se manifestam. Todas.



Todas as quartas-feiras há ex-escravas sexuais coreanas a manifestam-se em Seul, frente à embaixada do Japão, exigindo pedidos de desculpa e indemnizações.
Todas as quartas-feiras fazem duas horas de protesto. Desde 8 de janeiro de 1992!
 
Foram raparigas escravizadas pelo "império do Sol nascente", que as enclausurou em Casas de consolo e coagiu a relações sexuais com os seus militares.
O nome destas casas é numa coxa tradução literal, mas que traduz bem a barbárie militarista japonesa antes e durante a segunda guerra mundial. 200.000 – duzentas mil – coreanas terão sido subjugadas para consolo da tropa ocupante.
Estão ainda vivas menos de 100 "mulheres de conforto" coreanas, mas uma delas, Hwang Geum-joo, diz que nunca vai desistir. [http://www.lonelyplanet.com/south-korea/seoul/sights/war/korean-comfort-women#ixzz2EwjfO7Aj]
Já foram realizadas mais de 900 destas manifestações desde há quase 21 anos! http://www.huffingtonpost.com/michael-solis/surviving-comfort-women-r_b_422211.html

Elas e as suas apoiantes são um exemplo e um incentivo para que as causas Éticas mantenham a chama viva.

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quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Passos e a tartaruga


 
A tartaruga em cima do poste 
 [ ou será cágado!? ]
 
Enquanto suturava um ferimento na mão do velho Adriano Moreira, cortada por um caco de vidro indevidamente jogado no lixo, o médico e o paciente começaram a conversar sobre o país, o governo e, fatalmente, sobre o Passos Coelho.

O velhinho disse: "Bom, o senhor sabe... o Passos Coelho é como uma tartaruga em cima do poste...".

Sem saber o que o Adriano quis dizer, o médico perguntou o que significava uma tartaruga num poste. E o Adriano respondeu:

É quando o senhor vai por uma estradita, vê um poste e lá em cima tem uma tartaruga a tentar equilibrar-se. Isso é uma tartaruga num poste".

Perante a cara de interrogação do médico, o velho acrescentou:
Você não entende como ela chegou lá;
 
Você não acredita que ela esteja lá;
 
Você sabe que ela não subiu para lá sozinha;
 
Você sabe que ela não deveria nem poderia estar lá;
 
Você sabe que ela não vai fazer absolutamente nada enquanto estiver lá;
 
Você não entende porque a colocaram lá;
 
Então tudo o que temos a fazer é ajudá-la a descer de lá e providenciar para que nunca mais suba, pois lá em cima definitivamente não é o seu lugar.”



Com a devida vénia ao autor desconhecido!

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domingo, 2 de dezembro de 2012

Cavaco disputa podium anedótico a Relvas

 

A RTP 1, transmitindo agora o Estado de Graça, ridiculariza Cavaco Silva como nunca outro qualquer programa achincalhou um Presidente depois do 25 de Abril.

Até agora os presidentes eram alvo de críticas políticas, por vezes ácidas, mas sempre foram poupados a acinte idêntico ao de há poucos minutos.

Verdade que também os anteriores Presidentes, de Eanes a Soares e a Sampaio, mesmo nos momentos mais delicados, jamais se expuseram como Cavaco fez na sua grotesca tentativa de ironizar o seu próprio silêncio.

Terá Miguel Relvas, cansado do seu anedótico perfil público, usado a sua "tutela" da RTP para lhe encomendar este naco de serviços mínimos de Serviço Público televisivo!?

sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Desperdício de argumentos protege vândalos


Jorraram rios de tinta a propósito do registo vídeo dos apedrejadores da PSP no passado dia 14.
E continua a palavrosa torrente de acusações, opiniões e indignações e até uma demissão televisiva, qual cereja, veio encimar a viciada polémica.
Ora não é preciso ser perito em ordem pública nem douto jurisconsulto para saber que o medo guarda a vinha, ou, por outras palavras, a impunidade açula os apedrejadores.
Saibam os vândalos que pagarão os seus crimes e serão mais contidos, limitando-se a verbalizar os protestos.

E não vale fazer paralelos com a polícia de choque do capitão Maltez ou atribuir às intervenções policiais caráter salazarista. Isto apesar dos condenáveis excessos da PSP nesse mesmo dia, com paisanos encapuçados a agredir Cidadãos comuns.
Somos um país livre com absoluta liberdade de manifestação. Com limites, evidentemente. E dentre eles o de não apedrejar a polícia nem destruir património coletivo.

Lamentável é que a Comissão Nacional de Proteção de Dados ignore sobranceiramente o que a sociologia dos grandes grupos há muito catalogou. O grupo faz do fraco valentão e dos tímidos atrevidos, o que torna os ajuntamentos em potenciais focos de violência.
Não basta à CNPD ter os mais insignes juristas, querer proteger os Cidadãos das investidas contra constitucionais e ponderar os seus pareceres à luz da desejável harmonia social. Não chega.
Tem de abrir os olhos e olhar à volta, ler jornais e ver telejornais, saber o que dizem os promotores de manifestações e estar atenta às entrelinhas do facebook.
Os recentes movimentos sociais sobre o orçamento e sobre a tróica, sobre a indignidade de membros do governo e sobre o próprio PR têm sido pródigos em indícios probabilísticos do comportamento de certos grupos de manifestantes.
Portugal tem um histórico de manifestações enfeitadas com petardos e de manifestantes a querer travar apedrejadores e esta antagónica intervenção pública não pode ser ignorada pela CNPD.

O espetáculo mediático de arremessos e ricochetes entre PSP, RTP, CNPD e MAI não passa de jogos florais com armas artesanais. Até o "árbitro" – o pretenso regulador da comunicação social – quer meter o seu golito.
Todavia, o desperdício de tinta e de energias, esse enfadonho balão cheio de queixas e temores, pode facilmente esvaziar-se.
Se a vinha tem de ser defendida, e tem, defenda-se então sem rodriguinhos nem imagens recolhidas à socapa. Ganham os cidadãos pacíficos, manifestantes ou não, e poupa-se a sociedade a tricas próprias de telenovelas.

Basta ao MAI escarrapachar num discreto artigo de um singelo decreto que as polícias podem registar imagens de atividades públicas passíveis de ilícitos criminais ou contravencionais.
A CNPD mete a viola no saco e a PSP mete quem tem de meter nas malhas dos tribunais.

terça-feira, 27 de novembro de 2012

Uma sólida instituição



Em Portugal tudo serve para o bota abaixo, para denegrir, para lamentar e lamuriar. E agora pior, com a herança do Sócrates e a demolição ideológica dos Relvas & Passos o desencanto é colossal e a autoflagelação atinge dimensões insanas.
Porém, em Angola, é outro o prisma, ali a lei é a lei do abafa.
É abafada a corrupção milionária do Santos, da sua corte e das suas filhas e afilhados, etc., etc., etc. E abafada é a extorsão dos "funcionários" no aeroporto.
Parêntesis O Relvas, lembram-se, foi lá com a RTP lamber as botas ao regime e no fim, mesmo no fim, a Clara Campos Ferreira tocou de raspão no tema e o ministro angolano chutou para canto!? Parêntesis fechado
Pois a senhora inspetora está a ser interrogada pelos próprios pares. Muito provavelmente, o resultado apurado irá ter a um tribunal e um dia se saberá o desenlace.
O que já se sabe é que Portugal, apesar do profundo e legítimo descrédito nos políticos, no Cavaco e no PM, tem uma instituição a investigar uma das suas.
Fosse o crime cometido em Angola e bem podia ser alvo de um abafamento sumário. Para já não falar do que ocorreria na Guiné-Bissau, onde a tropa fandanga assassina, espanca e rouba a seu bel-prazer.
 
Com este quadro comparativo devemos levantar a cabeça ao lembrarmo-nos que ainda há quem aja com verticalidade, cumprindo as suas missões sem olhar a compadres e compadrios.

Segundo parêntesis Um pequeno exercício especulativo: alguém imagina o que seria a Judiciária se o Relvas fosse seu diretor!? Segundo parêntesis fechado

 

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Lisboa – Abandonada a vândalos e a políticos

 
 
Esta agressão à já muito vandalizada capital de Portugal está em Campo de Ourique, numa parede degradada.
 
Leia-se como propósito ou simples constatação, a pichagem demonstra inequivocamente o abandono de Lisboa.
 
Há muito que a decadência dos edifícios tem sido levada a peito. Primeiro, pelo salazarismo que, com o congelamento das rendas das habitações, incapacitou os senhorios de realizarem quaisquer obras de manutenção.
 
Depois, na democracia, os políticos irresponsáveis seguiram cegamente as pegadas salazaristas e a eles se devem as ruas hoje ladeadas de escombros, portas e janelas emparedadas, muros escorados e raras obras.
 
Para agravar a catastrófica decadência predial lisboeta, os mesmos cobardes políticos elegeram a impunidade como meio de premiar todos os vândalos que degradam os edifícios, incluindo imóveis acabados de restaurar e até casas novas.
 
Com Lisboa entregue a criminosos estraga-paredes e a políticos indiferentes aos sucessivos desmoronamentos e à precaridade de tantas e tantas habitações, resta-nos a esperança nos Bombeiros!
 
Talvez seja um alerta imperioso que os mesmos Bombeiros que vedam ao trânsito ruas a desabar, sejam os cicerones de visitas guiadas a deputados e a vereadores, a ministros e ao PM e ao próprio PR, o "economista". Quem sabe se os lhes mostrassem e eles olhassem, lhes apontassem e eles vissem...
 
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sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Boas práticas principescas


O presidente da Cáritas Portuguesa disse que “a verdadeira refundação do país” exige novos estilos de vida aos portugueses, mas “deve começar por quem aufere salários principescos" ou "construiu ilegitimamente fortunas”. http://www.publico.pt/Sociedade/caritas-exige-novos-estilos-de-vida-a-quem-aufere-salarios-principescos-1572766

Ora aqui está uma sugestão a ter em conta; assim venha também o exemplo de assalariados milionários, como é o caso de inúmeros católicos.
Para enquadrar a declaração Caritas vale a pena ter em conta que esta é uma unidade orgânica da igreja católica apostólica romana.
Por isso mesmo, convém igualmente ter presente um tópico essencial da sua propaganda – a igualdade entre os homens.
Mete-se pelos olhos dentro que não passa de publicidade enganosa. Basta lembrar o senhor que em Roma tem três palácios por conta e seria um respeitadíssimo devoto se vivesse numa casa de três assoalhadas.
Pois é este mesmo caricato exemplo que inspira muitos dos que publicamente aparecem como fervorosos católicos e têm salários "principescos".
Exemplo paradoxal é o do Opus dei Jardim Gonçalves, que, mesmo reformado, recebe do BCP uma "pensão" astronómica. Tão elevada que o próprio banco a quer reduzir.
Ele e tantos outros batem com a mão no peito, juram uma fé intensa, mas exibem uma opulência imensa.

Se levada a peito aquela ideia do presidente, as Boas Práticas da Caritas balizariam os estilos de vida dos "príncipes" católicos. E não deixariam de apontar padrões éticos a esses milionários de credo na boca e vida de nababos.

Se, se, se...

Se essas criaturas estivessem verdadeiramente interessadas na igualdade entre os homens.

Se!
 

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

PC 1 – Portugal 00

 
O PC, pela voz do seu avençado sindical, Arménio Lopes, canta vitória pela greve geral de hoje.

Portugal não; foi, mais uma vez, derrotado pelas táticas PC de "ações de massas".

Mas... 00  [zero zero]!?

Sim, claro, pois quando um sindicato convoca greves a pretexto da venda ou não de empresas públicas, elas deveriam ser simplesmente proibidas.

O PC, sempre que queira, tem legitimidade política e representação parlamentar suficiente para batalhar pelo estatuto público dessas empresas. O PC, não os seus agentes sindicais!

Esta foi a primeira derrota do país, não ter um governo que enfrente decididamente as ilegítimas, abusivas e mal dissimuladas manobras do PC.

A segunda derrota, daí o 00, foi a perda de produção nacional provocada pelo PC. Apesar dos lamentos de Cavaco* e de Passos, nenhum teve "unhas" para dar um murro na mesa e travar um partido que manda os seus delegados sindicais para ações de agit-prop quando tanto precisamos de criar riqueza!

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* O PR está mesmo mal! Da cabeça, evidentemente.
Dizer que vai trabalhar apesar da greve só se percebe vindo de alguém perturbado. Então um PR de corpo inteiro e neurónios inteiriços pode alguma vez pensar sequer em fazer greve!?

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Alarido contra Merkl mascara danos de Sócrates


 
Vai por aí um burburinho com a vinda, hoje, da chanceler alemã a Lisboa…
É a crise e a dívida, são os juros e o memorando, é o FMI e a Tróica, tudo atirado a Angela Merkl.
Manifestações e protestos, media e facebook têm sido pródigos em cartazes e cartoons. Umas vezes com ironia e outras tantas com duas pedras na mão.

 
 


 
Tudo isso é legítimo e natural num país livre, mas mostra o quão conjuntural é a memória coletiva portuguesa.
A verdade é que nem uma palavra se ouviu ou leu sobre José Sócrates, o aventureiro irresponsável que nos empurrou precipício abaixo! Nem um cartaz, nem uma caricatura, nem sequer lhe foram dirigidas palavras de ordem.
O facto doloroso é que foi o seu governo que elevou a dívida soberana até os indicadores ecoarem o mais vermelho dos avisos e os gráficos clamarem desesperadamente por um travão. Sem ninguém o travar – por onde andava Cavaco? – a obstinada cegueira de Sócrates foi a causa remota dos voos governamentais de hoje de Berlim – Lisboa – Berlim

Paradoxalmente, agora, ninguém lembra a irresponsabilidade do então PM! Foi ele e não Angela Merkl que nos atolou em dívidas incomportáveis e é dele que tantos agora se esquecem de pôr nos cartazes.
Tivesse Sócrates sido um político ponderado, um Homem de Estado, e hoje teríamos subsídios de férias e de natal. Teríamos apertos, sim, mas alguma esperança restaria. A ele se deve o descalabro a que chegámos, sendo pois o tecelão do tapete preto por onde passou Passos a caminho do colo alemão.

Retome Portugal a soberania ética e também ele, um dia, daqui a um ano ou daqui a uma década, será julgado pelas tropelias financeiras com que atormentou Portugal.

Quanto a Angela Merkl, que o almoço português lhe tenha feito muito bom proveito.
 
 

sábado, 10 de novembro de 2012

Construtores destroem Mercado interno


Construtores da União Europeia, entenda-se.

De facto, os países europeus com uma sólida indústria automóvel furam todos os tratados e rasgam todas as cláusulas que subscreveram sobre mercado interno.

Mercado interno europeu significa livre circulação de bens, neste caso automóveis. É, portanto, vedada a exploração de posição dominante, mas o Estado francês só compra carros franceses, o alemão não prescinde dos Made in Germany e os Fiat e Alfa Romeo enxameiam os Carabineri e a Polizia di Stato italianos.

Apesar das resmas de normas sobre concorrência leal e desleal das chamadas "autoridades" com este pelouro e de o Tribunal de Justiça europeu gastar tinta a rodos...

De facto, o mercado europeu automóvel é uma fraude; simplesmente não existe, não há mercado único. O mito está à frente de todos os olhos europeus e fazemos de conta que é normal espezinhar os tão badalados tratados e a certamente erudita jurisprudência!

Não passa de cambalacho, cartel estadual, cláusulas secretas, sejam elas escritas ou tácitas, ou derrogação ilegítima dos princípios e regulamentos constitutivos da União Europeia.

Basta ligar a televisão e ver as marcas dos veículos oficiais dos países produtores de automóveis para o confirmar. E se corroborou em Paris, ainda há poucas semanas, com múltiplos exemplos como o do Renault inicial. Com uma exceção: foram vistas várias carrinhas Ford de forças de segurança. Uma única marca a fazer a exceção!

Numa época tão atribulada como a que a Europa atravessa, bom seria que os tratados não fossem letra morta. Usasse a D. Angela Merkl carros italianos ou franceses e o senhor Francois Holland se fizesse transportar nos Made in Palmela e acreditaríamos mais facilmente que estão ambos a remar para o bem comum europeu!
 
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sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Ponta dos Corvos – Do potencial à decadência


Corroios, 28.Out.2012

Entre os extremos a arte vadia.



 



 
 

 
 

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Relvas acossado é triunfo Ético

Réplica do cartaz do Nuno Ferreira

O homem acusado de perseguir aos insultos o ministro Miguel Relvas é um jornalista que anda a pelos Açores a pé, num projeto que já fez no continente, e nega toda a história contada ontem, segundo a versão policial. http://expresso.sapo.pt/jornalista-acusado-de-perseguir-relvas-diz-ser-tudo-mentira=f765105

Nas linhas desta notícia do EXPRESSO fica-se a saber que um português disse ao Relvas o que muitos gostariam de lhe atirar à cara:
"Você não tem vergonha na cara de andar por aí depois de tudo o que tem feito?"
 
Cumpriu um patriótico dever Ético recordando ao aldrabão o quão aldrabão é.
Entretanto, nas entrelinhas subjazem dados a ter em conta.
1. A PSP tem amadores no seu Corpo de Segurança Pessoal. Há poucas semanas um seu guarda agrediu um jornalista numa visita de Passos a uma Escola e tratou-o por tu. E no episódio salazarento agora ocorrido nos Açores há ameaças, agressões e mentiras policiais.
2. Relvas já não dá um passo sem as costas quentes! Nesta ida aos Açores a PSP terá envolvido um significativo contingente. Só a guardar-lhe a porta do hotel estiveram três guardas.
Quanto mais portugueses espicaçarem o Relvas aldrabão mais nervoso ele ficará. Nem terá "consciência tranquila" para "ajudar a comprar a TAP" ou fazer negócios com políticos de Angola – essa fina flor da corrupção.
Relvas está acossado e nunca a PSP conseguirá impedir os protestos cívicos sobre o aldrabão e sobre o seu patrão.
Portugal não pode ter esta indigna criatura em funções que exigem seriedade sem sombras nem pode ser conhecido lá fora por ter um aldrabão no governo, pelo que toda e qualquer iniciativa é louvável para concretizar o
Relvas rua!
 

terça-feira, 6 de novembro de 2012

18ª Manifestação Ética pela demissão do aldrabão


Ontem, frente à Assembleia da República, 8 Cidadãos portugueses que acreditam que a Ética deve prevalecer sobre a chico-espertice, voltaram a reivindicar dignidade.

O PM continua de ouvidos moucos aos apitos e às palavras tantas vezes repetidas:


Relvas aldrabão, pede a demissão!

 
A decência não tem equivalência!

 
Relvas aldrabão, pede a demissão!

 
A decência não tem equivalência!

 
Relvas aldrabão, pede a demissão!

 
A surdez do Passos aos protestos Éticos e a sua cumplicidade com o aldrabão fazem de ambos uma parelha que envergonha Portugal.
 
E é por um Portugal com governantes dignos que até à demissão do aldrabão todas segundas-feiras serão Relvas rua!
 
 

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

"Especialista" em burlar pessoas frágeis


 
Isto estava ontem de manhã no Campo Pequeno!
 
Lisboa tornou-se refúgio de negociantes de fragilidades humanas!?
 
Que a África da pobreza extrema e da escolarização zero tenha destes mercenários despudorados, já é maus, mas é lá com eles.
 
Mas Lisboa tornar-se coito de aldrabões com este título é intolerável.
Já nos bastava o Relvas!
 
Onde está a Direção Geral de Saúde? Que é feito da Entidade Reguladora de Atividades em Saúde?
 
Ninguém liga, teremos de ligar à tróica!?
 
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domingo, 4 de novembro de 2012

Governo Passos envergonha Portugal

 
Por 3 razões 3


 
1. Técnicos* do FMI a cortar nas gorduras do Estado Português
Como se não tivéssemos técnicos capazes de identificar onde está o despesismo!
Como se acreditássemos que não vieram para desculpar Passos dos cortes!
Como se meia verdade não fosse meia mentira!
Gaspar dixit: os cortes serão "identificados num contexto duma avaliação global do conjunto das funções do Estado e das Administrações Públicas" e esse exercício "beneficiará do apoio de organizações internacionais".

2. Mandar Marques Mendes dar a notícia ao país

Como se não competisse ao PM Passos informar o povo e o parlamento!
Como se Mendes fosse membro do governo!
Como se Gaspar – o requisitante ao FMI – não fosse do governo!
Até é ministro de Estado… 

3. Não cortar na gordura dos gordurentos.
Como se os cortes cortassem na PR e na AR!
A presidência mantém em 2013 as mesmas gorduras deste ano e a assembleia aumenta-as em 51%. Que exemplo...
Como se os cortes cortassem as reformas de quem está no ativo!
Cavaco, Assunção Esteves, Assunção Cristas reformados, tal como tantos deputados com 12 – doze – anos a parlamentar.
Como se os carros de luxo do governo e das empresas públicas fossem cortados!
 
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* Qual é o salário mensal de cada um destes técnicos?
 
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sábado, 3 de novembro de 2012

Madeira ainda não se emancipou. Ainda...


 

Alberto João Jardim foi hoje reeleito presidente do PSD-Madeira nas primeiras eleições directas disputadas com dois candidatos, tendo obtido 1768 votos, contra 1644 votos do seu adversário, Miguel Albuquerque, uma diferença de 142 sufrágios. (Lusa)

Durante muitos anos considerado um obreiro, Jardim foi desmascarado recentemente. O estrangulamento financeiro da região, a exemplo de todo o país, veio mostrar que a recorrente verborreia não esconde a sua má gestão.

Fazer obras não chega; sem dinheiro para pagá-las é de caloteiro. E caloteiro não é pessoa de bem, na vida privada e na política, muito menos numa instituição regional.

A par da bancarrota a que conduziu a Madeira, Jardim chantageou frequentemente os órgãos de soberania nacionais, que não tiveram coragem de responder à altura. Muitas vezes raiou a traição e tanto o PR como os sucessivos PM assobiaram para o lado, sem dignidade de enfrentar o energúmeno.

Porém, as suas sucessivas diatribes, o modo alcoolizado e a popularucha inauguração de alpendres e pontecos cativaram o segmento cavaco-jardinário. Uma população pouco escolarizada, ferreamente manipulada e muito dependente da despesa pública foi presa fácil para as agressivas táticas de Jardim.

Mas o mundo não para, a educação fez o seu caminho e os olhos abrem-se aos poucos. E o fruto aí está: pela primeira vez o espalhafatoso barão-mor da Madeira viu o seu fim à vista.

Ainda não foi desta que saiu de cena, mas este foi um bom sinal para aquelas ilhas e para o país, sinal de nos vermos livres de um espalha-brasas que nada nos dignifica.

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