sábado, 17 de maio de 2025

Bugigangas derrotaram o Fiel Amigo


A Rua do Arsenal era o armazém lisboeta do bacalhau, das caras do dito e do pichelim (barato, pouca carne, mas dava sabor ao arroz dos pobres).  Várias casas o vendiam, além de feijões diversos, bebidas e miudezas para a cozinha.

A partir de certa altura, ali apareceram ingredientes africanos e depois asiáticos.

Tudo muda e a rua onde havia sempre feijão canário também mudou. Piorou!

Tem agora restaurantes, vários, e também várias lojas de bugigangas baratuchas para turistas despacharem as últimas moedas.

Vencidas pelas grandes superfícies, resta uma sobrevivente, uma pérola, a Pérola do Arsenal.

Oh Pérola, vê se te aguentas, não te trespasses às bugigangas!!!

sábado, 5 de abril de 2025

Um vinho decente



O Ponte de Negrelos é um agradável verde. [Não tenho ações, comissões ou interesses na casa produtora]
 
Mas aqui o que vem à baila é vir com rolha de cortiça, ao contrário da esmagadora dos vinhos portugueses engarrafados.
 
Enchemos a boca com o "Portugal é o maior produtor mundial de cortiça", mas a generalidade dos vinicultores tapam as garrafas com rolhas de corticite (aglomerado de cortiça dizem os puristas).
 
Em vez de valorizarem os vinhos com rolha da boa cortiça, não, fazem a pior promoção até de vinhos bons. De facto, ao abrir uma garrafa de vinho, o apreciador logo tropeça na malfadada corticite. Como se a rolha de cortiça não fosse um excelente cartão-de-visita!
 
Ao argumento do custo mais elevado da rolha de cortiça, conviria confrontá-lo com o dos rótulos…

Por tudo isto, daqui, desta singela peanha, vai uma respeitosa vénia à SOMIDOL - Sociedade Vinícola, de Famalicão, que dá ao Ponte de Negrelos a cortiça que merece.