sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

Queimar as debulhadoras; queimá-las todas!




Este brado, um grito de revolta, ouvi a miúdos de 9, 10 anos, há um bom par de décadas, na minha escola primária.

E não era um feroz ódio infantil àquelas máquinas! Tratava-se apenas do eco do desespero doméstico pela falta de trabalho no Alentejo.

Associado, obviamente, à ilusão de que a destruição do novo equipamento agrícola que começava a aparecer nos campos alentejanos reporia o pleno emprego.

Mas se a História não registou alfaias incendiadas, tem, na época, um pesado lastro de fome, carências básicas e um profundo sentimento de injustiça social.

O regime salazarista, então, lançou mão ao trabalho de reparação de estradas de modo a mitigar o brutal desemprego existente, que abrangia uma elevada percentagem de trabalhadores rurais.

Paralelamente, o arranque da industrialização na margem sul do Tejo trouxe muita gente do Alentejo para o Seixal, Cova da Piedade e Baixa da Banheira, atenuando a desesperança de muitas vidas sem futuro.

Tudo isto a propósito da Grécia, da desmesurada inépcia dos seus anteriores governos, da arrogância alemã e da pequenez dos Passos & Hollande que "governam" a União Europeia.

Tivessem eles "unhas" e punham a Merkl & Schäuble em sentido, se necessário de dedo em riste ou apontando a porta dos fundos.

E fossem eles Estadistas e o desalento grego seria alvo da sua atenção, para que nenhuma máquina alemã seja incendiada e nem um único turista alemão seja molestado na Grécia.


A História é muito instrutiva, mas apenas para quem vê mais de um palmo à frente do nariz.

!!!

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