domingo, 5 de abril de 2020

Desigualdade pandémica



Nunca somos iguais. E não tem a ver com a cor da pele, do sexo, religião ou com a instrução.

A condição social e a situação económica é que determinam o descomunal fosso, essa inultrapassável barreira. Ou guilhotina social que não me dá máscaras, apesar de as procurar numa roda viva.

Não, não tem a ver com a razoável diferenciação pelo mérito do esforço continuado, pela diligência eficiente ou pela inteligente criatividade. 

Ou pelo pagamento da lealdade ou pela perspicácia nos negócios ou pela poupança obsessiva ou pelo investimento prudente ou pela sorte na Lotaria do Natal. 

Não é destes que estamos a falar. Nem sequer das tias de Cascais ou dos comendadores de comendas de uma vida exemplar.

É dos outros, dos da bolha. Dos que vivem num mundo do excesso legalizado.

Aos  Bezos e Brejenev, Slim e Jong-un, Zuckerberg e Castro ou a certo naipe de Santos que nunca nada lhes falta. Nem ao Marcelo, que tem máscaras e eu não.

Porque são superdotados ou porque se dotaram de uma canina guarda pretoriana. Com multifacetadas máscaras.

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