quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

Já não há vocações

Vocação para quê?! O jornal Público estampa hoje duas imagens anti-crise. Na capa, o Papa católico, bem vestido, paramentado dirão os fundamentalistas da coisa, um luxo digo eu, e bem nutrido. Publica também, nas páginas 2 e 3, um grande plano de uma reunião de chefes católicos, todos com um coisito encarnado na cabeça. Contei-os. Na foto parecem-me 95, mas como a imagem não os apanha a todos, calculo que o grupo deve andar pelos 100. 100 pessoas bem nutridas. 101 pessoas bem nutridas em tempo de crise é um sinal anti-crise que deve ser apreciado. Parabéns ao PÚBLICO. O contraste deste senhores gordos com a fome que grassa por esse "mundo de Cristo" é doentia. E não é crise. Crise é conjuntural e esta indiferença egoista e beata pelos que nada têm é de uma hipocrisia estrutural que faria ressuscitar Jesus. Lembra-me um sarcasmo poético de que transcrevo um pedacito: “… Aquilo é que é vidinha! aquilo é que é descanso! Arrecada-se a côngrua, engrola-se o ripanço, Arranja-se um sermão aí por quatro tretas, Vai-se escorropichando o vinho das galhetas, …” A velhice do padre eterno Gerra Junqueiro 1887

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