segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Diário de Notícias salazarista

Na sua edição de ontem o DN titulava "Populares travam fuga a ladrão de três lampreias". Contava depois a história, ocorrida em Viana do Castelo. O salazarismo, na seu bem estruturado condicionamento dos portugueses, criou uma tipologia de termos que menorizavam o Cidadão comum em benefício do que considerava a parte respeitável da sociedade, os chefes, os "senhores", os ricos, os quadros profissionais, os de nomes sonantes... Tratar alguém por popular não é, não pode, nem deve ser encarado como forma neutra de falar seja de quem for. O termo foi banalizado na referenciação de pessoas simples, anónimas, de bairros “suburbanos”, mas indicia também trabalhador indiferenciado, domésticas e analfabetos. O seu uso roça a técnica salazarista, obtusa e elitista, de considerar pessoas comuns como escumalha, gentalha, pobrezinhos e coitadinhos, vadios, pacóvios ou aldeões e simplórios, meliantes, pilha-galinhas... e traduz sempre desdém. E é tão claro o significado de Cidadão! ---

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