segunda-feira, 8 de junho de 2009

Fraco saldo eleitoral

(Fonte: Com a devida vénia ao SOL)
Ufano, ganhador com 31% de uma eleições europeias, já manda. Manda recados de dedo em riste: o Governo não pode governar, o povo deu sinal amarelo, disse Rangel. O homem é jurista e sabe muito bem para que acto fez campanha, é portanto um aldrabão: aldraba incautos. Ganhou eleições e Portugal não ganhou. O Vital ganhou o que mereceu com o seu comportamento de peixe fora da água: desencontros com o PS e distanciamento da sociedade real, que isto cá fora não é faculdade nem fábrica de pareceres. A D. Ilda, coitada, bem esbracejou junto às fábricas, bem papagueou a cassete com estribilho e refrão, porque não percebeu que estamos em 2009. A sociedade já usa outros instrumentos, CDs, MP3 e ela ainda se arrasta com a velha lengalenga. Prémio: A mais demagoga do Junho Europeu. A segunda maior vitória destas eleições teve-a o Bloco, que, com os seus 10,73%, passou o PC e demonstrou o que este não percebe: hoje os proletários são outros e estão muito bem segmentados. Os proletários Gold ganham rios de dinheiro e votam PSD ou dão um salto a Londres para umas compritas no dia E. Os proletários especializados, que lêem, que têm preocupações sociais e gostam de fado votam PS (excepto quando lhes impingem um Vital) e os que têm convicções ou apreciam bons números vão pelo BE. Os restantes estão em vias de extinção, como a indústria de salário mínimo e o PC, pois já ninguém atura conversa de tanga, vazia, puro papaguear. E a grande vitória foi daqueles que, perante a ausência de propostas concretas para a Europa, quiseram dizer aos políticos que a prevalência da retórica sobre factos e soluções e opções objectivas não os dignifica nem beneficia Portugal: os abstencionistas por convicção. ----

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