No contra-rótulo do Monsaraz que bebi ao almoço diz-se que é
Vinho alentejano desde a cepa até ao copo.
Deverá ser bebido em boa companhia.
São frases com lastro, ficam no ouvido, só que a segunda não é a versão original. Nessa diz-se consumir em vez de beber.
É um vício que por aí paira: consumo de peixe, consumo de medicamentos e agora consumo de vinho. Porra, o que se consome são drogas e, mesmo assim, quem o faz, o que faz é drogar-se.
Lá porque o consumismo está a consumir a sociedade, não podemos tolerar que tudo o que ingerimos se resuma a consumo. Consumir é gastar, ponto!!!
Comer é muito, muito mais do que isso. É saborear, é alimentarmo-nos, é viver; e beber é a mesma coisa. Ainda por cima se nos sugerem que o façamos em boa companhia, por que raio não se há-de beber vinho!
Este mundo bacharelizado de palavrinhas caramelizadas não leva a nada. É mais uma máscara, uma simulação do ser, consumido pelo parecer.
Afinal, qual a vergonha de comer e beber com moderação!?
Ah, aquele Monsaraz é um bom tinto!
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