quarta-feira, 6 de novembro de 2013

A mortal pedagogia do desalento

 

O ministro da Educação defendeu que, para ser dispensada mais austeridade no OE 2014 e ainda pagar a dívida total do Estado, todos os portugueses teriam que "trabalhar um ano sem comer". http://www.dn.pt/politica/interior.aspx?content_id=3514863

Crato tornou-se conhecido pelas suas frequentes referências à exigência no ensino, contestando a pedagogia do facilitismo. E tinha toda a razão.

Porém, perdeu-a há muito com a sua cumplicidade por omissão com as trafulhices do Passos e do Relvas. E agora, com esta tosca justificação para os cortes orçamentais, mais se afundou.

Inteligente é certamente, mas de uma inteligência matemática, técnica e tecnocrática, nada política.

A sua afirmação é precisa, coisa de contabilista, mas ao empregar paralelismos que avivam o ruinoso empobrecimento que estamos a viver, demonstra falta de tino. Sensibilidade social, lhe dirão os seus consultores de imagem da falta de tino.

Na verdade, insensibilidade social, sal na ferida, o que fere de morte um político pedagogo da desesperança.
 
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