quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Um Homem corajoso


Numa altura em que se acumulam suspeitas e evidências, José António Saraiva traz à luz informação crítica. Não será ainda a última gota de água, mas deu um grande contributo para se perceber melhor como se joga na liga Sócrates. A sua última resposta aqui transcrita é, inequivocamente, serviço público.

Mas há quem defenda que há violação por estar a decorrer um processo.
Está-se a procurar, com artifícios legais, esconder a questão substancial. O que verdadeiramente está em causa é a decisão do PGR e do presidente do Supremo ao mandar arquivar estas escutas, porque os indícios, as suspeitas e os factos são tão fortes que só não vê quem não quer. Não pode tomar-se uma decisão de arquivar só porque sim. O despacho de arquivamento não está sustentado. O que está em causa é que a cúpula do aparelho de justiça tentou esconder e camuflar as escutas.

Como reage à acusação de estar a fazer “jornalismo de fechadura”?
Reajo com muito orgulho. O grande jornalismo é aquele que vai aos bastidores, que vai atrás da cortina ou do buraco da fechadura. O trabalho jornalístico que verdadeiramente enobrece a imprensa é aquele que consegue desmontar e pôr a nu as coisas que o poder político, económico, judicial ou religioso pretendiam manter escondidas e camufladas e denunciar determinadas actuações ilegítimas do poder, e em que há notória cumplicidade do poder judicial.

Concorda com a ideia de que vivemos os tempos mais difíceis para a liberdade de expressão desde 1974?
No único almoço que o “Sol” teve com Sócrates em São Bento, ele às tantas disse-me que “isto de a gente tentar comprar jornalistas é um disparate, porque a melhor forma de controlar a imprensa é controlar os patrões”. Foi extraordinário o desplante de ter dito isto e depois ter posto esse plano em prática.



http://www.ionline.pt/conteudo/46083-director-do-sol-a-cupula-da-justica-tentou-camuflar-escutas

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