domingo, 25 de agosto de 2013

Uma morte que não mata a arrogância


Sempre com microfones e câmaras à perna, António Borges disse aos portugueses as maiores barbaridades sobre a economia portuguesa.

Acima de tudo, mostrou à saciedade a burrice de alguns dos conceitos de que foi papagaio avençado.

Sim, burrice, medíocre inteligência, miopia intelectual, quadrado. Ser emproado fala-barato nada tem de inteligente e ele mostrou ser, isso sim, além de burro, incapaz de antever as consequências dos salários medievais a que quis condenar os seus concidadãos.

A sua mais alarve declamação – isso mesmo, declamação e alarve – foi a da necessidade de baixar os salários. Disse-o como agente do liberalismo selvagem, ideologia que paga milionariamente a quem lhe presta serviços de propaganda. Borges foi um subserviente amanuense e por isso viveu como nababo, compensado com salários de muitos milhares.

Mas onde está a burrice do falecido!?

Terá sido um marrão que encornou manuais, fórmulas e táticas manipulatórias, mas não foi capaz de perceber que quando uma economia não serve todos os Cidadãos, os rejeitados a rejeitam.

Foi hábil manobrista para conseguir tachos e mais tachos, mas não conseguiu ver que um trabalhador português com o salário mínimo ou pouco mais se está nas tintas para um desempenho meticuloso.

Também não teve um laivo de lucidez que lhe metesse na cabeça que não há economias sólidas assentes exclusivamente em negociatas financeiras, traficâncias bancárias, bolsas SA e consultores engalanados em crioulo luso-americano. Salvo os lavatórios do Luxemburgo, Caimão e outros como estes conspurcados.

E por mais que Borges se dissesse economista não percebeu que uma economia sólida só o é com um inovador setor manufatureiro. E este carece de dedicados técnicos de conceção e operários de operação – não, não é gralha, é enfatizar o "economês". E essa dedicação é impossível com profissionais no limiar da pobreza.

 
Morreu.

Morreu um homem que viveu à grande e à francesa à conta da propaganda da pobreza.

Morreu um defensor de um modelo de sociedade em que uns podem ter tudo e outros viver do nada.

Morreu ele, mas não o modelo nem a arrogância de quem o vende a troco de milhões.


E lá por morrer um vendido não morreram os vendilhões!
 
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