sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Crueldade desnecessária

João Pereira Coutinho dixit Na última "Única" Coutinho, numa das suas habitualmente apetitosas prosas, sugeria que uma forma de os novos se livrarem dos velhos no Natal era cozinhando-os. Achei cruel, embora se lhe deva um agradecimento por nos ter poupado a pormenores macabros como a forma de o fazer, se refogados, se gratinados ou se assados em lume brando depois de temperados de véspera. Fiquei na dúvida até onde ele iria. E pus-me a pensar em tamanha crueldade, sem ponta de coração. Estufavam-se os velhos ou coziam-se só com sal e gengibre para dar um gostinho e acompanhavam-se com batatas a murro? Isso ele não diz. Nem sequer alvitra que fossem cozidos como a lagosta suada para abreviar sofrimentos ou se defende que ficassem a marinar em vinha d'alho para os tornar saborosos como as suas comédias divinais. Foi de um crueldade desnecessária! Cozinhar os velhos, coitados! Não bastava congelá-los até aos Reis?! Se eles só estorvam no Natal e assim... Ouvi dizer que há umas arcas frigoríficas muito boas, grandes, em promoção... +

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