quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Uma folhita de alface

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O Gil, fingido cigano,
intriguista venenoso,
atira pedras, magano,
à boa amiga Cardoso.


Diz ele com um trejeito,
que ela recusa fritura,
não come nada de jeito:
só alface com fartura!


Vesícula insolente,
com manias comezinhas,
rejeita vinho, aguardente,
impõe frisadas, tenrinhas.


A resposta foi profunda,
repondo veracidade.
Numa lambada iracunda
anunciou frugalidade.


Uma dieta ligeira,
de alface em meias folhas,
trata gases e coceira
de malandros e zarolhas.


Curo achaques figadais
com hortelã e ervinhas
em tisanas multicanais,
meio dedal às pinguinhas.


Maldizer também te calo
com essa planta bendita.
Dou-te borras de cavalo
servidas numa folhita.



Manuel A. Madeira
4 Novembro 2011

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