terça-feira, 8 de novembro de 2011

Cartilha

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Alfobre de benquerenças
fecundadas com folgança,
suor, abraços, diferenças,
tingidas a tinto e papança.


Sem mercantil atoleiro,
o finca-pé da cartilha
é custo zero costumeiro,
alicerce de sã partilha.


E sempre por maus caminhos,
boas mesas celebrando,
com iscas, bogas, copinhos,
todos iguais abraçando.


Sejam pretos, arianos,
mouros, galegos dragões,
pardos, gordos e ciganos
ou magros, pencudos, gingões!


Não aventamos detritos
e nada se traz do campo:
raras peras, poejitos,
um ou outro figo lampo!


Nunca se culpam os guias
de desnorte ou imprevisto,
nem das soberbas enguias
lá numa aldeia de xisto…


Isto é o caos! foi berrado.
No grupo errante – alarido!
Veio de valente alquebrado:
tinha sido o CAOS parido.




Manuel A. Madeira
18 Outubro 2011


2 comentários:

Madalena Silva disse...

Reflexões e ficções, humor e contradições. Contitos de bichos e de CERTA BICHARADA

De repente, assim de repente, fez-me lembrar o caso JP, onde se apregoava o valor dos organizadores como se fossem impunes a todo e qualquer valor moral..., um exemplo concreto:
- Duarte Lima terá sempre direito à presumível inocência dentro da classe (exceto para os invejosos), mas se fosse um "borrabotas Kquer" ninguém se pronunciava, a não ser, claro está, pela culpa.
Bichos e Borrabotas ...

Bjkas Manuel,onde andas?? <3

Formigarras disse...

Se queres ver bicharada representativa da nossa sociedade procura no Formigarras e lê "Fazer figura".

Onde ando? Por essses trilhos fora.

Um abraço
Manel