No último mês, mês e meio, enviei mensagens de correio eletrónico a várias pequenas empresas com pedidos de informação sobre os seus produtos.
Todavia, dessa meia dúzia de mensagens só uma foi respondida. Não tinham o produto, mas responderam!Correio, eletrónico ou tradicional, é um meio de comunicação, o que quer dizer, no contexto empresarial, um instrumento de vendas. Se uma casa com porta aberta não responde a potenciais clientes estes ficam com a pedra no sapato e não voltam a “incomodar” quem os ignora. Quem não sabe vender fecha a loja, diz o ditado e a verdade é que não responder a um contacto é uma decisão gestionária: estagnar voluntariamente.
Por outro lado, muitas pequenas empresas não usam a internet para divulgar a sua produção. Naquele pequeno lote que contactei, vi-me em palpos de aranha para lhes obter os endereços eletrónicos, pois a maioria nem um portal simples tem. E nos dias de hoje não ter presença internética é sintoma de alheamento aos tempos que correm, à inovação.
Bens manufaturados, uma linha de produtos ou um portfólio de serviços inacessível por este canal é a imagem de uma loja com a montra repleta de monos, entaipada com teias de aranha ou com ratitos a ratar vestidos de noiva. É desperdiçar oportunidades. É má gestão, melhor, é ausência de gestão.
Ilustrando este universo de obsolescência na gestão, o Sol de sábado trazia isto a propósito de exportações:
É a cassete do Ai coitadinhos de nós, ai a crise, bla, bla!
Que choradinho, o dos Pastéis de Belém, que não exporta por falta de apoios! Falta de quê!? Uma casa sempre a abarrotar terá lucros milionários e não os usa para investir na expansão do negócio – leia-se exportação.
E a lamúria estende-se à pequenez das empresas, sem dimensão para voarem mais alto. Pois, porque não se associam? Que culpa tem o Estado!? Quem impede de responder a mensagens de potencias clientes!? Quem, se não dos donos, patrões e mandões fecha os olhos às exigências e expectativas da sociedade e do mercado dos dias de hoje!?É a cassete do Ai coitadinhos de nós, ai a crise, bla, bla!
Que choradinho, o dos Pastéis de Belém, que não exporta por falta de apoios! Falta de quê!? Uma casa sempre a abarrotar terá lucros milionários e não os usa para investir na expansão do negócio – leia-se exportação.
Camões, se visse este vale de lágrimas, rebolava-se a rir, ele que só com um olho fez mais por Portugal que os autoproclamados empresários que não vêm um palmo à frente do nariz.
Escolarização e formação em grande escala e em todos os domínios da gestão são imperativos nacionais urgentes. Mas a sério, modulando a oferta às deficiências deste “tecido” mal acabado, se necessário levando-lhes portas adentro o know how de que tanto carecem. E escaqueirando os organogramas de poder salazarista que ainda trava a largueza de vistas.
---
Sem comentários:
Enviar um comentário