quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Reestruturar RTP cortando na parolice

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O plano de reestruturação da RTP está pronto desde a semana passada e só não foi entregue no prazo inicialmente previsto, 15 de setembro, porque o ministro com a tutela da comunicação social se encontrava no Brasil. http://aeiou.expresso.pt/plano-de-reestruturacao-da-rtp-entregue-esta-terca-feira=f674916#ixzz1YTlWT9Jt

Nota prévia
Não entregar um documento porque o ministro está fora é uma parolice facilmente desmontável. Quem vai trabalhar o documento serão os assessores de sua eminência, quiçá advogados pagos a peso de ouro ou “especialistas” em comunicação social! Esperar pelo ministro porquê!? Para ficar na fotografia, para depositar solenemente a coisa em mão ministerial, esse gesto lambe botas tão conhecido!? Ou foi simples aldrabice por o documento não estar pronto a tempo e horas…

A reestruturação financeira da RTP é muito fácil; basta cortar a parolice em três tempos.

Tempo 1
Eliminar quanto antes o execrável programa da RT1 em que um gordo boçal bolsa parolices inenarráveis à frente de pobres coitadas. Serviço público inclui entretenimento, porém nunca desmiolante.
Este é o exemplo mais degradante, mas com uma bitola instrutiva os cortes podem alargar-se a outros programas de banalidades, mesmo que os telespetadores migrem para outros canais. A pública RTP não é nem deve ser concorrente de privados, cujos objetivos são muito bem conhecidos.

Tempo 2
E não sendo concorrente, também não deve concorrer com eles nos salários dos seus profissionais. É inaceitável que o canal público pague salários milionários com o dinheiro dos portugueses, muitos deles com as dificuldades que se conhecem. É uma afronta à dignidade.
Neste domínio o serviço público deve ser exemplar. Ordenados razoáveis induzirão razoabilidade em vários domínios. Nenhum português precisa de ter à sua frente uma leitora de notícias com vestuário de milhares…

Tempo 3
Na senda da racionalização financeira e operacional, há que acabar com a parolice de dar dinheiro a rodos para as televisões regionais que pouco mais são que tempos de antena do poder instalado nas regiões autónomas. O Alentejo não tem televisão própria e é um terço do país, o Minho idem e as Beiras estão na mesma.
E ainda bem que não há televisões nas províncias do continente, pois o sectarismo ampliar-se-ia aos vários círculos viciosos do poder político provinciano. Já basta a partidarização da televisão nacional.

Açores e Madeira justificam canais de televisãso próprios? Tanto como o Porto, Trás-os-Montes ou o Algarve!

Os repórteres que colham a informação nos espaços regionais – em todo o Portugal – e que a emissão faça a sua distribuição equilibrada em função da importância das notícias. Ninguém verdadeiramente precisa, em Serpa ou em Câmara de Lobos, de ver o parolo do Alberto João a inaugurar 20 metros de estrada.

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Parolo: Que ou quem tem modos considerados rústicos ou simplórios. = ALARVE, PACÓVIO, PATEGO

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