Na Guiné-Bissau, uma ditadura mal disfarçada, o "general" que comandou o golpe de "Estado" que o instalou na chefia da indisciplinada tropa voltou a espezinhar a constituição e a lei locais. Com a complacência medrosa dos políticos que o deixam à rédea solta.
Assumiu ter dados ordens aos militares para atuarem contra a polícia. http://www.jornaldigital.com/noticias.php?noticia=29313
Tivessem o "presidente" interino, a "PM" interina e o "presidente" parlamentar interino um pouco de coragem, um pouco de dignidade e um pouco de vergonha e teriam há muito suspenso as suas funções.
Com discursos pomposos ou em comunicado conjunto afastar-se-iam dos cargos, imputando aos militares arruaceiros toda a responsabilidade pela insegurança institucional vigente no território.
Não seria caso virgem, pois tivemos por cá um PM que o fez. Foi nos tempos revolucionários e revolução não é coisa que se viva na Guiné-Bissau.
Neste pobre país, em que o Presidente andou de mão estendida a pedinchar dinheiro para as próximas eleições presidenciais, não há revolucionários. Apenas uma tropa esfarrapada que por dá cá aquela palha usa e abusa das armas para afundar, cada vez mais, a sua credibilidade, a da classe política e a esperança dos guineenses.
Para proteger as democracias frágeis impõe-se a criação de um Tribunal Internacional Guardião da Democracia. Pode ficar ao lado do TPI, pois a missão de um andará de mãos dadas com a do outro.
Esta instituição judicial zelaria pela democracia analisando as situações de abuso de poder por indivíduos, oligarquias, militares ou grupos armados. Faria admoestações, recomendações e também perseguiria criminalmente todos os que, por meios ilegítimos, sejam o trafico de influências, a corrupção e o poder militar perturbem a ordem constitucional de qualquer país.
Terá muito trabalho pela frente. Em vários continentes.
Terá também, obviamente, capacidade de mobilizar forças para caçar e levar a julgamento energúmenos envolvidos em golpes de Estado, que desprezem a ordem legal ou não acatem o poder político legítimo.
Claro que tais forças não poderão desencadear guerras nem operações de envergadura; atuarão cirurgicamente, como pesca à linha, selecionando os indivíduos a extrair do local do crime como quem tira dentes irreversivelmente doentes. Naturalmente, sempre sob a tutela da ONU.
Será isto um sonho!?
Talvez, mas se não o fosse teriam morrido tantas pessoas na Tunísia antes da morte do tirano Kadafi!? E o regime sírio estaria agora a bombardear Cidadãos indefesos!?
Tivesse o planeta um Tribunal Internacional Guardião da Democracia e nem António Indjai nem os seus analfabetos comparsas estariam a levar a Guiné Bissau para o tempo das cavernas, em que só a força bruta contava.
Sem comentários:
Enviar um comentário